Crise atrasa obras do VLT e do Metrô em Fortaleza

VLT avançou apenas 5% em sete meses. Linha Leste do Metrô está paralisada, à espera de liberação de recursos do Governo Federal

ALEXANDRE PELEGI

A crise econômica está provocando atraso em obras governamentais, fato que pode ser visto em todo o país. Apesar desse tipo de obra tradicionalmente andar a passos de cágado (basta ver as obras do metrô de São Paulo) mesmo em condições econômicas normais, a falta de dinheiro nos cofres públicos tem piorado o cenário desde que a recessão bateu forte no país.

Um exemplo é o Veículo Leve sobre Trilhos de Fortaleza (VLT Parangaba-Mucuripe), que teve seu início em 2012, com previsão de término para 2014, e ainda está em fase de obras. O mesmo ocorre com as obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor), que estão paralisadas desde 2015.

No caso da Linha Leste do Metrô o governo estadual, responsável pelas obras, espera a liberação de R$ 2 bilhões para retomar o trecho: R$ 1 bilhão do Ministério das Cidades e R$ 1 bilhão do BNDES.

Já as obras do VLT, que deveriam ter ficado prontas para a Copa de 2014, uma série de percalços tem atrapalhado a conclusão. Com os serviços suspensos em maio de 2014, motivado pela quebra de contrato com o consórcio CPE-VLT, a obra só foi retomada mais de um ano depois, em julho de 2015.

OBRA DA LINHA LESTE DO METRÔ DE FORTALEZA AGUARDA LIBERAÇÃO DE R$ 2 BILHÕES:

As obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor) tiveram início em novembro de 2013. Paralisadas no início de 2015, o governo do estado do Ceará aguarda verbas garantidas pelo Governo Federal para a conclusão do trecho.

metrofor_linha_lesteAinda esperando a liberação de R$ 2 bilhões, o governador do Ceará, Camilo Santana, está a um passo de perder a paciência. Ele disse há poucos dias que, caso o impasse com os organismos do Governo Federal não seja resolvido através do diálogo, ele poderá entrar na Justiça para garantir os recursos para a Linha Leste do Metrofor. O governador afirma ter todos os documentos que mostram a autorização para a obra, provenientes dos organismos do Governo Federal – Ministério das Cidades e BNDES.

Inicialmente a expectativa era que parte da Linha Leste do Metrofor fosse entregue em 2014. Agora, a nova data de conclusão prevista saltou para 2019.

TRECHO 2 DO VLT DEVE ENTRAR EM OPERAÇÃO ASSISTIDA ATÉ O FIM DE JUNHO:

A Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra) é a responsável pela implantação do VLT Parangaba-Mucuripe. A obra, dividida em três trechos, está em andamento, e alcançou 65% do previsto. Mas a obra avançou lentamente em sete meses, já que em novembro de 2016 o percentual de execução era de 60%.

mapa_vlt_fortalezaDos três trechos do VLT, o primeiro a entrar em operação é o trecho 2, já com 95% de execução. Entre as estações Borges de Melo e Parangaba, o trecho 2 está em operação experimental (sem passageiros) desde setembro de 2016, com previsão de entrar em operação assistida até o fim deste mês. Nesta fase assistida o sistema vai operar com passageiros, em horários reduzidos e com embarque gratuito. (Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2017/04/22/vlt-de-fortaleza-tera-operacao-assistida-em-maio/)

O trecho 1 contempla a construção da passagem inferior da Avenida Borges de Melo. Este trecho atingiu 60% da execução, e tem previsão de ser entregue ainda em setembro deste ano. O trecho 3, no percurso entre as estações Iate e Borges de Melo, tem expectativa de entrega em 2018.

Quando pronto, o modal terá 13,4 quilômetros de extensão, dos quais 12 quilômetros em superfície e 1,4 em trechos elevados. O VLT de Fortaleza atravessará 22 bairros onde moram mais de 500 mil pessoas.

Os serviços nos três trechos são executados pelo Consórcio VLT Fortaleza, que reúne as empresas AZVI S/A do Brasil e Construtora e Incorporadora Squadro Ltda. O valor total da obra do VLT é estimado em R$ 284,6 milhões.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

 

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Permitam-me, discordar.

    A culpa nao e da crise, e sim do disperdicio do dinheiro do contribuinte que continua firme e forte.

    Se nao acabar esse maldito disperdicio do dinheiro do contribuinte, nem sem crise.

    E o Aetotrem de Sampa, por que nao fazem um post especial com o Aerotrem ??????

    Att,

    Paulo Gil

  2. JERONIMO SOUZA DE FREITAS disse:

    o pior não é divulgado, barias fámilias sofrem com problemas de saúde causados pela obra, idosos e crianças são os mais afetados, os problemas respiratórios ocasionados pela poeira da obra são constantes e não há nenhuma acompanhamento por parte dos responsáveis.
    a morte ronda os trilhos do VLT.

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