Eletromobilidade

Marcopolo assina convênio com a USP e vai atualizar carroceria em projeto de ônibus a hidrogênio obtido do etanol

Assinatura foi publicada oficialmente nesta terça-feira (11); Veículo vai circular dentro da universidade

ADAMO BAZANI

A Marcopolo vai atualizar a carroceria do ônibus que será movido a hidrogênio obtido do etanol no projeto entre a USP, Raízen e Shell.

Convênio no valor de R$ 671 mil (R$ 671.624,79) entre a encarroçadora e a USP – Universidade de São Paulo (USP/EP, Unidade EMBRAPII Poli USP Powertrain) foi publicado em Diário Oficial do Estado de São Paulo desta terça-feira, 11 de abril de 2023.

A assinatura ocorreu na segunda-feira (10) e o convênio tem validade por 12 meses.

A previsão é de que no segundo semestre deste ano, o veículo com tecnologia inédita no Brasil esteja operando dentro da USP.

O documento prevê a reforma de inicialmente de um dos três ônibus a hidrogênio apresentados em 2015 em um projeto entre EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Os veículos chegaram a operar experimentalmente no corredor ABD (entre o ABC Paulista e a capital), mas foram encostados.

USP, Raízen e Shell vão atualizar a tecnologia.

No projeto apresentado anteriormente no Corredor ABD, os veículos dependiam do hidrogênio obtido pelo processo denominado eletrólise que separa o hidrogênio da água.

Estudos iniciais da USP mostram que este procedimento, para a obtenção do combustível pode ser mais caro e mais poluente do que o hidrogênio a partir do etanol.

A Marcopolo vai atualizar inicialmente a carroceria de um destes três ônibus, modelo Viale, mas se o projeto começar a mostrar viabilidade, os outros dois podem ser modernizados também.

Por meio de nota, a Marcopolo explica que além da carroceria, vai recuperar outros itens.

A Marcopolo assinou um convenio com a Escola Politecnica da USP, RCGI unidade Embrapii e uma start-up chamada Carbonic para reativação de 01 dos 03 ônibus hidrogênio da EMTU que rodaram pela Metra no corredor ABD em 2016. Este acordo se conecta com o primeiro convenio assinado em set/22 entre USP/Shell/Raizen/Senai que vai instalar no campus USP Cidade Universitária um equipamento de produção de hidrogênio a partir do etanol.

O papel da Marcopolo nesta etapa será além de reformar a carroceria, recuperar itens de chassi e sistema completo de baterias, sistema de arrefecimento, motor elétrico, controladores e fuel cell, através da engenharia de desenvolvimento e área de protótipos no site da Marcopolo em São Paulo.

A USP, o Senai e as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron assinaram em 1º de setembro de 2022, um acordo de cooperação para o desenvolvimento de duas plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol.

Serão construídas duas plantas dedicadas à tecnologia de produção de hidrogênio a partir do etanol, uma com capacidade para produzir 5 kg/h de hidrogênio e a outra quase 10 vezes maior, com capacidade de 44,5 kg/h.

ÔNIBUS:

Segundo a Universidade, o acordo também contempla a construção de uma estação de abastecimento veicular para os ônibus que circulam pela Cidade Universitária, em São Paulo. Com início da operação previsto para o segundo semestre 2023, a estação será um dos primeiros postos a hidrogênio do mundo, diz a USP.

O modelo utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell). A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus.

A tecnologia será desenvolvida e fabricada pela Hytron, do grupo alemão Neuman & Esser (NEA), com suporte do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras do Senai Cetiqt.

HISTÓRICO – O HIDROGÊNIO EM ÔNIBUS NO BRASIL:

Foram apresentados em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entre 2009 e 2015, quatro ônibus a hidrogênio, que chegaram a circular pelo Corredor Metropolitano ABD, entre a região do ABC e a capital.

O programa de ônibus a hidrogênio foi criado ainda em 1993, com participação do Ministério das Minas e Energia e recursos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Os veículos estão parados na garagem da concessionária NEXT Mobilidade, na área correspondente ao projeto de hidrogênio da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), gerenciadora, sem continuidade dos estudos.

O projeto Ônibus movido a Célula de Hidrogênio tinha vigência inicial até 31 de março de 2016 e os três veículos mais novos circularam no Corredor ABD até início de junho de 2016.

Na ocasião, a EMTU foi designada para ser a Coordenadora Nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, que entrou com o apoio financeiro do Global Environmental Facility (GEF), além de recursos provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por intermédio do MME. Para o desenvolvimento de todo o projeto foram destinados US$ 16 milhões.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/02/23/emtu-diz-que-projeto-de-onibus-a-hidrogenio-e-vitorioso-e-fala-do-gas-natural/

O primeiro ônibus foi apresentado em 2009 e chegou a transportar passageiros em 2010, como também mostrou o Diário do Transporte na ocasião.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2010/12/20/onibus-a-hidrogenio-comeca-a-rodar-com-passageiros/

O Diário do Transporte cobriu também a apresentação dos outros três ônibus.

Os veículos foram mostrados em uma cerimônia no dia 15 de junho de 2015, às 10 horas, na época da gestão de Geraldo Alckmin frente ao Governo de São Paulo.

Relembre:

EMTU apresenta mais três ônibus a hidrogênio no ABC Paulista

A reportagem acompanhou as fases de testes.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2016/03/07/testes-com-passageiros-nos-onibus-a-hidrogenio-do-corredor-abd-vao-ate-o-dia-31-de-marco/

Etanol e Hidrogênio:

A USP, o Senai e as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron assinaram em 1º de setembro de 2022, um acordo de cooperação para o desenvolvimento de duas plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol.

Serão construídas duas plantas dedicadas à tecnologia de produção de hidrogênio a partir do etanol, uma com capacidade para produzir 5 kg/h de hidrogênio e a outra quase 10 vezes maior, com capacidade de 44,5 kg/h.

Segundo a Universidade, o acordo também contempla a construção de uma estação de abastecimento veicular para os ônibus que circulam pela Cidade Universitária, em São Paulo. Com início da operação previsto para o segundo semestre 2023, a estação será um dos primeiros postos a hidrogênio do mundo, diz a USP.

O modelo utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell). A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus.

A tecnologia será desenvolvida e fabricada pela Hytron, do grupo alemão Neuman & Esser (NEA), com suporte do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras do Senai Cetiqt.

A Marcopolo foi escolhida para atualizar a carroceria do ônibus movido a hidrogênio obtido do etanol no projeto entre a USP, Raízen e Shell.

Convênio no valor de R$ 671 mil (R$ 671.624,79) entre a encarroçadora e a USP – Universidade de São Paulo (USP/EP, Unidade EMBRAPII Poli USP Powertrain) foi publicado em Diário Oficial do Estado de São Paulo de 11 de abril de 2023.

A assinatura ocorreu um dia antes com validade por 12 meses.

O documento prevê a reforma de inicialmente um dos três ônibus modelo Viale a hidrogênio apresentados em 2015 em um projeto entre EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Se der certo, os outros dois ônibus devem ser reformados.

No projeto apresentado anteriormente no Corredor ABD, os veículos dependiam do hidrogênio obtido pelo processo denominado eletrólise que separa o hidrogênio da água.

Estudos iniciais da USP mostram que este procedimento, para a obtenção do combustível pode ser mais caro e mais poluente do que o hidrogênio a partir do etanol.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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