Escândalo do dieselgate: ex-presidente da Volks é indiciado pela Justiça dos EUA

Teste de um Volkswagen Golf na Califórnia em 2015. Naquele mês, a VW admitiu que havia instalado um software ilegal para burlar os padrões de emissões de diesel. Foto: Patrick T. Fallon / Bloomberg

Montadora manipulou testes de emissões de poluentes de veículos. Seis executivos da empresa automobilística terão de responder às acusações de fraude

ALEXANDRE PELEGI

O ex-presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, terá de se explicar à justiça americana.

Ao lado de foi outros cinco executivos da empresa alemã ele foi considerado culpado por um tribunal federal de primeira instância em Detroit, nos Estados Unidos, pelo papel que desempenho no escândalo “dieselgate”.  O comunicado da Justiça saiu nesta quinta-feira, dia 3 de maio de 2018.

Os executivos da empresa automobilística terão de responder às acusações de fraude. Por anos a montadora manipulou os resultados de testes com seus veículos a diesel, fraudando os padrões federais americanos para a emissão de poluentes.

A Justiça dos EUA afirma ainda que todos estavam cientes, desde maio de 2014, da existência do programa instalado nos veículos Volkswagen, cuja finalidade era falsificar os resultados das emissões. Mesmo assim, eles decidiram seguir em frente com a fraude.

Os seis executivos da gigante automobilística alemã estão sendo acusados de conspirar para fraudar o governo dos EUA, burlando os padrões de emissões de poluentes estabelecidos pela Lei do Ar Limpo.

Em nota, o procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, afirmou que “a acusação formal apresentada hoje alega que o plano da Volkswagen para enganar os requerimentos legais chegou ao topo da companhia“.

A empresa prestou declarações falsas, além de omitir informações relevantes, como parte de um esquema cujo objetivo era “enriquecer indevidamente a Volkswagen e próprios executivos“, diz a nota.

O ex-presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, já havia se declarado culpado em 2017 pelas acusações feitas pelos reguladores ambientais americanos. A empresa aceitou um acordo aceitando a culpa por acusações criminais de que importara aos EUA quase 600 mil veículos equipados com dispositivos que fraudavam os padrões americanos de emissão de poluentes.

A empresa pagou multas que atingiram US$ 4,3 bilhões, e foi posta sob observação, por três anos, tempo em que será fiscalizará quanto ao cumprimento de normas éticas e regulatórias.

Em dezembro passado Oliver Schmidt, executivo da Volkswagen no Michigan, foi sentenciado a sete anos de prisão por seu papel no esquema.

Winterkorn renunciou em setembro de 2015, quando as revelações da fraude sobre as emissões de gases em veículos da companhia vieram à tona, num escândalo que ficou conhecido como “dieselgate”.

A Volkswagen chegou a configurar até 11 milhões de veículos no mundo todo para emitir até 40 vezes acima dos níveis permitidos de óxido de nitrogênio danoso, situação que era ocultada durante as revisões.

Como se não bastasse o dieselgate, a Volkswagen vem sendo acusada ao lado de outras montadoras alemãs de testar efeitos do diesel em macacos e humanos. Veja aqui: Montadoras alemãs testaram efeitos do diesel em macacos e humanos. Notícia provoca novo escândalo ambiental

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. SDTConsultoria em Transportes disse:

    …E no Brasil como isto foi entendido ? Quem pode garantir que não houve a mesma prática ?

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