Abstenção no 2º turno foi menor que no 1º e gratuidades nos transportes podem ajudar a explicar, segundo o TSE
Publicado em: 31 de outubro de 2022

É a primeira vez na história que comparecimento no segundo turno é maior
ADAMO BAZANI
Pela primeira vez na história eleitoral brasileira, o comparecimento às urnas neste segundo turno, que ocorreu em 30 de outubro de 2022, foi maior que no primeiro turno.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) analisa vários motivos que podem ter contribuído para os números, entre os quais, as gratuidades nos transportes por ônibus, trens e metrô que ocorrem em mais de 400 cidades brasileiras.
De acordo com o TSE, a abstenção de eleitores no segundo turno foi de 20,6%, abaixo da que foi registrada no primeiro turno. Com 99,99% das urnas apuradas, houve 32 milhões 192 mil 725 ausências.
No primeiro turno, a abstenção foi de 20,95%.
Entre 2010 e 2018, nos segundos turnos, a média de abstenções foi de 21,2%, ainda de acordo com o TSE.
Proporcionalmente, os eleitores que estão no exterior foram responsáveis pela maior taxa de abstenção, segundo o Tribunal.
Em São Paulo, onde foram concedidas, por exemplo, gratuidades em ônibus de diversos municípios, transportes metropolitanos (EMTU, trens, metrô e monotrilho) e nos ônibus rodoviários e suburbanos, segundo o TSE, as abstenções somaram 21%, número abaixo da média histórica de segundo turno para o Estado.
Além das gratuidades nos ônibus, trens e metrôs, o engajamento maior dos eleitores, com defensores de cada um dos lados, também é considerado pelo TSE.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
A queda de abstenção foi muito pequena para justificar que a gratuidade contribuiu pra isso. Me parece muito mais que as abstenções foram por causa do cenário político e principalmente das pessoas que foram votar escolhendo um dos candidatos ao invés de anularam. Não teve nem 0,5% de diferença entre o primeiro e o segundo turno