Assembleia Legislativa aprova PL que torna obrigatória instalação de sistema de vigilância no transporte coletivo de SP

Algumas cidades já experimentam o sistema de vigilância por câmeras, como é o caso de Taubaté, no Vale do Paraíba

Transporte coletivo do estado de SP deverá ter câmeras para inibir casos de assédio e roubo. Sistema de vigilância se estenderá a ônibus, trens, metrô e balsas

ALEXANDRE PELEGI

A Assembleia Legislativa do Estado de SP (Alesp) aprovou nesta quinta-feira (8) projeto de lei que determina a instalação de câmeras de vigilância em ônibus, trens, metrô e balsas

O objetivo será realizar o monitoramento completo com gravação das imagens do interior e do exterior das instalações.

A proposta segue para a sanção do governador, e uma vez sancionada, passará a valer para todo o transporte coletivo sob responsabilidade do Estado de SP.

Para o autor da proposta, deputado Coronel Telhada (PSDB), dentro dos transportes coletivos pode haver vários problemas, que precisam ser comprovados, como problemas relacionados a assédio, roubo e até mesmo motoristas que não cumprem normas de trânsito.

O deputado acredita que a câmeras poderão agir como identificadores das pessoas que cometem atos criminosos, permitindo assim a possível punição dos indivíduos. Além disso, Telhada acredita que a simples existência das câmeras servirá para inibir os problemas de segurança.

Na justificativa do PL, o autor da proposta cita o acidente com um ônibus na Rodovia Mogi-Bertioga, no qual 18 pessoas morreram e 16 ficaram feridas. Ele afirma que, com as câmeras, haveria acondiçoes de se apurar as causas exatas do acidente.

CURITIBA

A instalação de câmeras de segurança no interior dos ônibus é a principal reivindicação dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba.

Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), desde julho várias reuniões já foram realizadas, e apenas a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) apresentou uma tentativa de solução para o pedido dos motoristas e cobradores. A Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) ainda avalia a situação, segundo informa o Sindimoc.

Em Curitiba já existe uma lei municipal (nº 13.885/2011) que exige o equipamento no interior dos ônibus da cidade, mas até hoje os ônibus da capital paranaense circulam sem o equipamento.

Em reunião entre a Urbs-Curitiba e a Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), que administra as linhas intermunicipais, com a presença do secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, em setembro, ficou definido que as câmeras de segurança seriam a principal ferramenta para frear a onda de roubos e arrastões que explodiu em Curitiba em 2017.

Enquanto as câmeras já estão sendo testadas nas linhas intermunicipais, a Urbs mantém a indefinição sobre o assunto.

A Urbs tem afirmado que não tem verba para instalar os equipamentos, que estão vinculados à renovação da frota. O tema da renovação está prestes a se efetivar após a prefeitura de Curitiba e o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) finalmente chegarem a um acordo.

Algumas cidades já experimentam o sistema de vigilância por câmeras, como é o caso de Taubaté, no Vale do Paraíba. Desde de junho de 2017, 50 ônibus da frota da empresa ABC Transportes, que presta serviços na cidade, passaram a contar com o sistema em 12 linhas da cidade.

No Distrito Federal, onde o roubo em ônibus cresceu bastante em 2016 – a Secretaria de Segurança Pública, entre 2015 e 2016, aponta aumento de 23,4% nas ocorrências – as empresas de ônibus começaram a investir no monitoramento da frota.

Foi o caso da empresa Marechal, que em janeiro de 2017 instalou câmeras e GPS em seus veículos. Nos 3 mil ônibus da Marechal são pelo menos três câmeras em cada, que transmitem em tempo real para uma central de monitoramento.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte
Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    Medida lógica, porém não inibe nada não.

    Agora vejam só, LEI PRA QUE ???

    “Em Curitiba já existe uma lei municipal (nº 13.885/2011) que exige o equipamento no interior dos ônibus da cidade, mas até hoje os ônibus da capital paranaense circulam sem o equipamento.”

    “A Urbs tem afirmado que não tem verba para instalar os equipamentos…”

    Só contribuinte tem de cumprir as leis, os puuuuuuuuuuuderes NÃO.

    Melhor então eliminar 95% das Leis do Barsil.

    Lamentávelllllllllllllllllllllllllllllllllll.

    Att,

    Paulo Gil

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