Greve de ferroviários no Reino Unido nesta quarta (27) prejudica transportes e revela crise de poder aquisitivo
Publicado em: 27 de julho de 2022

Há cerca de um mês, foi registrada a maior paralisação dos últimos 30 anos
ADAMO BAZANI/ALEXANDRE PELEGI
Passageiros que dependem de ferrovia no Reino Unido mais uma vez enfrentam dificuldades nesta quarta-feira, 27 de julho de 2022.
Cerca de 40 mil ferroviários britânicos de 14 operadores privados e da rede ferroviária Network Rail que atuam estações, manutenção, sinalização e limpeza voltaram a cruzar os braços.
A categoria quer uma proposta melhor que a oferecida pelas transportadoras que é de reajuste salarial de 04%, aquém da atual taxa de inflação de 9,4%.
O Reino Unido enfrenta uma crise de poder aquisitivo. A estimativa é de que a inflação chegue a 11%.
Segundo agências internacionais de notícias, apenas um em cada cinco trens funcionará nesta quarta-feira, em cerca de metade da rede, com algumas áreas sem trens durante todo o dia. A greve também afeta a circulação dos trens Eurostar, causando cancelamentos e alterações de horários.
Os operadores ferroviários privados dizem que só podem dar aumentos aos trabalhadores caso haja mudanças nos contratos de concessão para tornar o negócio mais sustentável perante a queda no número de passageiros após a pandemia de covid-19, com o crescimento do teletrabalho.
O sindicato RMT já tinha convocado três greves de um dia no mês passado que interromperam os serviços em grande parte do país, e tem planeadas mais greves para sábado e para outros três dias em agosto.
No twitter o secretário de Transportes Grant Shapps disse que foi oferecido ao sindicato RMT (dos trabalhadores Ferroviários, Marítimos e dos Transportes) “um acordo salarial no valor de até 8% em 2 anos”. Shapps completa afirmando que a liderança rejeitou sem sequer colocá-la para avaliação de seus membros e, em vez disso, “convocou outra greve”.
“Os chefes da RMT não estão interessados em encontrar uma solução, eles só querem causar miséria ao público que viaja”, disse o secretário.
A maioria dos serviços gerenciados pela TfL (Transport for London) funcionará normalmente na capital, o que inclui metrô e ônibus.
Adamo Bazani e Alexandre Pelegi, jornalistas especializados em transportes
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