Greve no transporte ferroviário do Reino Unido prossegue nessa quinta-feira (23)
Publicado em: 23 de junho de 2022

Acordos não avançaram, e primeiro-ministro Boris Johnson quer mudar a lei para trocar grevistas por temporários
ALEXANDRE PELEGI/ADAMO BAZANI
Depois de uma terça-feira (21) caótica para o transporte coletivo em Londres e em todo o Reino Unido, devido à greve que paralisou ferrovias e linhas do metrô, o movimento paredista, considerado o maior dos últimos 30 anos, volta com força nesta quinta-feira, 23 de junho de 2022.
Com o fracasso das negociações, membros do sindicato ferroviário, marítimo e de transporte (RMT) na Network Rail e 13 operadoras de trem realizam sua segunda greve da semana.
Os ferroviários pressionam por reajustes de salários e melhores condições de trabalho com autoridades do governo britânico, num quadro de inflação alta e pressão econômica.
A estimativa é de que apenas cerca de um em cada cinco trens funcione nas linhas principais durante o dia, o que complicará a vida de milhares de passageiros em todo o Reino Unido.
A Network Rail informou que os serviços ferroviários de hoje “serão muito parecidos com os de terça-feira”, começando no final da manhã e terminando no início da noite, por volta das 18h30.
Os passageiros estão sendo avisados a “viajar de trem apenas se necessário”.
Reforçando o movimento, membros do sindicato dos ferroviários ASLEF também entrarão em greve nesta quinta, em uma negociação separada sobre salários.
Já a Associação de Funcionários Assalariados de Transporte (TSSA) anunciou que seus membros da Merseyrail (Sistema de trens metropolitanos de Liverpool) aceitaram uma oferta salarial de 7,1%.
Pressionado, o governo do Primeiro Ministro Boris Johnson divulgou que vai mudar a lei para que grevistas possam ser substituídos por trabalhadores temporários.
No entanto, Neil Carberry, executivo-chefe da Confederação de Recrutamento e Emprego do Reino Unido, afirmou publicamente que mudar a lei para permitir que empresas contratem trabalhadores temporários para substituir funcionários em greve durante disputas trabalhistas não funcionará.
“Os trabalhadores temporários estão em alta demanda, e a maioria não escolherá um trabalho que os obrigue a cruzar uma linha de piquete sobre outra onde não precisam fazer isso”, disse.
Alexandre Pelegi e Adamo Bazani, jornalistas especializados em transportes