Fetranspor teme fechamento de mais 12 empresas de ônibus em 2017 e diz que BRT está ameaçado

ônibus
Ônibus no Rio de Janeiro. Indefinição sobre tarifas

Entidade quer definição do reajuste das tarifas de ônibus.

ADAMO BAZANI

A Fetranspor e o RioOnibus, unidades sindicais que representam as empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro e da capital, respectivamente, divulgaram uma nota por volta das 7h30 desta quinta-feira, 22 de dezembro de 2016, em que se dizem preocupadas com a indefinição sobre os reajustes das tarifas de ônibus da capital fluminense.

O atual prefeito Eduardo Paes deve deixar para o prefeito eleito Marcelo Crivella a decisão sobre se as passagens terão reajuste ou não no dia 1º de janeiro.

O contrato prevê um aumento anual nas tarifas.

De acordo com Paes, ainda não foi aplicado o índice de 6,58% com base no INPC – Índice de Preços ao Consumidor – Amplo, além do acumulado do ano.

Na manhã nesta quinta, a Fetranspor diz que há possibilidade, pelo desequilíbrio econômico, do fechamento de mais 12 empresas e demissão de 5.000 rodoviários em 2017.

Entre 2015 e 2016 seis companhias de ônibus fecharam, provocando a demissão de 3,9 mil trabalhadores do setor.

Acompanhe a nota:

  1. Causou preocupação ao setor de ônibus da cidade do Rio de Janeiro a notícia sobre a indefinição da concessão do reajuste da tarifa dos ônibus municipais.

 

  1. O respeito ao contrato garante a segurança jurídica necessária para a continuidade dos investimentos feitos pelos consórcios para a melhoria da qualidade do serviço prestado à população. É importante lembrar que durante o ano as empresas assumiram despesas que são levadas em conta na fórmula que prevê o reajuste da tarifa, como o pagamento do dissídio dos rodoviários, os aumentos concedidos para o óleo diesel, os custos maiores para a compra de pneus e os investimentos feitos na frota. São itens calculados por entidades como IBGE, ANP e FGV. O contrato de concessão prevê um reajuste anual de tarifas a ser definido em dezembro para aplicação em 1º de janeiro do ano seguinte. E assim tem ocorrido ao longo dos últimos 5 anos, ainda que com alguns questionamentos na Jusstiça, todos os reajustes foram confirmados.

 

  1. É de domínio público que o setor de ônibus está em crise e já fechou 6 empresas de ônibus nos últimos 18 meses (Bangu, Algarve, Top Rio, Andorinha, Rio Rotas e Translitorânea). Foram demitidos 3 mil rodoviários e 900 ônibus destas empresas deixaram de circular..

 

  1. 2017 não será diferente de 2016, e o ano começa com a possibilidade de fechamento de mais 12 empresas e com demissão de aproximadamente 5 mil rodoviários, pela crise econômica do Estado e País e, agora, pelo desequilíbrio econômico financeiro das empresas.

 

  1. Mesmo o BRT, motivo de orgulho durante os Jogos Olímpicos, que opera com mais de R$ 7 milhões de prejuízo/mês, poderá ter sua continuidade ameaçada.

 

  1. Por tudo isso, o não reajuste de tarifa, previsto em contrato, representaria, além de quebra de acordo,, o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas e a possibilidade de ter descontinuidade de várias linhas e falta de ônibus em várias regiões da cidade. Os consórcios certamente não terão condições de suprir tantas empresas paralisadas e nem de readmitir os rodoviários que ficarem desempregados.

 

  1. Ontem, a Supervia teve seu pedido de falência requerida, as Barcas protocolaram na Justiça pedido de devolução das concessões ao Governo do Estado. Não gostaríamos que a mesma situação seja estendida às empresas de ônibus municipais, se seus direitos assegurados em contrato não forem cumpridos.

EMPRESAS DE ÔNIBUS QUE JÁ FECHARAM NO RIO DE JANEIRO:

2016:

– Auto Viação Bangu (Consórcio Santa Cruz)

– Algarve (Consórcio Santa Cruz)

2015

– Translitorânea (Consórcio Intersul)

– Rio Rotas (Consórcio Santa Cruz)

– Andorinha (Consórcio Santa Cruz)

– Via Rio (Consórcio Internorte)

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. João Luis Garcia disse:

    O ano de 2017 será um ano de muitas provações para o setor.
    Não é preciso ser um técnico e nem ter feito uma faculdade de engenharia em transporte para ver que o BRT atualmente em operação na cidade maravilhosa e deficitário, os veículos percorrem o trecho da Barra praticamente vazios as estações ao longo do percurso estão desertas, como pode cobrir os custos de operação e ainda remunerar os operadores?
    Foi uma obra política visando atender a vários interesses, principalmente as Olimpíadas, agora não podemos somente criticar o poder público pois os empresários que aceitaram participar dessa obra também deveriam ter melhor estudado o impacto dos recursos investidos x resultado da operação.
    Vale destacar que em 2016 essas empresas que tiveram suas atividades suspensas pertenciam quase todas ao mesmo Grupo “Breda Rio” um grupo que sempre foi considerado como inovador na adoção de novas tecnologias, ônibus maiores com motorização central e traseira, ar condicionado, micro ônibus com 3 eixos, etc.
    Enquanto o mercado inteiro apontava para a motorização dianteira.
    A atual situação verificada na cidade do RJ não é um caso localizado, pois o poder público por muitos e muitos anos vem sendo irresponsável no que se diz respeito a cumprir os contratos de concessão, atrasando o repasse dos valores sejam eles de subsídios ou mesmo da tarifa, criando gratuidades, etc.
    E agora a infeliz promessa feita durante a campanha do Prefeito eleito da cidade de SP começa a contagiar diversas cidades no País.
    Muitos prefeitos aguardam o desfecho do quadro “congelamento da tarifa” para tomar a decisão de dar ou não o reajuste da tarifa o que na verdade é simplesmente uma cláusula contratual que em qualquer País sério já estaria sendo cumprida.

  2. Rogério Vilas Bôas disse:

    Tem de se abrir novas licitações para haver uma verdadeira concorrência.

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa tarde.

    Agora acabou o lucro, assim só resta embarcar no buzão da foto e ir para a praia ,pedir para sair ou falir.

    Chegou a hora da “onça beber água”, acabou a “matemática mágica”, sem lucro ninguém consegue manter cabritinho novo, nem com ou sem ar condicionado e nem trucadinho articuladinho “batendo lata”.

    Veja só o que as barcas fizeram, devolveram a concessão.

    Agora sim, comecei a entender a “bendita continha”.

    Tudo funcionando, afinal dava lucro, só não me perguntem como mas dava.

    Agora sem lucro, nem Mister M consegue manter buzão rodando, seja qual modelo for.

    Sem contar o que estão relatando do BRT do RJ, que foi só um “flash’ para as olimpíadas.

    Agora começa a contagem regressiva para o BRT RJ, virar um palco abandonado, afinal sem lucro nada roda.

    Não adianta liberar FGTS não, isso é só ilusão.

    A real é que o REAL dos cofres do Tesouro Nacional, acabou.

    Congelar gastos é outra medida ineficiente, afinal o pais e inflacionário por genética, o que tem de ESTIRPAR É O DISPERDÍCIO, a exemplo do BRT RJ e do Aerotrem de Sampa.

    Como congelar gasto no Brasil, um país no qual falta tudo, quer dizer quase tudo, afinal corrupto tem pra todo canto.

    Faz uma pizza, paga uma graninha e pede desculpas, simples assim e tá tudo certinho.

    BRASILLLLLLLLLLLLLLLLLLlllllllll

    Att,

    Paulo Gil

  4. MANOEL BORGES BORGES disse:

    Não acredito em nenhum desses dados. As empresas q fecharam, eram apêndices de outras q estão hj ae, rodando, oferecendo um péssimo serviço, e com seus donos vivendo como principes. Não vejo o Sr jacob Barata reclamar, nem tão pouco a Viação Redentor, que cresceu a olhos vistos , na adminitração do Prefeitinho Dudu Paes, q deu enormes incentivos a elas, inclusive isenção de ISS. O povo não é burro!!!

  5. MANOEL BORGES BORGES disse:

    Só p complementar o acima exposto: Sou empresário, e me proponho a assumir essas linhas q fecharam e os 900 onibus q deixaram de rodar.

  6. waner Fonseca de Almeida disse:

    trabalho no transporte publico da cidade de Tres Rios Rj aonde a tarifa esta em 1.75 e sera reajustada no dia 06-02-17 para 2,20 e nosso decimo terceiro e dicidio estao atrasados e a empresa Transa Trasnporte Coletivo ameaca fechar as portas pq esta q nove anos sem reajuste.

  7. Helio Vieira disse:

    Facil: Uma Juiza de Niteroi RJ (publicado no Diario da Justiça Eletronico de 31/08/17 – 7ª Vara Cível) sentenciou que uma aluna do Colegio Pedro II pode tambem usar os ônibus especiais Castelo-Alcantara da viação Fagundes. Quer dizer, vai invaibilizar completamente esse tipo de transporte. Como em havendo gratuidade na Calsse Economica de aviões, fosse autorizada tambem a gratuidade na Executiva e 1ª Classe.

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