Manifestações de caminhoneiros bolsonaristas: bloqueios em rodovias permanecem na manhã desta terça (1º) mesmo com determinação da Justiça

Cidadãos são impedidos de circular na Castelo Branco; pequenos grupos ameaçam demais caminhoneiros, segundo relatos

Transportes de mercadoria e pessoas, inclusive linhas de ônibus, são afetados por grupos que não se conformam com derrota de Jair Bolsonaro nas urnas

ADAMO BAZANI

Colaborou Willian Moreira

Caminhoneiros bolsonaristas continuam na manhã desta terça-feira, 1º de novembro de 2022, atrapalhando o tráfego em rodovias e vias urbanas, mesmo com uma determinação do ministro Alexandre de Moares, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para que PRF (Polícia Rodoviária Federal) e polícias estaduais liberem os locais para garantir o ir e vir de pessoas e mercadorias.

Os atos prejudicam, inclusive, a circulação de linhas regulares de ônibus e, por causa destes movimentos, passageiros tiveram viagens canceladas, muitas que tinham sido programadas por motivos de trabalho e até mesmo saúde.

Estes grupos não se conformam com a derrota nas urnas do presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro permanece calado e, diferentemente do que é tradição na democracia brasileira, ainda não se pronunciou sobre as eleições. Bolsonaro é o primeiro presidente que tentava se reeleger e foi derrotado.

Em redes sociais e em emissoras de rádio, caminhoneiros dizem que em cada ponto de bloqueio são pequenos os grupos que causam os tumultos, mas os demais não seguem viagem porque têm medo de agressão ou de ter os veículos destruídos pelos organizadores.

Em São Paulo, o Ministério Público criou uma força-tarefa, na qual, o GAECO, que investiga o crime organizado, é integrante e apura quem são os mandantes destas interdições.

Na manhã desta terça-feira (1º), os grupos de bolsonaristas fazem bloqueios ainda em diversas rodovias em todo o País.

Em São Paulo, a rodovia Presidente Castelo Branco tem interdições em Osasco e Barueri.

Pela Castelo Branco passam diversas linhas metropolitanas de ônibus (EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que levam milhares de trabalhadores entre a área Oeste da Grande São Paulo e a capital. Todos são prejudicados.

085 – Santana de Parnaíba (Parque Santana)/ São Paulo (Lapa)

085VP1 – Santana de Parnaíba (Paruqe Santana)/ Osasco (Estaçao)

116 – Barueri (Centro)/São Paulo (Metrô Armênia)

291 – Jandira (Jardim Nossa Senhora de Fátima)/ Santana de Parnaíba (Residencial Burle Marx)

291BI1 – Itapevi (Jardim Bela Vista)/ Santana de Parnaíba (Residencial Burle Marx)

313 – Itapevi (Divisa São Roque)/ Santana de Parnaíba (Residencial Burle Marx)

378 – Santana de Parnaíba (Terminal Rodoviário Alphaville)/ São Paulo (Metro Paraiso)

419 – Itapevi (COHAB/Jardim Paulista)/ Santana de Parnaíba (Residencial Burle Marx)

468 – Santana de Parnaíba (Terminal Rodoviário Alphaville)/ Cotia (Terminal Metropolitano Cotia)

468BI1 – Barueri (Shopping Tamboré)/ Cotia (Terminal Metropolitano de Cotia)

818 – Barueri (Alphaville)/São Paulo (Metrô Armênia)

819 – Osasco (Terminal Santa Maria)/ Barueri (Alphaville 3/Bradesco)

827 – Santana de Parnaíba (Terminal Rodoviário da Fazendinha)/ São Paulo (Metrô Paraíso)

838 – São Paulo (Metrô Morumbi)/ Barueri (Alphaville/ Green Valley)

Quem precisa se deslocar de avião pode perder o voo por causa dos manifestantes que fazem os bloqueios.

Há tumultos na rodovia Hélio Smidt.

Na rodovia Presidente Dutra, os manifestantes causam dificuldades em Barra Mansa, Queimados, Resende, Jacareí, Caçapava, São José dos Campos.

Na Rodovia BR-101 (Rio-Santos), os cidadãos não conseguem se deslocar tranquilamente por causa de bloqueios no Rio de Janeiro e Paraty.

Bolsonaristas inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas realizam os bloqueios que causam transtornos. Bolsonaro segue em silêncio desde a noite de domingo (30) depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter confirmado oficialmente a vitória do adversário Luís Inácio Lula da Silva.

São três fatos inéditos na história eleitoral do Brasil desde a redemocratização:

– Nunca um presidente que tentava a reeleição foi derrotado, como aconteceu com Bolsonaro;

– Nunca um Presidente da República se calou por tanto tempo depois das eleições

– Nunca ocorreram protestos simultâneos contra um resultado de eleições.

O Diário do Transporte mostrou que passageiros de linhas de ônibus metropolitanos e rodoviários foram prejudicados.

As empresas de ônibus tiveram de cancelar diversas viagens.

Veja as rodovias afetadas

ROTA DAS BANDEIRAS
Dom Pedro I (Campinas – Jacareí) : fechada em Atibaia sentido Campinas; Itatiba sentido Campinas
Zeferino Vaz (faz Campinas – Conchal): só uma faixa liberada em Arthur Nogueira, km 152.

AUTOBAN
Anhanguera: fechada Jundiaí ambos km 53

CCR VIAOESTE
Castello Branco
Osasco km 19: ambos
Barueri km 26: ambos
Boituva km 116: sentido interior

Raposo Tavares
Votorantim km 101: fechada ambos
Votorantim Km 94: total

Rodovia Marechal Rondon (Jundiaí – Sorocaba) : fechada km 78na altura de Jacaré
Rodovia Pedro Eroles (ligação com Mogi Bertioga): total

NOVA DUTRA
Barra Mansa – Situação: tráfego flui parcialmente na pista sentido Rio de Janeiro no km 281
Resende – Situação: tráfego totalmente bloqueado no km 310.
Jacareí – Situação: tráfego totalmente bloqueado no km 161.
Taubaté – situação: tráfego totalmente bloqueado no km 112.
Caçapava – Situação: tráfego flui parcialmente no km 130.
São José dos Campos – Situação: tráfego flui parcialmente no km 157; tráfego totalmente bloqueado no km 149 (pista expressa e marginal).
Canas – Situação: tráfego flui parcialmente no km 45 da pista sentido SP.

Rodovia: BR-101 (Rio-Santos)
Paraty – Situação: tráfego totalmente bloqueado nos km 576 e no km 533

CUMBICA – Acesso aeroporto, km 01, INTERDIÇÃO PARCIAL Guarulhos, acesso a Av. Monteiro Lobato. PRF no local. Uma faixa liberada no sentido aeroporto. No sentido contrário, pista totalmente liberada.

ARTERIS – RÉGIS BITTENCOURT
Embu km 280 – ambos, só passam leves
Juquitiba km 322 – ambos, só passam leves
Campina Grande do Sul km 67 – totalmente fechada

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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