Alckmin dá prazo para Linha 6 até fim de julho enquanto torce por interesse de Grupo espanhol

Trata-se do grupo Cintra-Ferrovial, que tem demonstrado interesse não só em comprar a parte das empresas brasileiras no consórcio, como também de buscar o financiamento do BNDES e retomar as obras

ALEXANDRE PELEGI

Em mais um capítulo da novela das obras da Linha 6-Laranja, o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, veio a público ontem para dar um novo prazo para o imbróglio que envolve a retomada das obras.  “Ou resolve neste mês de julho ou já será iniciado o processo de caducidade para fazer uma nova licitação”, disse o Governador.

(https://diariodotransporte.com.br/2017/07/03/linha-6-do-metro-governo-de-sp-da-mais-prazo-para-consorcio-obter-financiamento-para-retomar-obras/)

Agora a ameaça, já feita em ocasiões anteriores de rescisão do contrato com o Consórcio Move, responsável pela Linha, tem ao menos no fundo do palco a possibilidade de um socorro externo.

Sabedores de que uma rescisão contratual não resolve o problema de imediato, antes o posterga para uma longa disputa judicial, as autoridades do estado sinalizaram nesta terça-feira (4) com a possibilidade de um grupo espanhol assumir o contrato. Trata-se do grupo Cintra-Ferrovial, que tem demonstrado interesse não só em comprar a parte das empresas brasileiras no consórcio, como também de buscar o financiamento do BNDES e retomar as obras.

Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos, disse em coletiva: “Esperamos que nos próximos dias a empresa chegue com uma proposta formal. Se ela não chegar, aí sim vamos abrir um processo de caducidade”, reforçando a ameaça expressa por Alckmin contra as atuais empresas.

Enquanto o socorro da cavalaria espanhola não chega, o governo de São Paulo verbalizou ontem um novo prazo – inadiável, garantiu Geraldo Alckmin –  que expira no fim deste mês. É o tempo para a concessionária Move, responsável pela construção e operação da Linha 6-Laranja não só retomar as obras, paradas desde setembro de 2016, como atestar que tem condições de continuar os trabalhos.

Rescindir o contrato significa, na sequência, que o Governo fará nova licitação das obras, prazos que demandarão ainda mais incertezas no horizonte. Segundo Pelissioni, a rescisão do contrato abriria um prazo mínimo de seis meses para uma nova empresa ser contratada.

O consórcio, formado pelas empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e o fundo Eco Realty, pode desistir de continuar com as obras, caso não consiga liberar o financiamento do BNDES. Segundo o secretário Clodoaldo Pelissioni, a Operação Lava Jato complicou a situação das empresas junto à instituição financeira.

A Linha 6–Laranja em sua primeira fase deverá ligar a estação São Joaquim, na Linha 1–Azul, a uma futura estação no bairro da Brasilândia.

Numa segunda fase será estendida da região da Rodovia dos Bandeirantes até Cidade Líder, na zona leste. Passará próximo a diversas faculdades, como UNIP, FMU, FGV, PUC, Mackenzie e FAAP, motivo pelo qual foi apelidada de “Linha das Universidades”.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

 

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    E assim caminha Sampa e a humanidade.

    E o Aerotrem de Sampa ??

    Roda ou implode ??

    Quando ??

    Att,

    Paulo Gil

  2. Que seja replanejada a construção da estação metrô ferroviária para o Bom Retiro em vez de Agua Branca, para linha 6-Laranja do Metrô.

    Este replanejamento tem a finalidade de além de descentralização da Luz / Barra Funda, reurbanizar uma região altamente degradada.

    Os planos da CPTM de desativar a estação Julio Prestes CPTM em foco-“Estação Júlio Prestes poderá ser fechada”, sob a alegação que esta subutilizada, é mais um capítulo do descaso que se impõem aos usuários de trens suburbanos, faz com que todos tenham prejuízos com esta decisão, porém os usuários da linha 10-Turquesa ABC foram os mais prejudicados.

    Se a estação Júlio Prestes hoje se encontra subutilizada, é porque os planejadores não tiveram a sensibilidade de visualizar que esta estação terminal, só têm condições de receber composições provenientes de Barra Funda / Água Branca, inclusive os planejados trens regionais procedentes de Campinas, Sorocaba, entre outras cidades do interior, e linha 7 procedente de Francisco Morato, for para usar como terminal, porque não se transferiu a linha 7 para Júlio Prestes que fica próxima e esta subutilizada, uma passagem subterrânea poderia interligar estas duas estações com distância semelhante a percorrida pelos usuários da linha 10 até a estação da linha 3 do metro no Brás podendo os usuários terem acesso as linhas 1 e 4 do metro na Luz ?

    A estação da Luz já estava com seu limite esgotado quando teve a instalação uma estação subterrânea como terminal da linha-4 Amarela do Metro, esta estação do Metro deveria ser na Júlio Prestes, Nova Luz, Agua Branca ou Bom Retiro, jamais na Luz, sem que a estação Nova Luz estivesse concluída, e antes que tentem justificar que os subterrâneos da estação Júlio Prestes esteja tombado, e por isto que a linha-4 Amarela não foi instalada lá, é a mesma situação da estação da Luz.

    A estação Nova Luz que se diziam estar planejada para ficar no lado oposto a Júlio Prestes e ser interligada a ambas é mais uma destas promessas eleitorais que nunca se cumpriram, e o que é mais estranho, é que enquanto querem desativar uma (Júlio Prestes), dizem que querem construir outra com características semelhantes (Nova Luz).

    A estação da Luz é uma estação de característica de passagem, e não terminal, e é um desperdício logístico utilizá-la como esta sendo feito atualmente. .

    O resultado disto é que hoje temos uma estação da Luz super abarrotada e próximo ao caos, enquanto que a duas quadras uma estação as moscas, cujo destino previsto é de uma sala de “N” finalidades porem nenhuma como estação ferroviária de passageiros.

    1. Rafael disse:

      “Que seja replanejada a construção da estação metrô ferroviária para o Bom Retiro em vez de Agua Branca, para linha 6-Laranja do Metrô.”
      Isso não faz o menor sentido… A Linha 6-Laranja sequer passará próxima do Bom Retiro.
      A única possibilidade de haver uma estação na região seria a construção intermediária da CPTM entre a Barra Funda e Luz/Júlio Prestes (talvez na altura da Av. Rudge?), mas esta certamente seria mais uma estação subutilizada.

      Sobre a subutilização da Estação Júlio Prestes, concordo que houve uma sobrecarga da Luz com a construção da estação da Linha 4-Amarela, mas acho que se esta tivesse sido levada para a Júlio Prestes dificultaria bastante o acesso à Linha 1-Azul. O que pode ser feito, na minha opinião, é estender a Linha 11-Coral até a Júlio Prestes, a fim de receber o fluxo das Linhas 7-Rubi (com nova parada ou mudança de terminal) e 8-Diamante, mas para isso deveria ser feito um estudo de demanda (quantos passageiros provenientes dessas duas linhas têm como destino a Zona Leste? Talvez haja os que tomam a Linha 3-Vermelha na Barra Funda para fazer esse trajeto, quando poderiam usar a Linha 11, aliviando a lotação desta linha do metrô), além de verificar qual a capacidade da já saturada Linha 11 receber esse acréscimo de tráfego.
      Além, é claro, da ligação subterrânea entre Luz e Júlio Prestes, que poderia conectar as Linhas 7 e 8 ao metrô.

      1. Rafael;

        Vejamos algumas definições básicas de tipos de estações ferroviárias

        1ª Terminal: Composições não tem prosseguimento no mesmo sentido, expl. Júlio Prestes.

        2ª Passagem: Composições tem prosseguimento no mesmo sentido, expl. Luz.

        3ª Mista: Possuem ambas características de terminal e passagem, expl. Barra Funda , Brás.

        Pelo exposto fica evidenciado com relação a estação Júlio Prestes que por ser terminal só tem condições de receber as composições procedentes da Barra Funda, porém NENHUMA procedente da zona Leste ou o ABC como as linhas Coral e Turquesa entre outras.

        A finalidade da proposta da construção da estação no Bom Retiro seria reagrupar todas elas além o aproveitamento de área já reservada para esta finalidade onde existia um antigo moinho já demolido, em que as linhas da antiga Sorocabana e Santos a Jundiaí correm em paralelo, além do uso para os futuros trens de longo percurso que já existiam no passado.

        Também poderia ser aproveitada na transversal como uma futura estação do Metrô (Não necessariamente a Linha 6-Laranja).

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