DILEMA NOS TRANSPORTES POR ÔNIBUS URBANOS: NÚMERO DE PASSAGEIROS CAI 30% E CUSTOS AUMENTAM

ônibus

Os transportes públicos por ônibus urbanos vivem um dilema muito grande. Enquanto os custos para operar os sistemas aumentam, o número de passageiros cai. Os ônibus não recebem prioridade no espaço urbano, mesmo transportando por unidade o equivalente a 70 carros de passeio. Presos nos congestionamentos, os ônibus se tornam caros para operar, sem contar com outros problemas, como a carga fiscal sobre o setor, a forma arcaica de administração de muitos empresários e as oscilações de preços como de peças e combustíveis. Isso reflete em aumento de tarifas e mais evasão de passageiros. De 1997 a 2007, segundo o Ipea, o número de passageiros caiu 30%, mas o valor das passagens superaram 60% a inflação. As vendas de carros e motos cresceram de 9% a 20% respectivamente. Apesar da alta demanda, a Avenida Paulista, por exemplo, se torna um dos trechos que mais apresentam custos para os ônibus operarem por causa do para e anda e falta de prioridade de verdade. Foto: Adamo Bazani.

Demanda dos transportes públicos cai 30% em 10 anos
No mesmo período, venda de carros cresceu 9% e de motos cerca de 20%

ADAMO BAZANI – CBN

O setor de transportes públicos, principalmente o de ônibus, vive um grande desafio.
Como se tornar atrativo e financeiramente vantajoso se os custos de operação, por conta da falta de prioridade no espaço urbano só aumentam, e ao mesmo tempo, o número de passageiros, que financiam o sistema, tem decaído ano após ano?
O que ocorre com os ônibus urbanos pode ser comparado ao que ocorreu com os transportes aéreos, só que ao contrário. No setor de aviação, com uma nova postura empresarial, as companhias conseguiram diminuir os custos, reduzindo para o básico, mas dentro da qualidade mínima espera, o padrão dos atendimentos. Isso diminuiu o valor das tarifas e atraiu mais passageiros. Com mais passageiros, foi possível diminuir ainda mais o valor das passagens.
Com os ônibus urbanos, o número de passageiros só cai e os custos aumentam, mas com uma diferença: ao contrário do setor aéreo não é possível reduzir ainda mais o padrão de qualidade dos serviços dos ônibus.
O ônibus é responsável por mais de 80% dos deslocamentos urbanos em todo o País. E atualmente é sinônimo de sofrimento: lentidão, demora, lotação, riscos e veículos nem sempre seguros.
E com o trânsito cada vez mais complicado nas cidades, com os ônibus que transportam por unidade muito mais passageiros que os carros sem receber nenhum tipo de prioridade no espaço público, até por questão de democracia do uso do espaço urbano, operar este tipo de transporte está mais dispendioso.
Por isso que corredores exclusivos, do tipo BRT – Bus Rapid Transit – como os de Curitiba, que têm veículos novos, prioridade, pontos de ultrapassagem e permitem pagamento antes do embarque , além de acessibilidade, são considerados alternativas emergenciais para um problema que já deveria ser tratado há muito tempo.
Todo este cenário deixa o ônibus urbano mais caro e espanta passageiros.
Um levantamento realizado pelo Ipea – Instituto de Pesquisas Econômicas aplicadas – revela que de 1997 a 2007, o número de pessoas que suam o transporte público, principalmente por ônibus, o principal modal do País, caiu 30%.
Ao mesmo tempo, desde 1995, andar de ônibus ficou muito mais caro e superou os aumentos de salários da população e muito. Desde 1995, as tarifas de ônibus urbanos subiram 60% acima do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor – acumulado.
Enquanto de 1997 a 2007, o número de passageiros de ônibus urbanos caiu no Brasil, as vendas de carros de passeio, que ganharam até estímulos fiscais na época do governo de Luís Inácio Lula da Silva, cresceram 9%. Já as vendas de motos, que também tiveram incentivos fiscais, registraram alta de 20%.

TREM E METRÔ TÊM MAIS PASSAGEIROS QUE OFERTA:

O que as pessoas que usam os trens e metrôs das principais cidades brasileiras sentem na pele literalmente com lotações excessivas e desconfortos cada vez maiores, a pesquisa do Ipea conseguiu expressar em números.
O aumento de oferta de trem e metrô, e das malhas ferroviárias urbanos, não chega nem de longe do crescimento do número de passageiros.
De 1997 a 2007, a malha do metrô em todas as cidades do País subiu 26% e a demanda cresceu 54,6%.
Já em relação aos trens urbanos, a situação é pior ainda, de 1997 a 2007, o número de passageiros subiu 150% e as malhas ferroviárias só se expandiram 8%, de acordo com o Ipea.
Para o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, isso é reflexo da maior periferização das cidades, da insatisfação com os ônibus e de uma demanda reprimida por transporte ferroviário.

AINDA É O LÍDER:

Mas os ônibus no Brasil ainda predominam nos transportes públicos, o que mostra que soluções imediatas que são necessárias, e a longo prazo, pela limitação do modal ferroviário em várias regiões, passa por uma melhoria nos sistemas de ônibus urbanos em todo o País.
E aumentar a quantidade de ônibus não é a solução, segundo os especialistas. Os sistemas devem ser mais rápidos, com políticas que realmente privilegiem os transportes públicos, em especial os ônibus.
Os números dos transportes coletivos por ônibus no Brasil impressionam qualquer nação e refletem verdadeiras fortunas.
Em todo o País são 230 mil ônibus registrados, aproximadamente. Esse número corresponde ao dobro da frota norte-americana e a seis vezes a frota da França. Por dia são 50 milhões de brasileiros transportados que deixam nas catracas mais de R$ 10 bilhões.
E por incrível que pareça, todo este sistema pode se tornar inviável se não houver um conjunto de ações integradas, entre empresas e poder público, para deixar o ônibus atrativo, pois do jeito que estão vários sistemas locais, na primeira oportunidade, o passageiro não vê a hora de deixar os ônibus de lado.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes e repórter da CBN.

Comentários

Comentários

  1. gabriel disse:

    não podem construir corredor na avenida paulista. O jeito é troncalizar todo o sistema o mais rápido possível.

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Além das leis de mercado “oferta x demanda”, “preço x qualidade”. há uma lei da física
    que explica este resultado. É a lei da ação e reação.

    É simples: Não saõ os passageiros que estão abandonando os “ônibus”, são os
    “ônibus” que estão abandonando os clientes.

    Vamos relembrar só de um item, para exemplicar de forma pedagógica.

    Alguém esqueceu dos bancos duros de fibra??

    Resposta: Nínguém. Certo? certo.

    Então: Como voltaram os bancos “macios” que agora já estão duros de novo?

    Pela lei do mercado e pela lei de ação e reação, de novo.

    As macias “Sprinter´s” equipadas com bancos também macios, dos perueiros é que fez com que os “ônibus” retirassem os bancos de fibras, afinal banco duro era legal e banco macio era ilegal e assim foi.

    Pois é, é só deixar os “ônibus”, serem operados por quem sabe tratar os passageiros; afinal passageiro também pensa e sabe diferenciar os tipos de atendimentos que recebe.

    Isso sem contar as linhas em ZIG ZAG.

    Mas fiquem tranquilos que está marca além do resultado óbvio, ela vai é aumentar, pois os atuais carros utilizados são horríveis, fora o alto degráu interno.

    Sugestões eu já dei, mas ninguém se importa, quem sabe agora com essa e a futura queda.

    Mais sugestões e dicas, só mediante o pagamento de royaltie$$.

    “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”

    Muito obrigado.

    Paulo Gil

  3. André disse:

    Este é mais um exemplo de que o Brasil é o país dos contrastes! MAIOR operador de ônibus do mundo não tem infraestrutura que atenda esse modal. Só no Brasil mesmo!
    A sociedade reclama dos ônibus, com apoio da mídia, mas não se dá conta que o Brasil não fez as ruas para o transporte público e sim para os veículos individuais. E agora com tanto prédio ocupando todos os espaços possíveis (pelo menos em São Paulo) não tem como implantar corredores segregados para ônibus. Aí a população reclama sem razão achando que o problema é o ônibus em si e não a adminstração pública. E mesmo que se construa essa infra-estrutura ou ela será constestada por interesse da elite, ou possibilitará o acesso de carros nela. Falta projeto e sobra corrupção!

    A população brasileira é hipócrita por fingir não saber das limitações dos ônibus em relação á estrutura que dependem e ainda temos os interesses políticos (de outras adminstrações também – portanto estamos pagando pelos erros do passado) que se negam a pelo menos diminuir esses problemas de mobilidade, principalmente urbana.
    Em relação aos BRTs Adamo, acho que o Expresso Tiradentes é referência no Brasil, mas sem desmerecer o sistema de Curitiba, que é pioneiro em corredores segregados para ônibus. Um diferencial do Expresso paulistano é que ele possui um trecho elevado e não passa por semáforos, ainda que tenha uma nova ramificação que faz os ônibus passarem por esse atrazo de situação.

    Quem ganha mais com essa situação lamentável são as montadoras, que por sua vez retribuem em qualidade de vida insustentável com congestionamentos, acidentes, danos ambientais (proprietários de carros velhos que não fazem manutenção preventiva) etc causados por produções recordes de carros, enquanto os ônibus pagam as contas com discriminação social, preconceito e custos causados em parte pelos confortáveis carros.

    1. Paulo Gil disse:

      Amigos, bom dia

      Expresso Tiradentes pode até ser legal, mas não dá produtividade
      pois tem baixa velocidade de operação, se não me engano 50 ou 60
      Km/h no máximo.

      Tinha que ter sido efetuada uma estrutura para metro e só.

      Um articulado a 15 ou 20 m de altura, só a 50/60 Km hora,
      isso se na chuva não tiver de ser menor, afinal estamos na terra
      da garoa, mas tudo normal…

      Grato

      Paulo Gil

    2. Concordo com o que foi dito pelo nosso colega André, realmente ainda hoje pagamos as contas dos erros cometidos pelas administrações públicas anteriores, que por negligência, improbidade administrativa , corrupção, interesses partidários, favorecimento político, falta de investimentos nesse modal que é um dos mais conhecidos no mundo, e que no Brasil temos exemplos claros de que os investimentos são voltados para as melhorias desse modal, um grande exemplo de administração pública consciente e ética é a de Curitiba que recentemente renovou sua frota de ônibus e a cada segundo investe pesado na melhoria da mobilidade urbana na cidade, e tem um sistema de BRT( Bus Rapid Transportation) que é copiado no mundo inteiro, por sua eficiência, rapidez, qualidade , conforto, segurança, agilidade, mobilidade para os usuários com mobilidade reduzida, idosos, gestantes, obesos, e para todos os outros passageiros que se utilizam desse modal. Mas infelizmente os investimentos na infraestrutura desse modal tornam-se inviáveis por conta do não investimento por parte das administradoras e reguladoras de transportes coletivos de passageiros, e por prefeitos que não prometem aquilo que cumprem em suas campanhas eleitorais, acabando por ludibriar os menos favorecidos com ilusões eleitoreiras vãs que jamais serão cumpridas em nem tiradas do papel, fazendo-se assim com que a população se veja abandonada e acabe por descontar suas frustrações e decepções culpando as empresas de ônibus por um transporte de péssima qualidade, caro, desconfortável, inseguro, lento, demorado e deixado ao relento e sem qualquer preocupação com a implantação , manutenção, eficiência , rapidez, segurança, limpeza e conforto para os usuários que dependem desse tipo de meio de locomoção para fins diversos em seu dia-a-dia. Só existirão investimentos pesados na reforma do sistema de transportes públicos da cidade de São Paulo, quando houver realmente por parte dos políticos compromisso efetivo e direto noque se diz respeito aos investimentos nesse setor que está abandonado desde 1994, quando a Saudosa e lembrada CMTC operava por aqui dando à população o seu verdadeiro valor e quando o transporte era sim de dever do estado e um direito do cidadão, coisa que hoje infelizmente só se vê na frase nas laterais esquerdas dos ônibus de São Paulo, hoje em dia infelizmente isso não existe e ao meu ver como usuário está longe de voltar à existir em uma cidade que é o pólo econômico do país e que em 2025 será a primeira “Paris” em econômia, e que logo em breve em 2014 irá quem sabe sediar a Copa do Mundo se as obras de infraestrutura saírem do papel e tiverem seus investimentos aplicados em seus devidos setores inclusive nos transportes coletivos por asfalto, metroviário e ferroviário, e na mobilidade urbana tudo terá uma mudança radical, entre outras coisas, fico feliz em saber que os Trólebus irão voltar à circular na ZN e que a vias áreas serão revitalizadas por completo e que a vias segregadas serão adaptadas para sua circulação.

  4. Luiz Vilela disse:

    Assusta como Gabriel e Paulo Gil colocam os fatos com tanta objetividade: será que só nossos governantes não vêem?
    Me perece que o conceito vigente do transporte urbano por ônibus – se tanto e no máximo – é SUPRIR. Precisaria mudar para ATENDER. Adolescentes, eu e meus irmãos morávamos em Higienópolis e sonhávamos com moto para resolver nossa mobilidade. Atendido o sonho (para desespero de nossa mãe, que fez TUDO para desistirmos…) e apesar dos acidentes, percebemos o alto valor da Mobilidade.
    Ádamo, o Paulo Gil mostra que o conforto dos ônibus urbanos diminuiu. Não vejo grandes ganhos tecnológicos em larga escala
    Já nos aviões se percebe tecnologia de ponta na maior parte da oferta. A queixa fica no espaço entre poltronas e nos aeroportos. Muuuuuita gente que nunca voava agora voa, inclusive porque o preço permite. (No Brasil) O avião se torna cada vez mais democrático e consegue manter o conceito de ATENDER acima de SUPRIR.
    No Metro 4 Amarela me senti ATENDIDO ao ir do Butantã ao Tranon. Foi melhor e mais rápido que ir de carro.

    1. Paulo Gil disse:

      Amigos, bom dia

      Luiz Vilela, perfeito você utilizou o verbo ideal ATENDER.

      Uma sugestão:

      Faça o mesmo percurso (Butantã -Trianon) de ônibus em qualquer horário e por favor faça sua avaliação de conforto, pois esta avaliação tem de ser ampliada para que ela não seja “umbiguista”.

      Se for no horário de rush, será mais real ainda.

      Se possível, disponibilize o resultado de sua avaliação aqui no Blog.

      E que todos a façam também para auferirmos um resultado coletivo.

      Grato

      Paulo Gil

    2. Meu Caro Luiz Vilela,
      Realmente concordo com tudo o que você relatou em seu comentário sobre a queda de 30% nos transportes urbanos por ônibus na cidade de São Paulo, por conta da inviabilidade, dos altos custos , da tarifa absurda que pagamos, dos atrasos, falta de manutenção preventiva, limpeza, conservação, eficiência, segurança, investimentos e melhorias nesse sistema, e ao meu ver aqui nesse site e em muitos outros como o meu relacionados aos transportes coletivos, se veem muitas colocações como essas vistas aqui por conta da revolta dos usuários e do descaso nos investimentos nesse setor que é tão mal visto e abandonado por nossos administradores públicos que só pensam em se favorecer partidária e politicamente às custas da inocência alheia dos eleitores nós que nos sentimos oprimidos por essa corrupção desacerbada e fora de controle que nosso país vive desde sua existência nos primórdios do império. Por isso, é que lhe digo que não fiques tão assustado com as colocações que nossos colegas Paulo Gil e André fazem aqui, porque são a mais pura e clara verdade noque se diz respeito à essa falta total de comprometimento com a população e com os investimentos no transporte público das grandes cidades como São Paulo, que a cada ano que passa são mais abandonados por administradores públicos como o nosso prefeito Gilberto Kassab que só pensa em sua reeleição e em seu favorecimento próprio e acaba se esquecendo de que foi eleito por nós no anseio coletivo de melhorias nos transportes e da renovação tecnológica nos mesmos e que não aconteceram, e nem sequer tem chances reais de acontecerem, enquanto isso tudo piora cada vez mais e a tendência à decadência se faz cada vez mais presente e visível aos nossos olhos já cansados de terem essa visão tão repetitiva e monótona que vem se dando nos últimos anos no caso dos transportes por ônibus que não tem a mínima atenção do mesmo para melhorias e qualidade condizentes com os de outros países como a França que tem vias segregadas para esse tipo de modal e vlts que funcionam muito bem em meio às grandes e movimentadas avenidas da cidade Luz, pois por lá os governantes se preocupam totalmente com a população e os investimentos nesse setor acontecem de fato, sem iludir ou enganar nenhuma camada da população, tanto que até a elite da cidade se utiliza do transporte para se locomover pela cidade toda e por seus inúmeros bairros e distritos, coisa que aqui no Brasil não acontece por o transporte ser caro, demorado, sem opções de horários flexíveis e pela alta demanda em diversas linhas alimentadoras que circulam pela cidade de São Paulo, e nem mais as linhas troncais aguentam a alta demanda vinda dessas linhas alimentadoras, aí o caos se faz por completo, ocorrem atrasos, retirada de veículos das linhas, disputa por passageiros, não cumprimento de partidas e chegadas programadas e desrespeito total das leis de trânsito e da educação básica para ser transportar pessoas de bem que dependem desse meio de transporte.

  5. Luiz Vilela disse:

    Paulo Gil,
    Meu percurso foi eventual e não diário. Mas morei 30 anos em Higienópolis indo a Cotia todo fim de semana; fazia cursinho na Tamandaré quando inaugurou o Metro 1 Azul – pegava até Paraíso. Dá arrepios pensar em ir de ônibus do Butantã ao Trianon em horário de pico!

    André,
    Concordo muito com Paulo Gil: Expresso Tiradentes é obra muito cara e complexa para veículos de capacidade e velocidade menores – no sentido bom e amplo – como os ônibus. Monotrilho e/ou Metrô aceleram/desaceleram mais rápido, têm portas maiores e +rápidas e, principalmente, controle centralizado, agora com comunicação bi-direcional (tipo CBTC) que permite operar sem condutores, alterar tamanho das composições (trens) e distâncias entre trens próximas a 1 minuto.

  6. Roberto SP disse:

    Boa tarde a todos, concordo com o Gil quando ele fala no fator ATENDER, pois ainda prevalece somente a mentalidade do SUPRIR, são duas coisas bem distintas, ATENDER conota algo do tipo o usário é um cliente, sem ele não haverá receita, nesse sentido usuário/cliente bem atendido é receita garantida, o SUPRIR passa uma idéia de que as pessoas tem a necessidade, por isso vamos suprir essa necessidade e por ser isto não faz necessário um tratamento tipo vip, basta dar o que precisam e pronto e para a empresa interessa somente o lucro, pois a necessidade sempre vai estar lá. Quando se anda de ônibus na cidade de São Paulo é possívek oerceber como esses conceitos estão presentes, se vc está nas regiões mais afastadas o suprir prevelece agora se está nas regiões mais proximas aos centros o atender aparece, ou seja, para alguns empresários a idéia de tratar o usuário como cliente tem prevalecido, há exemplos na Santa Brigida , mas para outros o negocio é só suprir e muito mal a demanda, exemplo CL4. E pra piorar o poder publico colabora para que prevaleça o transporte individual assim como retirou cerca de 5.000 ônibus da cidade desde 2005, havia uma frota de 15 mil hoje circulam cerca de 9.000 ônibus, não bastasse isto o planejamento de linhas e itinerários não atendem as necessidades das pessoas e bairros. Outro problema é que os chamados Consórcios favorece o monopolio de grupos empresariais que atuam em várias regiões da cidade ao mesmo tempo, exemplo RUAS, dai não de fato uma concorrencia saudável não só entre empresas mas também entre modais, por exemplo nos anos 70 quando inaugrada a linha I do Metrô algumas linhas de ônibus tiveram seus trajetos reduzidos até as estações, hoje as mesmas linhas foram prolongadas e passam pelas estações, resultado, ônibus, metrô e trem disputando passageiros no mesmo tajeto e pra piorar ocrre excesso de lotação e transito caótico, o custo tend aumentar cada vez mais se não houver uma reestruturação nas linhas e itinerários de ônibus, um exemplo disto são alguns corredores que já estão saturados e com excesso de ônibus porque não há interesse por parte dos empresários em seccionar linhas e investir em terminais e BRTs. Enfim espero ter podido ajudar no debate, pontuei algumas coisas para os copmpanheiros me ajudar ampliar, forte abraço a todos.

    1. Paulo Gil disse:

      Amigos, boa tarde

      Roberto apenas um esclarecimento.

      Quem é o autor do fator ATENDER é o Sr.
      Luiz Vilela, conforme comentario acima de
      maio 26, 2011 às 2:32 pm .

      No mais estou de pleno acordo.

      Grato.

      Paulo Gil

      1. Roberto SP disse:

        obrigado!

    2. gabriel disse:

      mas meu bem BRT em são paulo não dá! é tão difícil entender?

      1. Roberto SP disse:

        Você tem razão Gabriel, seria mais viavel melhorar o que ja temos.

  7. André disse:

    Senhores, vamos analisar melhor o conceito do Expresso Tiradentes dentro do tema proposto por Adamo e da realidade de São Paulo: ele fala de altos custo de operação dos ônibus mas de redução de demanda por passageiros motivado por falta de atratividade. Apesar de eu não gostar de comparar o avião com ônibus, e já que foi feito essa comparação, o avião tornou-se atrativo do ponto de vista financeiro para o usuário por causa da melhoria do custo de vida da população – o aumento da quantidade de carros em SP é uma prova inconteste dessa afirmação. As companhias aéreas viram nessa nova classe social uma importante fonte de lucro. Então não vejo muita relação entre os dois modais.

    O Expresso tiradentes é atrativo no sentido de não permitir que o usuário se atrase para o seu compromisso por não ter interferências comuns aos outros ônibus e tendo a mesma plataforma física de estação do metrô. Em outras palavras o importante não é necessáriamente a rapidez do Expresso mas sim sua eficiência. Se ele anda a 50km/h mas é constante, inclusive com previsão de chegada, qual é o problema? Além disso é mais seguro mesmo andar com velocidade padrão! Pra que correr, aumento o risco de acidentes, sendo que não tem interferência? Muitas ruas da cidade estão tendo sua velocidade reduzida para 60km/h! Além disso, sempre que ocorre um acidente de ônibus, a primeira justificativa é que o mesmo esta correndo. Hoje (26/5/2011) motorista da Sambaíba fizeram greve por causa de multas de trânsito! E quem paga a conta no final? Não preciso nem dizer. O metrô é atrativo porque tem um espaço dedicado só para ele.

    De que adianta ser barato, como o tal “passa-rápido”, que aliás as vezes é chamado de “passa-raiva”!, se não é eficiente? Carros (seus motoristas claro!) se sentem no direito de usar esse espaço, motos já reenvindicaram tal direito, vans escolares também queriam usar o corredor “exclusivo” de ônibus, isso sem falar nos taxis! Tudo isso porque o corredor não passa de uma faixa mais espessa pintada no solo e sem fiscalização: outros veículos usam impunimente! Como esse corredor pode ser considerado atrativo?

    Outra vantagem do Expresso Tiradentes é que o ônibus se livra de inundações, embora o expresso tenha deficiência nesse sentido. Não estou me contradizendo, o que falta é um investimento mais sério para esse problema. Lembrem-se, ônibus não tem prioridade! O custo de desapropriação e escavação para construir o metrô encarecem consideravelmente o preço do sistema. E sendo elevado compensa ao ônibus pelas vantagens citadas e sem desapropriações. Além disso o custo do ônibus biarticulado, adequado para o expresso, é bem menor que o trem. Ele ATENDE uma demanda considerável -270 pessoas por viagem. Quero destacar outro ponto que justificaria ainda mais a importância do Expresso Tirandentes: ter linhas expressas e semi-expressas igual do Transmillenium. Atrativo não? Uma linha que não enfrenta congestionamentos, semáforos, não atrapalha o trânsito e não pára nos pontos ao longo da via. Dependendo da demanda do sistema expresso, o semi-expresso poderia até ser atendido por um trucado, reduzindo ainda mais o custo do Expresso Tirandentes.

    Falando agora do ponto de vista ambiental. O ônibus só para nos pontos, caros amigos! Enquanto que fora dele, os carros enfrentam congestionamentos com os motores ligados, muitas vezes transportando apenas uma pessoa e muitas vezes não possou por vistorias. Olha o custo para saúde, meio ambiente, mobilidade, eficiência de ambulâncias e viaturas policiais que precisam atender uma ocorrência por falta de espaço na via, etc. Enquando isso o ônibus, por mais biarticulado que seja, além de não obstruir o espaço ainda usa apenas um motor transportanto muito mais pessoas e eficientemente sem que seja obstruído. E aí, o que saiu mais caro: a mesmisse em não segregar o ônibus deixando mais livre o espaço urbano ou a contribuição do acúmulo de veículos prejudicando não só o meio ambiente mas ocorrências emergenciais?

    Conclusão: o caro sai bem mais barato no caso do Expresso Tirandentes! Especialistas em transportes consideram o BRT um dos melhores investimentos em mobilidade urbana, junto com o metrô, mas com custo e entrega da obra mais barato e rápido, respectivamente.
    Como ja mensionei antes: a cidade não foi projetada para veículos de transporte em massa e o Expresso ajuda aliviar essa deficiência da cidade, ainda que seja para poucos – ja que o governo nunca investiu em outro corredor de mesmas características. E olha que nem debati os problemas políticos do transporte público! Não sou contra o metrô, pelo contrário! Ônibus e metrô são complementares. Se esses argumentos em favor do Expresso Tirandentes, apesar do custo da estrutura, não convencem então continuemos com o passa raiva, quero dizer rápido (?).
    Respeitosamente caros amigos

    1. Gustavo Cunha disse:

      Boa noite à todos !

      André, parabéns ! Inteligente e objetiva abordagem. Todos os posts aqui, sobre este assunto, são muito importantes, e, em verdade, diante de nossas gritantes e urgentes necessidades, quanto ao transporte, precisamos fazer mais com menos.

    2. Luiz Vilela disse:

      André,
      Seu ponto é ótimo: muitos corredores da RMSP são passa-raiva mesmo!
      Acho que não expus bem meu ponto sobre o Expresso Tiradentes.
      Está em andamento obra de Monotrilho sobre a via elevada, o que acredito ser a solução mais correta e eficiente. É um Metro mais leve e menos rápido, mas com recursos de controle de alta tecnologia. A segurança, o fluxo de passageiros e a velocidade média não podem ser comparados com ônibus, mesmo BRT real. Com a tecnologia de sinalização e controle da Metro 4 Amarela os trens poderiam chegar a intervalos ao redor de 1 minuto entre composições trafegando sem condutores = muito mais gente transportada no mesmo período que BRTs. As grandes vantagens da via elevada tem como contraponto custo alto de construção e desapropriação (sim, exige muita desapropriação!). E a arquitetura tem que ser muito bem feita para que o impacto ambiental não degrade o entorno. Metro pesado em via elevada ocorre na 3 Vermelha: o impacto ambiental é muito alto e difícil de resolver.

  8. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia

    Com relação ao tema Expresso Tiradentes, faço mais algumas considerações:

    Atualmente há uma grande preocupação com a agressão a arquitetura urbana ou algo parecido.

    Analisem comigo: Qual obra mais agride a arquitetura urbana ou a cidade?

    Assinale a alternativa correta.

    a) Metrô linha Azul na AV. Cruzeiro do Sul construída no final da década de 70 (____)

    b) Expresso Tiradentes, se não me engano em parte ainda em obras em pleno 2011 (____)

    Pois bem, eu assinalo alternativa “b”.

    Portanto, minha linha de raciocínio é a seguinte:

    Entendo que a obra ou modal a ser construído deve simplesmente ser aquela que dá a melhor relação CUSTO X BENEFÍCIO, portanto independente do nome, do modal e “outros bichos” a obra que deverá ser realizada é a que apresentar melhor eficácia e eficiência em todos os sentidos, incluindo ai o fator “tempo futuro”.

    Também sou consciente que nada é 100%, mas que dá para chegar bem perto, dá, desde que sem romantismos, afinal se uma obra do final da década de 70 além mais discreta em relação meio, comporta um Metrô; por que um “mosntrão” (Expresso Tiradentes) só tem capacidade para um articulado basiquinho?

    Não sou e nem pretendo ser o dono da verdade, mas fica ai para os especialistas responderem tecnicamente e matematicamente, afinal as verba$ são públicas e também precisam ser utilizadas da melhor forma no que se refere ao custo benefício quando do seu gasto.

    Outro exemplo simples de tudo:

    Pra que Metrô em Higienópolis, com tantos outras regiões carentes até de micro ônibus.

    Esta questão não vale a pena nem ser discutida, neste momento, talvez em 2099.

    Muito obrigado.

    Paulo Gil

  9. Marcos Paulo disse:

    O mal planejamento faz com que o transporte se deteriore veja o caso do expresso tirantes…ele seria um aboa alternativa se tivesse sido feito não com propósitos eleitorais mas sim da logistica de deslocamento….. a implantacao de expresso tirandentes prejudicou muitos passageiros… pois o itinerário dele não condiz com o deslocamento dos passageiros..pois ele passa nas avenidas que só tem demanda de passageiros em certos horarios….pois os 1-deslocamentos consiste nas avenidas nazaré e na rua bom pastor…..o que não condiz com o percurso…..
    2-possuem onibus desconfortáveis que não possui acentos suficientes e possui corredores apertados que mal passam uma pessoa obesa…..balustres altos o que não oferece segurança aos passageiros que podem cair e se machucar nesses veiculos…..
    3-conforto…. o seccionamento de linhas deve ocorrer em linhas de baixa demanda e que sobrepoe outras..o que não ocorreu ….linhas de alta demandas foram seccionadas..ocasionando muito desconforto na baldeação…. ex.. um trabalhador braçal que quer ir para sua residencia de pois de um longo dia de trabalho se ele utiliza apenas 1 condução como o que ocorria no passado ele ia embora com mais conforto….agora se ele é obrigado a fazer a baldeação já transtornos pois essas baldeações são muito cansativas e demoradas….pois vc embarca rapido na ida …mas na volta para casa vc chega a ficar 40 minutos nos terminais de transferencia devido ao seccinamento e a extinção de linhas…..o correto seria manters as linhas antigas com integração no bilete e não mexer nas mesmas….
    4-Tarifa absurda de cara R$3,00 para im salario minimo que não chega a R$1000,00 é um absurdo…

    Conclusão: qdo se projeta um sistema sem pensar vc tem um efeito a longo prazo como a reduão de passageiros…..nos ultimos anos as linhas de onibus que atendem o terminal sacomã..tiveram grande reduçaõ do nº de passageiros….devido ai transtorno que é esse sistema…..quem frequenta esse sistema sabe que o nº de passageiros reduziu muito….as linhas por não ter demanda aumentam seus intervalos preojudicando os trabalhadores…..
    e piorando o transito pois depois da implantação do sistema o transito piorou muito pois muitas trocaram o carro por onibus….eu sou um desses…vi que não vale a pena usar onibus pois está muito cansativo essas baldeações e muito demorada então uso meu carro particular…
    enquanto as autoridades primeiro olhar para os bolsos seus e dos empresarios … o sistema de onibus vai falir e o morador de são paulo ficara em mau lençõis

  10. Marcos Paulo disse:

    Tambem o passgeiro de onibus está pouco interessado se o onibus é motor trazeiro ou dianteiro se é volvo ou scania..isso não importa o que importa é a agilidade de deslocamento…os orgãos que controlam o transporte em são paulo tão com visão distorcida das reais necessidades dos passageiros..passageiro não quer onibus que tenha 290cv ou 360cv….isso não importa de nada,…mas as operadoras dos sistemas gastam fortunas em onibus com 3 eixos motores potentes para mostrar que o sistema é bom….isso não serve para nada….pois na cidade a velocidade maxima permitida é de 60KM para carros e 50KM para onibus….até mesmo um 0362 urbano com 130cv dá conta da lotação….não é necessario volvo com 290cv.para que isso….isso é jogar dinheiro fora….o maximo que as pessoas querem é chegar cedo em casa e ir sentadas…o resto não importa agora vejamos um caso: para que uma empresa desembolsar mais de 500.000 reais num articulado com 34 assentos apenas…sendo que com 300.000 vc compra um onibus comum com 42 assentos e mais conforto….pois o ideal para se ter conforto não é motor atráz nem na frente as pessoas não ligam para isso e nem cambio automatico isso não importa o que vale é se ir sentado e chegar cedo em casa…isso sim que é conforto….ir sentado…
    Por que as emrpesas não esperam terminar a vidade util dos onibus antes de trocar, já estão trocando com 6 anos….não precisa disso é só fazer boa manutenção que os mesmos chegam novos com 10 anos de uso….
    e um articulado trazeiro depois de 10 anos ferro velho..pois ninguem vai comprar um a articulado para andar nas ruas se não for empresas de transporte…. se for motor na frente ou central ainda até se consegue vender pois tira o reboque….
    porque não aumenta para 15 anos a vida util de um articulado trazeiro…..é só fazer manurenção correta que ele dura 15anos..vejas os vitorias da metra com mais de 20 anos…
    mas já estão trocando os articulador com apenas 6 anos….que desperdicio de dinheiro….
    As gerenciadoras do transporte gastam muito dinheiro a toa com soluções em veiculos que não melhoram em nada o serviço só ostenta aparencia….. dinheiro esse que poderia reduzir o preço da passagem de onibus….. construir corredores de vdd como os da metra come excessao a de diadema a berrini que é para enganar as pessoas…
    Se isso não ser mudado o futuro na cidade de são paulo não será nada bom…

Deixe uma resposta para AndréCancelar resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading