Eletromobilidade

VÍDEO: Confira etapas da produção de chassis de ônibus

Diário do Transporte esteve na Mercedes-Benz e viu como é processo de fabricação: tecnologia e mão de obra treinada são determinantes; Ouvimos o primeiro choro de um bebê

REPORTAGEM: ADAMO BAZANI

EDIÇÃO: ARTHUR FERRARI

Veja no vídeo algumas das principais etapas e o primeiro choro de um dos “bebês” que vimos “nascer”

Quem vê um ônibus na rua muitas vezes não imagina como este tipo de veículo tão importante para a mobilidade é produzido.

Na última segunda-feira, 13 de novembro de 2023, o Diário do Transporte esteve na fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, e acompanhou a fabricação dos chassis, que são a base do ônibus onde estão motor eixos, suspensões, rodas, tanque de combustível e todos equipamentos mecânicos e eletroeletrônicos que fazem os coletivos funcionarem.

No Brasil, o modelo de mercado adotado é o de encarroçamento, ou seja, primeiro é feito o chassi numa fábrica e, quando pronto, é levado para uma outra fábrica que monta a carroceria, com a estrutura onde ficam os passageiros e motorista, bancos, janelas, portas, ar-condicionado, etc.

Nos ônibus tipos monoblocos, chassis e carrocerias são montados juntos. Isso é muito comum na Europa, por exemplo. No Brasil, os monoblocos foram feitos até 1994, com a linha do modelo O-400, da Mercedes-Benz, que tinha versões urbanas e rodoviárias.

A Mercedes-Benz diz que sua linha de produção é 4,0, ou seja, mais moderna.

Algumas características garantem que os ônibus sejam feitos em menos tempo, a mão de obra seja melhor distribuída e as peças e equipamentos melhor posicionadas na planta fabril.

Não há uma linha de produção para cada modelo de ônibus e vários tipos dividem as mesma linha, como micro-ônibus e minibus, mídis (micrões), básicos com motor dianteiro, urbano motor traseiro com piso alto (que vai ter degraus), urbano motor traseiro com piso baixo (que vai ter rampa), articulados, rodoviários e até elétricos.

Também dividem a mesma linha os diferentes tipos por padrão de emissão de poluentes Euro 3 e Euro 5 (que são exportados) e Euro 6 (exportação e mercado brasileiro). O Euro 3 é o mais poluente de todos e o Euro 6 é o menos.

A linha faz o modelo de Y. Ou seja, há duas entradas e depois se torna única. Uma para chassis de motor dianteiro cuja estrutura principal (quadro) é parafusada. A outra entrada é para chassis de motor traseiro cujo quadro é soldado – o elétrico entra por essa.

Um detalhe curioso é que não há uma esteira ou ganchos, como em várias outras fábricas, que levam o chassi para diferentes processos da produção.

Na Mercedes-Benz, o chassi é colocado em carrinhos amarelos automáticos.

Isso permite que mais de um modelo de ônibus siga pela mesma linha de produção. Não significa que o primeiro chassi que entrou vai ser o primeiro a sair pronto. Isso porque, dependendo do modelo, o chassi sai da linha principal, desvia para montagens de características especais, e volta à linha de produção geral somente depois. É o que ocorre com o elétrico, que tem vários equipamentos próprios. A produção geral de um elétrico demora dez vezes mais que o tempo de um micro-ônibus.

Por questões de segredo industrial, a Mercedes-Benz não informa o tempo de produção dos modelos.

Quando entra na linha de produção, o quadro do chassi tem um código de barras que o identifica para que sejam separadas as peças certas para cada modelo de forma computadorizada. Afinal, as peças de um micro-ônibus são diferentes de um articulado.

Outra curiosidade é que o chassi do ônibus entra de ponta-cabeça na linha de produção. Isso é para facilitar a fixação de peças da parte inferior.

Só depois, este chassi é “desvirado” por braços mecânicos que ficam suspensos, seguindo a produção.

Cada seção da linha de produção tem uma espécie de “supermercado” de peças, onde os operários pegam as necessárias para a montagem de cada modelo. O “supermercado” não é o almoxarifado, que seria como se fosse o estoque geral. Este “supermercado” é abastecido constantemente.

Após a montagem, o ônibus é finalmente ligado. É como se fosse o “primeiro choro do bebê”, para ver se está tudo ok.

Neste momento, que entra em cena o pessoal da qualidade final, para liberar o ônibus, que vai viajar para receber em outra fábrica a sua “roupa”, a carroceria.

Reportagem: Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Edição: Arthur Ferrari

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