OUÇA: Prefeitura de São Paulo pode voltar atrás em alguns cortes e extinções de linhas de ônibus para licitação, diz Sérgio Avelleda

Ônibus em São Paulo. Prefeitura diz que não haverá risco de os passageiros ficarem sem transporte com remodelação de linhas

As mais de sete mil sugestões recebidas para processo de licitação estão sendo analisadas. Propostas de ajustes da rede podem ser enviadas à SPTrans, independentemente de consulta pública, de acordo com secretário de Doria

ADAMO BAZANI

A prefeitura de São Paulo pode rever os cortes e extinções de linhas de ônibus propostos  para a licitação do sistema da cidade.

De acordo com o secretário de Mobilidade e Transportes da gestão Doria, Sergio Avelleda, as sugestões recebidas entre 21 de dezembro e 05 de março sobre as minutas do processo de concorrência para uma nova rede de ônibus estão sendo analisadas e se houver algum erro por parte do poder público, podem ser realizadas alterações para os editais definitivos.

“Claro que sim [podemos voltar atrás em algumas alterações propostas]. A consulta pública é de verdade. As sugestões para melhorar o sistema e que indiquem que nós cometemos algum erro serão acolhidas” – disse Avelleda ao Diário do Transporte, neste sábado, 10 de março, em encontro com jornalistas, comunicadores e blogueiros especializados em transportes.

De acordo com as propostas nas minutas de licitação (documentos que antecedem os editais definitivos), ao menos 149 linhas deixariam de existir para eliminar as sobreposições do sistema, quando linhas diferentes percorrem os mesmos trajetos juntas em boa parte dos itinerários.

O secretário reforçou que as alterações das linhas não vão ocorrer repentinamente. As mudanças devem ser realizadas entre seis meses e três anos após as assinaturas dos contratos. O secretário disse que a estimativa é de que estes contratos com as viações sejam assinados em junho.

“Como a gente estima que os contratos serão assinados em junho, seguramente em 2018 não há intervenção na rede [de linhas]. E além de começarem só depois de seis meses das assinaturas dos contratos, as mudanças serão lentas, graduais, com  três anos de implantação” – disse na entrevista ao Diário do Transporte.

Das sete mil sugestões recebidas pela SPTrans durante a consulta da licitação, mais de 90% se referem à preocupação dos passageiros em não contarem mais com as linhas que usam atualmente.

Sergio Avelleda

Secretário Sérgio Avelleda diz que novos contratos com empresas de ônibus estão previstos para serem assinados em junho

Segundo a proposta, haverá uma redução de linhas e de frota de ônibus em São Paulo, mas sem prejuízo à oferta de transportes, na versão da prefeitura.

O total de linhas, em três anos, deve cair para das atuais 1.335 para 1.187 percursos.

Segundo a prefeitura, o total de pessoas que fazem baldeações na cidade vai aumentar em 4%, mas as viagens de ônibus, de uma maneira geral, devem ser 5% mais rápidas.

A SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema de ônibus da cidade, disponibilizou um e-mail para as sugestões. O endereço eletrônico é somente para ideias e críticas sobre a nova rede de ônibus. Reclamações de atrasos, horários, itinerários, veículos, etc devem ser feitas pelos canais tradicionais, como o telefone 156.

O e-mail para sugestões sobre as mudanças de linhas é:

comunidade@sptrans.com.br

LINHAS-MODELO:

Conforme mostrou o Diário do Transporte no último sábado, ainda neste mês serão testadas duas linhas modelo de atendimento no sistema de ônibus em São Paulo.

De acordo com o secretário de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, os motoristas e cobradores terão uma postura diferenciada, cumprimento e se comunicando melhor com os passageiros. Os terminais destas linhas terão músicas, serviços e espaço mulher. Haverá também ações de marketing.

Os trajetos vão ser operados na zona Sul pelas empresas Transwolff, do subsistema local (ex-cooperativas) e Viação Campo Belo, do subsistema local.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2018/03/10/prefeitura-de-sao-paulo-vai-lancar-linhas-modelo-de-onibus-na-cidade/

O secretário rebateu as críticas de que estas ações são tomadas pela prefeitura enquanto o sistema de ônibus da cidade possui problemas mais estruturais e urgentes, como falta de eficiência e espaços prioritários para o transporte coletivo.

“Evidentemente a questão da regularidade [dos ônibus] que é a principal reclamação, a gente pretende corrigir com a implantação da nova rede. Claro que melhorar é fazer corredor, é implantar ônibus novos e oferecer regularidade. Agora, isso não impede que a gente melhore o serviço [também por este aspecto]. Qual o problema? É ruim que o motorista e o cobrador sejam simpáticos, estejam disponíveis? Evidente que não é. A gente não está dizendo que isso resolve os problemas do sistema, mas a gente está tentando melhorar com as dificuldades que nós temos”

O secretário também disse na entrevista ao Diário do Transporte que ainda neste mês o prefeito João Doria vai anunciar um programa que vai dar prêmios aos motoristas de carro na cidade de São Paulo que não levarem multas em doze meses.

Chamado de Motorista Legal, o programa vai possibilitar, com apoio da iniciativa privada, sorteios para os condutores em valores em dinheiro que podem chegar a R$ 300 mil e carros zero quilômetro.

Avelleda também comentou sobre o andamento das obras de reparo do Expresso Tiradentes, o antigo Fura Fila, que está desde o dia 06 de fevereiro com 300 metros interditados entre a rua Dona Ana Néri e o Terminal Parque Dom Pedro II por causa de um afundamento de 20 centímetros na pista.

O secretário de Doria disse que ainda há uma data para a liberação do trecho, mas que a volta dos ônibus no local “não vai demorar”.

OUÇA A ENTREVISTA:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Reginaldo disse:

    Essas mudanças nas linhas de ônibus são impopulares derrubam o status de qualquer político certamente devido a repercussão negativa da divulgação da nova licitação e suas mudanças o prefeito pode ter interferindo na secretaria de transporte impedindo que aconteça mudanças que sejam prejudiciais a sua gestão

  2. Antonio carlos disse:

    Mudanças impopulares mas tem que ser feitas. Por exemplo a Celso Garcia vai continuar com um monte de linhas com carros vazios.

    1. Raphael disse:

      Se a mudança for impopular mas que traga melhorias que seja bem vinda, agora mudanças impopulares do tipo, tirar uma linha que supostamente sobrepõe uma outra e os passageiros serão remanejados para esta última sem ter um reforço da frota e sobrecarrega-la piorando o atendimento. Ou fazer pessoas a realizar 3 integrações sendo que antes utilizava um único ônibus, o único que vai sair ganhando é a prefeitura e empresários com a redução de custos. É isso que estão preocupados. Não vejo um movimento do tipo reformular todo o sistema e deixa-lo coeso e com o mínimo de eficiência e eficácia. Reformular o sistema da cidade baseando-se no modelo alimentador-troncal (que na teoria isso já existe na capital, mas muito mal implantado, por isso é necessário uma reformulação geral). Mudanças que afeta negativamente o passageiro no seu dia a dia não devem serem vistas como solução.

  3. William de Jesus disse:

    Boa noite, amigos!

    Entendo que a maior reclamação não é em relação aos cortes das linhas, mas sim sobre o que terá que ser feito para se chegar ao destino. Descobrimos uma série de “buracos” nas propostas. Por exemplo, uma das propostas é extinguir a 856R Lapa -Socorro e no lugar usar as linhas 6414, 637P e 199D. Primeiro, tem cabimento 3 linhas pra cobrir apenas uma. 2 até vai, mas 3?? Segundo, a 199D mal faz o mesmo trajeto da 856R depois de pinheiros. Como os usuários vão fazer para chegar ao destino de costume. O ideal seria encurtar a 856R até o Largo da batata ou Shop iguatemi, e aí sim de la pegar 637P ou 637G.

    A 856R é só um exemplo, tem linhas que sofreram um corte muito maior. A prefeitura não pode propor mudanças dessa magnitude sem estrutura adequada de corredores e BRT

    1. Marcos disse:

      Wiliam a intencao é essa cortar linhas e jogar todo mundo abarrotado em apenas 1…..ou joga todo mundo no vazio metro da linha vermelha…….isso ja acontece as troncais de sao paulo andam abarrotados…..o que eles querem é levaro mesmo numero de passageiros a mesma arrecadaçao com menos veiculos….ou seja, menos manutençao, menos combustivel, menos salarios a pagar, etc…..maiores lucros…e dane -se o passageiro

  4. Elvis disse:

    A pergunta que não quer calar se duas linhas fazem quase o mesmo percurso e se saem 2 ônibus ao mesmo tempo lotados em lugares diferentes, se acabarem com uma das linhas como vão colocar estes passageiros no ônibus já lotado, a maioria das pessoas utilizam os ÔNIBUS em horários específicos tipo das 5 as 6 horas da manhã tem que sair vários ônibus nestes horários porque se não perdem a hora de entrarem no trabalho,escola etc… não e so uma questão matemática, e que esse governo quer pagar menos e ter lucro, prefeitura não pode dar lucro em detrimento a qualidade de vida da população.

  5. Alfredo disse:

    Os motoristas de São Paulo ganham menos que os do ABCD, Sorocaba e outras cidades, dirigem veículos velhos e sujos, que quebram toda hora e a prefeitura só fala em diminuir custos.Os mesmos empresários que estão à anos no sistema continuaram, e o serviço não vai mudar nada, só os usuários e funcionários vão sofrer com essa mudança

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