SPTrans lança consulta pública para escolher tecnologia que vai controlar e monitorar os ônibus de São Paulo (SMGO)

Tecnologia já deveria ter sido implantada e é prevista nos contratos das empesas de ônibus assinados em 2019

ADAMO BAZANI

Prevista nos contratos assinados com as viações em 2019, a implantação um novo sistema para controlar e monitorar os serviços de ônibus na cidade de São Paulo, que já deveria ter ocorrido, deve finalmente avançar depois de quatro anos, entretando, houve a pandaemia, que modificou os cronograma relacionados ao transporte.

A SPTrans (São Paulo Transporte) informou que publica nesta quarta-feira, 1º de novembro de 2023, para consulta pública, o edital de licitação para implantação do SMGO (Sistema de Monitoramento e Gestão Operacional) do transporte coletivo público da cidade de São Paulo.

Esse sistema pode ajudar a fiscalizar melhor os serviços de ônibus e evitar problemas que hoje são motivos de críticas e sofrimento pelos passageiros, como atrasos, não cumprimento de partidas e itinerários.

Alguns destes problemas têm registrado aumento nas queixas pelos usuários.

O SMGO engloba programas de computador, GPS nos ônibus com maior precisão, câmeras nos veículos e informações em tempo real para orientar os motoristas.

Toda tecnologia e dados do sistema devem compor uma nova central de controle que construção e implantação estão em processo ainda de licitação.

As dúvidas e sugestões para esta concorrência devem ser enviadas até às 17h do dia 27 de novembro de 2023.

Segundo a SPTrans, o edital prevê a contratação das licenças de uso dos programas de informática necessários para o sistema, bem como tudo o que for necessário para fazer a nova tecnologia funcionar (implantação, customização, operação, treinamento, manutenção, processamento, armazenamento e comunicação de dados em nuvem).

Veja a nota da SPTrans na íntegra:

A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, publica nesta quarta-feira (1º) para consulta pública o edital de licitação para implantação do SMGO, o Sistema de Monitoramento e Gestão Operacional do Transporte Coletivo Público da cidade de São Paulo. O edital prevê a contratação das licenças de uso dos softwares necessários, bem como a implantação, customização, operação, treinamento, manutenção, processamento, armazenamento e comunicação de dados em nuvem.

O SMGO irá modernizar o monitoramento da frota de ônibus da cidade por meio do uso de tecnologias embarcadas nos ônibus   que aprimoram a medição dos serviços e melhoram a qualidade do serviço para o usuário, incluindo câmeras, GPS, terminais de dados do motorista e leitura de dados telemétricos. A contratação do SMGO está prevista nos contratos de concessão do transporte público e irá compor o novo Centro de Operações – COP, cuja construção e implantação já estão em licitação.

A consulta pública abre prazo até o dia 27 de novembro, às 17h, para que os interessados enviem suas dúvidas e sugestões. As participações devem ser enviadas exclusivamente por escrito e entregues pessoalmente, na sede da SPTrans na Rua Boa Vista, 236, ou por e-mail no endereço licitacoes@sptrans.com.br. As solicitações serão publicadas na página de licitações do site da SPTrans.

A questão do monitoramento, vital para o sistema de transporte coletivo, e divulgada pela prefeitura como a grande inovação dos novos contratos de licitação, assinados em 2019, acabou ficando por último,

Em dezembro de 2021, a SPTrans publicou comunicado relativo ao tema, ou seja, ao fornecimento e implantação do Sistema de Monitoramento e Gestão Operacional do sistema de ônibus da capital (SMGO).

Neste comunicado, informou que a convocação da licitação seria publicada “em momento oportuno”.

Para isso ocorrer, é necessário a realização de uma consulta pública, prevista na época então para junho de 2022. Portanto, há mais de um ano.

A SPTrans sempre alegou que as prorrogações de prazo foram feitas “para que todos os interessados obtenham a Homologação da Certificação de Conformidade”.

A função do equipamento é receber os dados de todos os ônibus que operam no transporte coletivo e, a partir daí, reunir e tratar informações para o poder concedente.

São informações cruciais para que o poder concedente (a prefeitura) possa acompanhar o desempenho do sistema, com horários e linhas mais lotadas, por exemplo. Estas informações poderão ser cruzadas com os dados da bilhetagem, o que pode alterar a remuneração das empresas.

O comunicado publicado em dezembro de 2021 era dirigido especificamente aos futuros fornecedores desse sistema.

A aquisição será feita por meio de licitação, cujo critério de julgamento será o de menor preço.

Esta licitação, no entanto, só está aberta às empresas que apresentarem a Certificação de Conformidade do SMGO, conforme especificações técnicas.

A Certificação de Conformidade é aquela expedida por Organismos de Certificação Designados pela SPTrans (OCD).

E foi nesse processo que a coisa toda atrasou… Com a chegada de 2024, parece que finalmente terá um desenlace.

O SMGO deverá “conversar” com um computador de bordo, cuja missão é capturar dados sobre o serviço ofertado pelas concessionárias, e uma tela de apoio à condução do motorista, com vistas a implantar processos de melhoria da qualidade de indicadores do transporte. É o que se chama de Unidade Central de Processamento (UCP).

O objetivo é o controle de indicadores de qualidade e gestão de contrato e remuneração das empresas.

A licitação do SMGO “abrangerá a contratação da sustentação do Sistema e da infraestrutura necessária para a operação, processamento, armazenamento, comunicação e segurança dos dados do SMGO, e seu instrumento convocatório conterá as exigências de habilitação previstas na legislação aplicável e no Regulamento Interno de Licitações e Contratos da SPTrans (RILC), incluindo-se a documentação relativa à qualificação técnica que decorrer da especificidade técnica do objeto que será licitado”.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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Comentários

Comentários

  1. José disse:

    GESTÃO INCOMPETENTE!
    USOU A TERRÍVEL PANDEMIA DE COVID-19 COMO UMA BELÍSSIMA “MULETA” P/ NÃO CUMPRIR AS SUAS OBRIGAÇÕES! AGORA, PRÓXIMO DO ANO ELEITORAL, ELEIÇÕES P/ PREFEITO E VEREADORES, O ATUAL PREFEITO QUER MOSTRAR SERVIÇO! “BOLSOMINION”!
    CADÊ A IMPLANTAÇÃO DA NOVA REDE DE TRANSPORTES SOBRE PNEUS DA SMT/SPTrans ??!
    INCOMPETENTE!

    1. laurindo junqueira disse:

      Há várias estranhezas embutidas nos sistemas de acompanhamento, controle e informação adotados por nossos colegas da SPTRANS. Nunca entendi por qual razão a central de controle se mantém única. Ela, além de não ser compartilhada pelo poder público, é totalmente dominada pela chamada “iniciativa privada”. Tenho prá mim que essa tal de “iniciativa privada” anda meio que privada de iniciativa nos últimos 90 anos em q ela se mantém omnipresente no transporte público e coletivo desta q é uma das maiores metrópoles do mundo. Ser humano e racional q me julgo ser – e, portanto, sujeito a surtos de paixão e emoção – acho q essa não passa de uma imensa burrice dos tão bem-sucedidos empresários de ônibus com quem convivi em momentos de tanta desídia e conflitos acerbos. Eles devem fazer-se pronunciar por sorrisos irônicos, dado q tanto sucesso econômico vêm tendo durante quase um século inteiro … A SPTRans deveria ter um CCO-espelho do CCO-da Av. REbouças – isso, em primeiro lugar! E os dados, as informações e o conhecimento da situação real da circulação coletiva e pública de Sampa, deveriam estar sendo auditados por colegiados o mais possíveis de serem elegidos e descartados. Todo e qualquer CCO e seus subjacentes sistemas de controle, é passível de ser manipulado pelos q detêm o poder político e econômico. q prevalece em certas conjunturas. O q fazer para q essa atitude suicida q vimos praticando na circulação urbana de São Paulo, venha a ser revertida em benefício de TODOS, empresários e cidadãos?

    2. Rodrigo Zika disse:

      Até concordo, mas bolsominion? Você sabe que ele só assumiu porque o Bruno Covas faleceu né, nunca vi ele demostrado lado algum, ele faz pior não faz o básico e só pensa na eleição.

  2. CLAYTON APARECIDO DA SILVA disse:

    Inadmissível no mundo Digital em que vivemos, essa consulta ser manuscrita e ainda ter que ser entregue in loco. O usuário diário não tem tempo para isso. É mais uma burocracia para afastar o cidadão de se manifestar. Ou então com medo serem cobrados por uma prestação de serviço de péssima qualidade. A central 156 não funciona, não dá retorno. Deveria ter um canal independente para fiscalizá-los.

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