Vendas de ônibus acumulam alta de 23,7% no ano, mas com sinais de perda de ritmo no segundo semestre, aponta Fenabrave

Emplacamentos residuais da tecnologia Euro 5 explicam em parte o resultado

ADAMO BAZANI

Os emplacamentos de ônibus no Brasil acumularam entre janeiro e setembro de 2023, alta de 23,7% em relação ao mesmo período do ano passado, com 18.847 unidades ante 15.236.

Os dados foram divulgados nesta semana pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que reúne concessionárias em todo o País.

O resultado reflete em parte ainda os emplacamentos residuais dos modelos com tecnologia Euro 5, que deixou de vigorar no Brasil a partir de janeiro de 2023.

No lugar, entrou em vigor a tecnologia de restrição a poluentes Euro 6, que pode reduzir em 75% as emissões de poluentes, mas é 30% mais cara.

Por causa disso, muitos empresários de ônibus anteciparam as renovações previstas para este ano e, já no ano passado, compraram as últimas unidades do Euro 5, escapando assim dos valores mais elevados do Euro 6.

Ainda há unidades Euro 5 residuais sendo emplacadas.

O ritmo de emplacamentos, entretanto, continua está diminuindo. Em setembro deste ano, por exemplo, as vendas foram 26,34% menores que no ano passado e, entre agosto e setembro deste ano, a queda foi de 4,01%

O que explica esta antecipação de compra ainda surtir efeitos nos emplacamentos acumulados do primeiro semestre, é que existe um tempo de três a seis meses entre a compra de um ônibus, produção do chassi, encarroçamento e, por fim, licenciamento.

Chassis e carrocerias são comprados com fornecedores diferentes. Primeiro é fabricado o chassi em São Bernardo do Campo/SP (Mercedes-Benz e Scania), Curitiba/PR (Volvo), Campinas/SP (BYD), Sete Lagoas/MG (Iveco), Resende/RJ (Volkswagen) ou Caxias do Sul/RS (Agrale e Volare).

Depois de já pronto, este mesmo chassi é transportado até Caxias do Sul/RS (Marcopolo/Volare), São Mateus/ES (Marcopolo), Botucatu/SP (Caio e Irizar), Busscar (Joinville/SC), Cascavel/PR (Mascarello), Erechim/RS (Comil), Flores da Cunha/RS (EMA – Maxibus Carrocerias e Equipamentos Ltda) ou São Marcos/RS (BepoBus).

Nas encarroçadoras os ônibus são finalizados. Porém, em muitos casos são necessários equipamentos, como de bilhetagem, câmeras, etc, que são instalados em locais próprios ou nas garagens.

RANKING DE MARCAS:

O ranking de marcas de ônibus tem poucas mudanças no topo há anos, com a Mercedes-Benz liderando, seguida de Volkswagen e Marcopolo (que inclui os miniônibus produzidos pela Volare, vendidos já montados).

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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