PASSE DE MÁGICA: Haddad diz que se São Paulo quiser Passe Livre para todos os passageiros, é melhor “eleger um mágico”

Passe Livre

Um dos bloqueios em manifestação do Passe Livre. Haddad ironiza o que considera falta de propostas. Foto: Adailton Damasceno / Futura Press

O prefeito voltou a defender a municipalização do imposto do combustível para reduzir tarifa aos passageiros do transporte público

ADAMO BAZANI

Durante uma visita a Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, o prefeito Fernando Haddad voltou a dizer,  na tarde desta quinta-feira, 21 de janeiro de 2016, que neste momento é impossível a cidade ter tarifa zero para todos os passageiros no sistema municipal de transportes como defende o Movimento Passe Livre – MPL.

Segundo Haddad, nenhum administrador conseguiria que a tarifa não fosse cobrada nas catracas.

“Agora quer passe livre para todo mundo. Então é melhor eleger um mágico em outubro, porque prefeito não vai dar conta disso” disse o prefeito, que voltou a afirmar que seriam necessários R$ 8 bilhões para que o Passe Livre total fosse implantado, o que corresponde a toda arrecadação anual do IPTU.

Ele comparou o custo do Passe Livre para estudantes às obras que poderiam ser feitas com o dinheiro.

“Com os R$ 700 milhões que custam o passe livre estudantil seria possível construir 20 CEUs e 4 hospitais gerais por ano.”

Haddad voltou a defender a municipalização da Cide – Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico, conhecido como imposto dos combustíveis para que recursos sejam destinados do transporte individual para o transporte coletivo.  Parte destes recursos subsidiaria a operação dos sistemas de transportes urbanos e integrações com os metropolitanos, o que poderia deixar as tarifas menores.

Uma PEC – Proposta de Emenda à Constituição, apresentada no Congresso em 15 de dezembro, propõe a criação da tributação. Haddad disse que os movimentos sociais deveriam aprofundar o debate e reivindicar alternativas de financiamento ao transporte coletivo, que hoje é um Direito Social.

“Tem uma PEC no Congresso Nacional que propõe a municipalização dos tributos que incidem sobre a gasolina. E a proposta dos prefeitos do Brasil inteiro, não é proposta de São Paulo, que essa PEC seja aprovada, porque nós teríamos uma fonte de financiamento para a tarifa de transporte público… É nossa recomendação para os movimentos que pleiteiam mais benefícios, hoje nós já estamos investindo R$ 2 bilhões em gratuidade para estudantes, idoso, desempregado e pessoas com deficiência. Se nós vamos ampliar as categorias, nós precisaríamos uma fonte de financiamento”

Haddad ironizou as reivindicações de passe livre total sem a apresentação de propostas.

“Tem tanta coisa que podia vir na frente, podia ser almoço grátis, jantar grátis, ida pra Disney grátis. Começa a ficar uma conversa que você não sabe aonde vai dar” – arrematou o prefeito.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Andre Belido disse:

    E de fato é verdade, a cidade, pelo seu tamanho não comporta uma tarifa zero, mas uma coisa é certa, se os empresários no geral não visassem tanto o lucro, talvez o subsidio fosse um pouco menor.

  2. Rubens Segura disse:

    Quando o poder publico interfere no processo o custo aumenta. Prefeitura deveria sair fora desta barca, deixar os empresários e perueiros livres para praticar um preço justo e honesto nas passagens, claro que com auditoria e fiscalização rígida e também para evitar excessos nos preços de tarifas..
    A prefeitura deve remunera-los pelos transporte de idosos, gratuidades e estudantes.
    Acredito que as coisas voltariam a normalidade e os preços cairiam, lembrando que o custo de um operador como cooperativa é muito menor que os de empresários que têm a obrigação dos encargos trabalhistas e os perueiros não!!..

    1. Raphael disse:

      O problema é que eles como perueiros não tem garantias trabalhistas como INSS e FGTS, além de ficar a mercê de “empresários” exploradores. Olha não sei não mas se o poder público deixasse de intervir, os empresários iriam fazer o que quisessem aqui – e claro – sempre puxando a sardinha para o lado deles. Viraria bagunça, perderíamos qualidade no transporte e poderíamos chegar a algo semelhante como que acontece com as empresas de transporte intermunicipal da região do ABC: fazendo o que querem como passagens absurdas, frota velha e mal conservada, funcionários explorados e mal pagos além de expostos a condições hostis de trabalho, esquemas de propina e falcatruas de forma descarada. Eu não desejaria isso de forma alguma na capital.

      1. Rubens Segura disse:

        Raphael,boa noite!
        Quanto a direitos trabalhistas realmente não teriam, mas podem recolher como autônomos, através do empreendedor individual.
        Quanto a serem explorados , são é muito, mas não por empresários e sim por bandidos infiltrados na Direção das cooper e ninguém do governo audita ou fiscaliza as cooperativas neste pais, as cooper têm o seu Conselho Fiscal mas são todos eleitos por influencia das Diretorias. Quando o governo quer ele consegue fiscalizar com bastante eficiência, o problema e justamente este, querer fazer algo de bom para a população sem levar vantagem em alguma coisa. Esta intermediação entre o que é pago pelo usuário e o que é repassado as cooper e empresários é uma mina de dinheiro para a SPTRANS, não para a prefeitura.

    2. Julio Jesimiel Gotardo disse:

      Não esqueça que há a integração, cada modal vai cobrar sua tarifa separadamente?Se um cidadão que mora na Cidade Tiradentes e trabalha na Zona Sul vai ter que pagar quantas passagens?

  3. porque a prefeitura não volta com a CMTC

  4. Raphael disse:

    Tenho que concordar com o Haddad dessa vez, o que ele disse é algo bem sensato diante da proposta surreal proposta pelo MPL. Não adianta, tirando a maioria das empresas que são públicas e as entidades sem fins lucrativos, quase todas as empresas privadas visam lucro, pois do contrário não é vantagem nenhuma para o empresário. Eu duvido que alguém aqui queira trabalhar só para pagar conta e não ter um mísero real para gastar consigo mesmo. É assim que funciona as coisas, todo serviço prestado tem um custo e é isso que o MPL limitado às teorias marxistas parece não entender. Numa cidade grande como essa, sim, é possível usar os meios para minimizar os impactos no valor da tarifa, mas praticar tarifa zero é algo tão utópico como o clássico socialismo idealizado lá no século XIX. Estão desperdiçando forças brigando por uma causa praticamente irrealizável numa cidade do nível de São Paulo, pela sua complexidade, custo de vida e quantidade de habitantes. Deveriam sim brigar pela corrupção que assola a nossa economia desacreditada e que muitos brasileiros estão pagando o pato por isso, pois se não fosse a situação política e econômica que passamos hoje, provavelmente não teríamos uma passagem tão cara como temos hoje. Uma vez a própria Dilma disse uma vez que passe livre é impossível, pois o serviço tem um custo e é necessário obter fundos para paga-lo, e alguém precisa – “Ou se paga a tarifa, ou paga imposto” – assim mesmo ela disse, ou seja, de um jeito ou de outro o dinheiro sai do nosso bolso, então prefiro do jeito que está, pois pelo menos eu pagarei somente o que eu usar de transporte.

  5. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Concordo, os magicos sao muito mais criativos e quem sabe ao inves de aumentar impostos o magico opte por nao dispercar verba publica.

    E dessa magica que Sampa e o Brasil precisa.

    Estao fazendo recapeamentos de ciclotintas que esta ficando igual ou pior do que era antes e a Avenida esta toda remendada e nada se faz, e essa ciclotinta nem e utilizada.

    Depois complemento com o nome da avenida, passei nela agora a pouco.

    E oz Aerotrens abandonados.

    Que venha os magicos pra Sampa e parao DF, afinal a esperanca e a ultima que morre.

    Att,

    Paulo Gil

    1. Paulo Gil disse:

      Complementando

      A ciclotinta que esta sendo mal recapeada fica na Av. Pablo Casals.

      Passem por la e confiram.

      Att,

      Paulo Gil

  6. Emílio Santos disse:

    Puxa Vida, Finalmente o Prefeito Haddad Falou algo de Muito Inteligente na Vida. É só um Mágico para Fazer o tal do Passe Livre mesmo, quanta infantilidade essa Ideia de dar passagem de graça para estudantes que só pensam em matar aula pra ir para funk Fumar Maconha. Todo Transporte Público Tem que Ter dinheiro vindo de algum lugar, ou seja, dos usuários que somos nós, para a gasolina, mecânica dos carros e a remuneração dos motoristas e cobradores, dentre outros funcionários. NÃO QUEREM PAGAR ? VÃO À PÉ E FIM DE PAPO !!!

  7. Marcos Eduardo disse:

    A magica do passe livre,sera você pagar mais caro, e ainda achar que é de graça.

    1. Emílio Santos disse:

      Xeque-Matte, Marcos Eduardo, Você Acertou a Jogada. Passe Livre ? Meu Deus de Céu, é Pedir pra Cristo Transformar a Água do Tietê em Vinho. ACORDA POVÃO !!!

  8. Luiz Antonio disse:

    Dentro da atual conjuntura econômica, Orçamentos (Federal,Estadual,Municipal) definidos e aprovados para 2016, IPTU já encaminhado etc….o Haddad esta certo, não existe a menor possibilidade de implementar tarifa Zero e por ser um ano eleitoral tem demonstrado muita coragem de não apenas dizer NÂO como também esclarecer a razão da inviabilidade.
    O MPL e outros grupos sociais também não estão errados ao combaterem reajustes na tarifa do transportes e até reeditarem a proposta de tarifa ZERO, mas precisam abandonar o radicalismo “partidário” sustentado por disputas entre eles, aceitando dialogarem quanto as formas de “financiamento” para para tarifa ZERO, que naõ entendo como “utopia”. pois também custa muito caro, mas muito mesmo, para toda a sociedade (inclusive usuários dos ônibus) mantermos em condições razoáveis toda malha viária da cidade, sinalização, socorro a acidentes e etc, que prioriza sempre o usuários do transporte individual.
    Construirmos a redução tarifaria gradativa, distribuindo seu custei nos impostos para TODOS não é “utopia”, mas….lembro-me muito bem do embate em 2013/14 em torno dos reajustes no IPTU….os pais de muitos destes “descoladinhos” que estão nas ruas (falo com conhecimento) lutando por tarifa ZERO e muitos deles inclusive BERRARAM muito contra a proposta de reajuste progressivo.

    Quanto a proposta do Rubens, “liberdade para empresários e alternativos” fixarem tarifa, isto é voltar a um passado de tristes lembranças.
    Achar que “empresários” de ônibus não irão pactuar tarifas escochantes principalmente para usuários mais periféricos e que fomentaram disputa entre eles é muita inocência, pois , poucas categorias empresarias sustentam com tanta competência (apesar de intrigas entre eles) seus “lobs”, tanto é que continuam “donos” da maior bancada de vereados em SP, manipulam a favor de seus interesses na TCM ( vide as barreiras para nova licitação) e são amicíssimos de grande parte do judiciário (juízes).

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