OUÇA: Diretor-geral da ANTT diz que abertura para novas empresas de ônibus rodoviários será gradativa
Publicado em: 8 de agosto de 2023

Rafael Vitale respondeu a perguntas de Senadores nesta terça-feira (08) em Comissão; Veja os números do setor de ônibus interestaduais no Diário do Transporte
ADAMO BAZANI
O diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Rafael Vitale Rodrigues, disse nesta terça-feira, 08 de agosto de 2023, no Senado, que a abertura para novas empresas no mercado de linhas regulares rodoviárias será de forma “responsável e gradativa”.
“A gente vai passar a ter uma abertura responsável do mercado para que a gente possa ampliar gradativamente a inserção de novas empresas, maior participação de novas empresas no mercado, mas de uma maneira constante, progressiva, deixando a possibilidade do ambiente estável e previsível, quer seja para o usuário que vai saber que sempre haverá linha com a prestação de serviço sempre à disposição, então para o investidor que vai entrar num mercado onde ele tem uma certa previsibilidade de que seu investimento vai ter tempo de ser amortizado, de ter algum retorno, ainda que seja num ambiente de maior competição” – disse.
OUÇA:
Rafale Vitale foi ouvido pela Comissão de Infraestrutura do Senado e disse reconhecer que as regras do setor de ônibus precisam ser modernizadas e falou que as novas normas já deveriam ter saído do papel, mas diversos órgãos se manifestaram sobre o tema, como o TCU (Tribunal de Contas da União), o STF (Supremo Tribunal Federal), o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) com posicionamentos sobre concentração de mercado, novas empresas de ônibus e autorização de novas linhas.
Vitale ainda citou a lei 14298/2022, que determina que as empresas de ônibus de serviços interestaduais ou internacionais atendam uma lista de critérios mais rigorosos para transportar passageiros, entre os quais, apresentarem viabilidade econômica e operacional.
Segundo o diretor da ANTT, um novo marco regulatório já deveria ter sido lançado para o setor de ônibus regulares, mas foi necessário readequar as regras para atender à lei 14298/2022 e aos posicionamentos do TCU, STF e Cade.
Uma audiência pública foi relançada já com base nestes posicionamentos, segundo Vitale.
O Diário do Transporte mostrou que as propostas apresentadas pela ANTT receberam críticas, em especial de empresas de menor porte.
Os critérios sobre o que pode ser considerado viabilidade econômica são um dos pontos de contestação.
Dependendo do que for definido, as linhas mais lucrativas continuariam com os atuais operadores sem a entrada de novas viações.
A ANTT deve privilegiar o atendimento a pedidos sobre ligações que hoje não têm oferta ou têm pouca oferta de serviços.
Por um lado, segundo as empresas menores, se a decisão pode ampliar a malha, pode também fazer com que as ligações lucrativas não tenham mudanças, ficando ainda nas mãos de grandes grupos empresariais.
A agência, por sua vez, defende que o modelo proposto vai criar segurança jurídica, a inclusão de novas empresas que de fato possam prestar serviços de qualidade e permitir a oferta de transportes onde o atendimento hoje é insuficiente.
Relembre:
FRETAMENTO E FISCALIZAÇÃO:
Vitale ainda falou que será lançada uma atualização da Norma 4777, sobre ônibus de fretamento interestaduais. Segundo o diretor-geral da ANTT, será lançada também uma audiência pública sobre o tema para criar novas regras. Entretanto, Vitale, no início da apresentação reforçou que para a Agência, só pode ser considerado fretado um serviço de circuito fechado, ou seja, com o mesmo grupo de passageiros indo e voltando, diferentemente do que fazem aplicativos, que dizem que são ônibus de fretamento, mas, na prática, vendem passagens como empresas de linhas regulares, mas sem oferecer gratuidades a idosos, estudantes de baixa renda e pessoas com deficiência e sem obrigatoriedade de fazer a viagem, mesmo que o ônibus tiver com poucos passageiros.
O diretor-geral da ANTT também prometeu que a Agência vai debater mudanças no sistema de sanções às empresas de transportes de passageiros para que não se restrinjam à aplicação de multas.
NÚMEROS:
À Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, o diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Rafael Vitale Rodrigues, trouxe nesta terça-feira, 08 de agosto de 2023, números do setor de transportes interestaduais de passageiros e o Diário do Transporte destaca os principais:
Empresa de ônibus de linhas regulares: 215 – ANTT/Diário do Transporte
Demanda: Cerca de 90 milhões de registros de passagens por ano (média) – ANTT/Diário do Transporte
Linhas regulares ativas interestaduais + internacionais: 4.169 linhas– ANTT/Diário do Transporte
Veículos cadastrados: 28.514 entre ônibus, micro-ônibus e vans – ANTT/Diário do Transporte
Motoristas habilitados: 85.654 condutores – ANTT/Diário do Transporte
Empresas de fretamento: 6180 empresas de transporte de passageiros de fretamento – ANTT/Diário do Transporte
Empresas com TAR (Termo de Autorização de Serviço Regular) – até 2021: 344 empresas, o que inclui as 215 que já operam e outras que não atuam por não terem conseguido ainda a LOP (Licença Operacional) – ANTT/Diário do Transporte
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Não adianta o disfarce de abertura pretendida de forma gradual. Está na lei que a operação é por conta e risco do operador, de sorte que sendo ineficiente seu custo de produção afastará o pequeno empresário, mas sendo eficaz e competitivo ele permanecerá, pois é o público que ele seus melhores operadores. Como está, com grandes empresas tripudiando em suas tarifas (livres), protegidas por taxas de extras que financiam as vendas pela internet (ao contrário de barate-las) e – absurdo! – admitido pela agência, que as protege, nenhum benefício concreto o passageiro terá. Ônibus novo, sala Vip, etc é para atrair consumidores, não para escorcha-los.
Só a concorrência e multiplicidade de serviços criam meios eficazes de controle de preços.
Esse tipo de abertura de novos mercados não existe por motivo que a ANTT é quem vai decidir qual a empresa que pode operar uma linha sendo que de acordo com a lei qualquer empresa de grande ou pequeno porte ela pode sim operar as linhas não importa qual mas o monopólio do transporte público brasileiro não deixa que outras empresas possam operar dizem para os leigos que existe licitação de linha mas as principais linhas e as principais empresas que opera no Brasil nenhuma delas tem licitação nenhuma delas tem concessão pública é só você procurar que vai ver que o grupo Guanabara e o grupo Gontijo não deixa ninguém entrar em suas linhas quando entram tem que fazer rodeio por cidades mas não pode operar na mesma linha então o que o diretor da ANTT quer fazer na realidade é continuar protegendo os grandes empresários é a minha opinião
Brasil vergonhoso só os grandes tem direito nesse país ….
Tem solução, mas passa pelas urnas. São deputados e senadores com vínculo a essas empresas. Eles indicam e formam os órgãos públicos. Então, não coloque seu voto em quem já votou nas últimas eleições, pq até aqui só apoiaram os projetos de privilégios.