Fundo árabe assume controle do Metrô Rio em operação de R$ 1,8 bilhão

Mubadala passa a ser dono da concessão após operação que envolveu troca de dívida da Invepar

ALEXANDRE PELEGI

O controle do Metrô do Rio de Janeiro mudou de mãos.

A operação era controlada até hoje pela Invepar, holding de infraestrutura e transportes controlada pelos fundos de pensão Previ, Funcef e Petros.

A operação envolveu a troca de dívida bilionária, avaliada em R$ 1,8 bilhão, dos fundos de pensão com o Mubadala, fundo de Abu Dahbi.

Desta forma, o controle da operação do Metrô Rio e do Metrô Barra passa para a Hmobi, holding de investimentos em mobilidade urbana. A HMobi pertence 51,5% ao Mubadala e 48,5% aos três fundos de pensão.

O fundo árabe auxiliou na reestruturação de dívidas da Invepar no valor de R$ 2,5 bilhões. Como troca, a Invepar abriu mão da concessão do metrô e da Linha Amarela.

O governo do Rio de Janeiro havia autorizado em junho deste ano a transferência do controle do Metrô Rio da Invepar para a HMOBI Participações. O governador Cláudio Castro autorizou a transferência no dia 11 de junho deste ano. A informação foi antecipada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal “O Globo”.

O fundo árabe assume agora a concessão de um sistema de 54 quilômetros de trilhos, três linhas e 41 estações.

São duas concessões, que abrangem uma as linhas 1 e 2, com validade até 2038, e outra a linha 4, até 2036.

Com a pandemia o sistema metroviário carioca passou a enfrentar dificuldades, com a queda de 80% num modal que transportava 900 mil pessoas por dia.

Atualmente esta redução está entre 45% a 50%, e o lucro do negócio praticamente zerou em 2020.

Em nota, o presidente do Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, informou após o negócio ter sido fechado: “A incorporação do Metrô Rio e Metrô Barra ao portfólio se encaixa perfeitamente à nossa estratégia de transformar empresas que se encontram em um contexto complexo. Estes investimentos têm uma boa perspectiva de recuperação operacional e rentabilidade no longo prazo, mesmo diante do atual cenário econômico. Além disso, estas aquisições consolidam cada vez mais nossa experiência com ativos dessa natureza”, disse.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Carla disse:

    Os políticos cariocas agradecem $$$$$$$ pois irão meter a mão e só chegará como investimento alguns cem mil

  2. carlos souza disse:

    Só esqueceram de avisar aos árabes como funciona o troço no Brasil.A base do toma-lá dá-cá.

  3. luizpcarlos disse:

    ISSO É CRIME, O METRO DO RIO DE JANEIRO ACABA DE SE TORNAR UMA PROPRIEDADE PARTICULAR AFASTANDO QUALQUER TIPO DE INTERFERENCIA DO ESTADO DE PLENO DIREITO COMO QUALQUER CASA DECOMERCIO. Repassar concessão sem licitação é vender bens publico a terceiros é abrir um precedente para posse definitiva de bens públicos, agora é só registrar o direito de propriedade definitiva. Uma transação particular é algo inadmissível. Além de ter acobertado o grupo de bandidos e estelionatários da INVEPAR tirou deles qualquer responsabilidade sobre os vários desvios e golpes no mercado financeiro usando a empresa Metro-Rio. O estado ao permitir essa transação particular sem licitação perde qualquer direito de propriedade sobre o metro, ainda que esteja previsto em contrato que foi remontado por vias inconstitucionais e ilegais.

  4. Francisco de Paula Souza Santos disse:

    Só queria que eles pensasse mais no povo carioca
    E coloca-se o metrô pra funcionar até 1 horas da manhã pra que trabalhar e precisar dele diariamente.

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