DF lança novo conceito de transporte com Marcopolo Torino BYD 100% elétrico da Piracicabana

Ônibus Elétrico BYD Torino Marcopolo no Distrito Federal. Foto: Divulgação Piracicabana

Veículo vai fazer transporte  sem emissões no Fórum Mundial da Água, em Brasília e, depois de homologação, vai operar em linhas comuns. Bilhetagem eletrônica para turistas e novo sistema de compartilhamento de bicicletas estão entre outros lançamentos

ADAMO BAZANI – reportagem

JESSICA SILVA – redação

O GDF – Governo do Distrito Federal e a Viação Piracicabana apresentaram neste sábado, 17 de março de 2018, um novo conceito de transporte sustentável com um ônibus 100% elétrico e acessível. Também foi apresentado um sistema de compartilhamento de bicicletas integrado ao transporte coletivo e bilhetagem eletrônica para os passageiros que não usam habitualmente o sistema.

O Diário do Transporte está neste momento em Brasília acompanhando as novidades lançadas durante a abertura da Vila Cidadã, que integra o 8º Fórum Mundial da Água.

A apresentação marcou o lançamento de um novo modelo de ônibus 100% elétrico com baterias no País. Trata-se do chassi DW9, fabricado pela BYD em Campinas, no interior de São Paulo, com carroceria Marcopolo Torino. Até então, o chassi só tinha recebido carroceria da empresa Caio.

Segundo o diretor da Viação Piracicabana, Fausto Mansur, esse é o primeiro coletivo elétrico de Brasília. Inicialmente, o ônibus fará uma linha especial no evento, mas depois vai operar em linhas convencionais da cidade, atendendo a Rodoviária do Plano Piloto e a Universidade de Brasília.

Antes, porém, de rodar no transporte urbano, o ônibus deve voltar para a Marcopolo, para que o processo de homologação seja finalizado.

“O ônibus pode operar normalmente, como qualquer outro equipamento, e essa é uma das principais características dele” – disse o diretor ao Diário do Transporte. “Essa semana, ele vai ficar exposto, fazer o transporte de delegações estrangeiras e entra em operação realmente após essa feira, nas linhas que já existem no sistema”.

Outro destaque é que a vida útil do veículo é mais longa. O sistema de transporte público do Distrito Federal atualmente exige que a idade máxima da frota seja de sete anos. De acordo com o secretário de Mobilidade do Distrito Federal, Fábio Damasceno, os ônibus elétricos têm vida útil maior, o que pode flexibilizar a exigência de idade máxima.

“A legislação do Distrito Federal vai mudar e vamos ampliar a idade máxima da frota, porque é um ônibus que tem uma durabilidade maior, justamente por causa dos seus componentes. Vamos fazer essa mudança de legislação sim, até para incentivar que as empresas adquiram ônibus desse modelo” — disse Damasceno.

O governador Rodrigo Rollemberg abriu o evento e afirmou que pode haver isenção de ICMS para energia elétrica utilizada no transporte coletivo, assim como hoje existe para o óleo diesel.

Nós estamos caminhando a passos largos para uma mobilidade sustentável. Brasília é uma cidade que já tem no transporte coletivo a utilização de biodiesel em uma escala bastante razoável e que queremos ampliar. Queremos e vamos fazer o que for possível para ampliar a frota de ônibus elétricos do Distrito Federal” — afirmou o governador.

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Bicicletas com padrão visual semelhante ao do ônibus para indicar integração de transportes sustentáveis. Foto: Adamo Bazani

De acordo com o vice-presidente de vendas da BYD do Brasil, Vagner Rigon, trata-se de um chassi D9W low entry (piso baixo com rampa), com bateria que traz autonomia de no mínimo de 250 km e até 300 km, de acordo com as condições de operação.

O veículo elétrico também já vem com ar-condicionado instalado. A BYD explica que o chassi pode receber carrocerias de até 13,2 metros de comprimento e é dotado de suspensão pneumática dianteira e traseira que proporciona maior conforto, além de permitir a função de rebaixamento bilateral, auxiliando na entrada e saída dos passageiros e permitindo acessibilidade universal.

Não há emissões de poluentes no momento da operação e o nível de ruído é mais baixo que os ônibus convencionais. Trata-se de um modelo econômico, que utiliza a energia cinética para poupar energia. Na prática, o motorista nem precisa frear o ônibus, que vai parando automaticamente ao tirar o pé do acelerador.

A técnica contribui para reduzir o consumo de energia, mesmo utilizando o ar-condicionado. Segundo Rigon, a refrigeração no ônibus elétrico consome apenas 7% de energia e, no caso do diesel, até 20% do combustível.

Inicialmente, a Viação Piracicabana comprou duas unidades para Brasília, a que foi apresentada e outra que está em produção.

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A fabricante também informou que apenas um veículo como esse traz benefícios ambientais equivalentes ao plantio de 11 árvores por mês, com zero emissão de CO2.

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A pintura do ônibus também é diferenciada. O responsável pelo projeto visual, o especialista em Marketing em Transportes e Mobilidade Urbana, Roberto Sganzerla, disse ao Diário do Transporte, que o objetivo foi unir a imagem da sustentabilidade com referências sobre o Distrito Federal.

“O novo layout do ônibus de Brasília utiliza como referência o símbolo oficial da bandeira de Brasília e faz alusão ao cruzamento entre o Eixo Monumental e o Eixo Rodoviário. Esta identidade visual também, representa os caminhos e as linhas, nas quatro direções. A cor verde e amarelo além de serem as cores de Brasília, são muito utilizadas em mobilidade urbana, pois remontam, em especial o verde, para a sustentabilidade da cidade e do planeta” – revelou.

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Pintura une características do eixo monumental e imagem de sustentabilidade. Foto: Divulgação

BAURU COM ÔNIBUS ELÉTRICOS

Além dos dois ônibus elétricos fechados para Brasília, outros dois também serão encaminhados para a operação em Bauru, cidade do interior de São Paulo, segundo o vice-presidente de vendas da BYD do Brasil, Vagner Rigon. No município, a negociação também foi feita com uma empresa do grupo Comporte, ao qual faz parte a Piracicabana.

“Nós testamos esses ônibus em várias empresas do Brasil. Em Campinas, temos 11 ônibus na empresa Itajaí e mais 2 na empresa Pádova, sendo ao todo 13 ônibus rodando na cidade. Serão dois em Brasília, mais dois em Bauru e temos um micro-ônibus na Piracicabana também em Santos. Neste caso, não testaram o ônibus, acreditaram e já estão aplicando o transporte elétrico na mobilidade. É uma semente que está sendo plantada e a gente vai fazer o Brasil ter uma mobilidade elétrica, sustentável e de maior qualidade para a população” – projetou Rigon.

COMPARTILHAMENTO DE BICICLETAS

Compartilhamento de bicicletas

O sistema de transporte público de Brasília conta com a ampliação de mais um modal de transporte: o compartilhamento de bicicletas. Atualmente, são 450 unidades e 45 estações para que a população possa utilizar o meio de transporte.

O novo patrocinador é a Mastercard,

Segundo o secretário de Mobilidade do Distrito Federal, Fábio Damasceno, serão construídas mais duas estações convencionais e duas para crianças (bike kids), chegando a 49 estações de compartilhamento de bicicletas.

“Quando tínhamos 40 estações, eram 15 mil viagens por mês. Quando instalamo cinco estações perto da Universidade de Brasília, esse número passou a 30 mil viagens por mês” — disse.

O diretor comercial da Serttel, Rivaldave Vasconcelos, contou que o projeto de mobilidade urbana com o foco no compartilhamento de bicicletas teve início do Rio de Janeiro. A empresa desenvolve a tecnologia desde a concepção inicial até a implantação do projeto.

“Quando a gente colocou a bicicleta compartilhada no Rio, foi uma forma de provocar os entes públicos, privados e a própria população sobre a importância bicicleta como modal. As outras capitais começaram a querer participar, a demanda é muito grande e a iniciativa privada percebeu a importância e faz parte disso” – contou Vasconcelos.

De acordo com o diretor de transportes sustentáveis da Serttel, Eduardo Henrique de Melo Lima, o sistema está sendo utilizado em nove localidades, incluindo Argentina e México. No Brasil, o compartilhamento de bicicletas é utilizado em Vitória, Aracajú, Brasília, Fortaleza, Santos, entre outras localidades.

“A bicicleta é adaptada para o sistema de compartilhamento. É leve, com quadro totalmente em alumínio, com selim anatômico, câmbio de três marchas, espelho retrovisor, campainhas, proteções antivandalismo e um pino para travar na estação” – detalhou Lima.

Em Brasília, o compartilhamento de bicicletas é viabilizado por meio de uma parceria com a Mastercard. Para poder utilizar o modal de transporte, é preciso ter um aplicativo chamado +BIKE e pagar R$ 10 por ano no cartão de crédito.

O passe mensal custa R$ 6 e o passe diário tem um valor de R$ 3, válido por 24 horas. Há também a modalidade anual por R$ 10. Mais detalhes podem ser conferidos no site do +BIKE.

Um aplicativo de celular permite localizar a estações com bicicletas disponíveis e fazer a reserva.

CARTÃO +TURISTA

Outra novidade apresentada no evento é o cartão + Turista. Com o bilhete, o turista pode fazer integrações nos modais de transporte de Brasília, retirando o cartão e recarregando R$ 20.

Recentemente, foi implantado o sistema de bilhete único em Brasília, que permite a integração entre os modais existentes dentro de três horas, por uma tarifa de R$ 5.

OUÇA AS ENTREVISTAS

 

Diretor da Viação Piracicabana, Fausto Mansur:

Entrevista coletiva com governador Rodrigo Rollemberg:

Vice-presidente de vendas da BYD do Brasil Vagner Rigon:

Secretário de Mobilidade do Distrito Federal Fábio Damasceno:

Diretor comercial da Serttel, Rivaldave Vasconcelos:

O repórter Adamo Bazani viajou a convite da Viação Piracicabana.

 

Comentários

Comentários

  1. edgardo disse:

    É incrível do Sr.Damasceno falando q ônibus elétrico tem mais vida útil!!! Colo vai falar isso!! Simplesmente abre o jogo para a BYD q para q a compra dessea chassi seja rentável deve ter ao menos 10 anos de isso, mas o desgaste e igual que qualquer ônibus, mesmo a carroceria é convencional, assim q em dez anos vamos a andar numa sucata de ônibus!!

  2. edgardo disse:

    É incrível a do Sr.Damasceno falando q ônibus elétrico tem mais vida útil!!! Colo vai falar isso!! Simplesmente abre o jogo para a BYD q para q a compra dessea chassi seja rentável deve ter ao menos 10 anos de isso, mas o desgaste e igual que qualquer ônibus, mesmo a carroceria é convencional, assim q em dez anos vamos a andar numa sucata de ônibus!!

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