Pesquisa da SPTrans revela que maioria dos passageiros de ônibus é formada por trabalhadores e metade tem veículo próprio

Levantamento ainda revelou redução drástica do home office e que público idoso e com deficiência precisa do transporte público para se deslocar

ADAMO BAZANI
Colaborou Michelle Souza

O número de trabalhadores assalariados aumentou em 2023, em relação a 2021, de acordo com pesquisa inédita da SPTrans sobre perfil dos passageiros da capital paulista. Do total de entrevistados, 80,5% informaram que estão empregados, contra 73,47% que estavam em 2021. Somente 2,4% estão desempregados. Entre os consultados, 8% se declararam estudantes e 4% aposentados.

Nos últimos dois anos também caiu o número de passageiros do sistema que fazem tele trabalho. Na pesquisa anterior, em 2021, 25,94% responderam que realizavam serviço remotamente. Neste ano, o índice caiu para 6%. Os dados são da pesquisa bianual de perfil realizada pela SPTrans, a primeira pós-pandemia de Covid-19, que entrevistou 1.200 pessoas entre agosto e setembro deste ano.

O levantamento também apontou que, ainda que sejam usuários do transporte público, uma parcela de 42% dos entrevistados declarou possuir automóvel, enquanto 10,5% têm motocicletas.

O usuário do transporte tem uma composição familiar de, em média, três pessoas por residência. A renda é de R$ 3.690,00 para o chefe da família, que não necessariamente é o entrevistado.

Sobre o núcleo familiar dos passageiros, quase metade, 49% do público entrevistado, possui filhos. Desses, 70% declararam ter um filho de até seis anos de idade. Lembrando que crianças de até cinco anos viajam gratuitamente nos ônibus da cidade.

Outro dado da pesquisa aponta que, entre quem utiliza o ônibus para fazer suas viagens diárias, 53% são do gênero feminino e 64% se autodeclaram negros. Do total, 45% concluíram o ensino médio.

A SPTrans tem campanhas de conscientização para esses dois públicos majoritários da pesquisa, ou seja, mulheres e negros. São elas: o Ponto Final ao Abuso Sexual e o Ponto Final ao Racismo no transporte público.

Pessoas com deficiência utilizam ônibus

A análise indica que a participação dos idosos no transporte é de 7%, enquanto outros 2,5%, cerca de 30 entrevistados, declaram ter deficiência.

Entre os que declararam ter algum tipo de deficiência, 60% são pessoas com deficiência física, enquanto 27% são visuais e 17% intelectual. Também foi levantado que 25% utilizam próteses e 19% são cadeirantes, dentro do universo de pessoas com deficiência.

Os idosos, a partir de 60 anos, e as pessoas com deficiências, previstas pela legislação vigente, possuem direito à gratuidade total nos ônibus municipais de São Paulo.

A pesquisa

O levantamento entrevistou 1.200 pessoas em todas as regiões da capital e o índice de confiança é de 95,5%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O objetivo da SPTrans é conhecer o perfil socioeconômico dos passageiros do sistema de transporte coletivo da capital.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Michelle Souza, para o Diário do Transporte

 

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Comentários

Comentários

  1. João Humberto disse:

    Site ou matéria só pode ser esquerdista,vive em uma realidade paralela!

    1. diariodotransporte disse:

      Aí os esqueridas nos chamam de direitistas
      Os direitistas nos chamam de esquerdistas
      Então, em meio à babaquice mental do Fla-Flu das ideias, na média, estamos corretos
      Obrigado

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