Scania, Comgás e Agility apresentam primeiro ônibus brasileiro movido a GNV/biometano em Fórum de Gestão Ambiental

Foto: primeiro ônibus brasileiro movido a biometano/GNV, produzido pela Scania, foi destaque em Campinas no Fórum Brasil de Gestão Ambiental em 2017

Além da diminuição da poluição sonora e de emissões, em comparação com um veículo similar a diesel ele emite 85% menos gases poluentes, se abastecido com biometano, e 70%, se estiver movido com GNV

ALEXANDRE PELEGI

Termina hoje (dia 12) em Campinas o Fórum Brasil de Gestão Ambiental (FBGA). Como um dos destaques do evento está o primeiro ônibus brasileiro movido a biometano/GNV.

Apresentado como atração pela Scania, numa parceria com a Comgás e Agility, o veículo está sendo usado nos traslados do aeroporto de Viracopos até o local do evento, o Expo Dom Pedro. E depois fica à disposição para visitas dos participantes do Fórum.

Eduardo Monteiro - ScaniaEduardo Monteiro (foto), responsável por desenvolvimento do mercado de Ônibus Urbanos da Scania no Brasil, disse ao Diário do Transporte que o ônibus Scania, que utiliza como combustível biometano, GNV ou uma mistura de ambos em qualquer proporção, “vem despertando o interesse da sociedade como uma solução para uma mobilidade urbana mais sustentável, considerando os aspectos tecnológicos, ambientais e econômicos”.

Eduardo conta que o ônibus chama a atenção pela redução de custos operacionais por quilômetro rodado. “Além da diminuição da poluição sonora e de emissões, pois em comparação com um veículo similar a diesel, ele emite 85% menos gases poluentes, se abastecido com biometano, e 70%, se estiver movido com GNV”, completa.

Parceira da Scania no evento, a Comgás ressalta as conquistas da junção de esforços. Ricardo Vallejo, gerente de marketing GNV da Companhia, relatou ao Diário do Transporte as vantagens do uso do gás natural. “Ele possui baixos índices de poluição global e local. Ou seja, é uma energia limpa, que pouco contribui para o crescimento do efeito estufa, e afeta menos a saúde das pessoas se comparado a combustíveis fósseis, por exemplo. Além disso, tem uma excelente competitividade em comparação aos combustíveis de baixo custo, como o diesel e biodiesel”, afirma.

O trabalho conjunto com a Scania é importantíssimo para desenvolver e estimular ainda mais a utilização desse combustível em frotas de ônibus”, completa Vallejo.

Além da Comgás, a Agility Fuel Solutions também apoia a exposição do ônibus no Fórum Brasil de Gestão Ambiental. A Agility é fornecedora de soluções para a mobilidade sustentável, por meio da fabricação de cilindros de fibra de carbono e outros componentes para o sistema de armazenamento de gás natural. Antonio Bermudo, diretor de vendas da empresa, conta que os equipamentos da Agility permitem o uso seguro e efetivo do gás natural como combustível em ônibus. “E, garantem um retorno rápido do investimento”, afirma.

K280 UB 6X2*4 3º EIXO DIRECIONAL PISO BAIXO MOVIDO A GÁSÔNIBUS MOVIDO A BIOMETANO OU GNV – CARACTERÍSTICAS:

Realidade já reconhecida nos países europeus, o ônibus movido a biometano ou GNV (ou ainda na mistura de ambos), precisou de adaptações para ser lançado no Brasil. Isso para oferecer todas as vantagens de um produto inovador, plenamente adaptado às necessidades do operador brasileiro. A Scania iniciou então um projeto que exigiu um novo layout da carroceria.

O modelo recebe um trem de força Scania que além de atender, supera a geração mais avançada da legislação de emissões, a Euro 6. No Brasil, a lei atual exige conformidade com a norma equivalente a Euro 5.

K280 UB 6X2*4 3º EIXO DIRECIONAL PISO BAIXO MOVIDO A GÁSPara se tornar um ônibus movido a biometano e GNV não são necessárias muitas mudanças na carroceria tradicional. Os cilindros de gás podem ser instalados no teto ou abaixo do assoalho.

A linha Scania com motor a gás veicular natural (GNV/biometano) oferece três modelos: o K 280 4×2, que pode receber carrocerias de 12,5 a 13,20 metros de comprimento. O K 280 6×2, de 15 metros de comprimento e dois eixos direcionais. Ambos equipados com motor de 280 cavalos. E o articulado K 320 6×2/2, de 18 metros, com propulsor de 320 cavalos.

O Fórum Brasil de Gestão Ambiental, realizado entre os dias 10 e 12, foi organizado pela Prefeitura de Campinas, Ministério do Meio Ambiente e Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente. O evento, que conta com o apoio da Unicamp, reúne representantes do poder público e sociedade civil com o objetivo de estimular e articular as diversas iniciativas que visam ao fortalecimento da gestão ambiental e à promoção da sustentabilidade, podendo levar ao intercâmbio de experiências e visões entre os diferentes agentes envolvidos.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte

Comentários

Comentários

  1. IVAN disse:

    Enquanto essas tecnologias de ônibus híbridos não forem mais acessíveis, não veremos resultados práticos no meio ambiente pois a maioria esmagadora dos municípios não possuem recursos para investir nesse tipo de ônibus, optando pelos modelos com motor a diesel ou biodiesel.

  2. jair disse:

    Em termos de custo de aquisição creio que se equipara ao do Diesel uma vez que os motores de ciclo Otto são muito mais baratos. A diferença então fica para implantação dos cilindros.
    Operacionalmente o custo de manutenção é ligeiramente mais alto mas compensa pelo valor do combustivel que é mais barato.
    Fica apenas a questão de especialização, que no inicio pode custar alguma coisa na sua implantação com treinamento dos funcionarios da manutenção e operação.
    Esse sistema já foi testado pela CMTC em um monobloco 0-321 com motor Dodge fabricado no Brasil
    e com GNV foi usado em operação por aproximadamente 5 anos em São Paulo.
    Espero que agora haja disposição politica em sua aplicação

    1. Paulo Gil disse:

      Jair, bom dia.

      Bom ler seus sábios comentários aqui no Diário..

      Esse O-321 com motor Dodge, pra mim é novidade; esse eu desconhecia.

      Eu não entendo nada de mecânica, mas como apaixonado e passageiro de buzão, a ideia que eu sempre tive do motor do buzão a gás, quando utilizei os mesmos, é de que eles não tem torque e falta força (fôlego) (isso grosseiramente falando).

      Parece carro 1.0 na subida, não tem força (fôlego).

      Os buzões a gás urravam nas subidas e nas saídas dos pontos de parada ou dos semáforos.

      Penso que se esta questão ainda não foi resolvida, o buzão a gás continuará no sonho.

      Em corredores planos pode ter aplicação, mas na Sampa esburacada e cheia de subidonas esquece.

      Salvo se esse bruto da Scania tiver torque, força e “pegada”.

      Forte abraço.

      Paulo Gil

      1. jair disse:

        Paulo Gil
        Bom Dia

        O projeto usando gas de lixo (ou metano) e GNT foi desenvolvido por uma parceria entre CMTC e o CTA de S. Jose dos Campos. Foi aprovado.
        O problema que a voce se refere da falta de potencia acontece quando o combustivel esta chegando quase no final dos reservatorios ou falta de componentes compativeis com a potencia do motor, como cambio e diferencial ( adaptação meia boca – somente colocando velas num motor diesel ou trocando somente o motor desconsiderando que seu projeto incluia também os demais componentes do veículo)
        Sou fã de todos os sistemas anti poluentes, mas a criatividade no uso depende de vários fatores,
        abraços

  3. Paulo Gil disse:

    Anigos boa noite.

    Se esse buzao é tão bom porque ele ainda não roda ???

    Att,

    Paulo Gi

    1. Arthur Lira disse:

      Parece que um modelo semelhante (não sei se era o mesmo) já foi testado aqui no Grande Recife e em Sorocaba.

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