Alerj pede que Rio tenha ônibus “PAESE” para a SuperVia, como São Paulo tem com Metrô e CPTM

Parlamentares querem que MP investigue constantes atrasos e furtos de cabos

ADAMO BAZANI

Os deputados estaduais do Rio de Janeiro querem que governo do Estado e prefeitura montem para passageiros dos trens da SuperVia, esquemas emergenciais de ônibus em caso de panes e interrupções na prestação de serviços do sistema de trilhos.

Seria algo semelhante ao que a capital paulista e região metropolitana de São Paulo fazem por meio do PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) quando os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ou do Metrô apresentam problemas.

Por meio de nota da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputado Dionisio Lins (PP),  disse que o fato de a concessionária SuperVia não ter um plano de emergência para atuar em conjunto com as empresas de ônibus, para que estas transportem passageiros nestas situações emergenciais, não é justo. O parlamentar também questionou a atuação da SuperVia diante dos recorrentes furtos.

“Sabemos que o roubo de cabos já virou uma rotina, tanto na SuperVia como no metrô. Vamos cobrar as medidas que a empresa irá tomar, para ao menos minimizar a situação. Por que eles não solicitam à Polícia Militar que atue de forma mais presente ao longo da via que margeia as estações? A empresa poderia também fazer um levantamento das áreas com maior incidência de furtos, além de intensificar a segurança de sua malha ferroviária não só com rondas, como também com o uso de drones, durante o dia e à noite para tentar identificar essas quadrilhas”, acrescentou Dionisio.

A comissão enviou um ofício ao MPRJ (Ministério Público Estadual), em 1º de setembro de 2021, requerendo a apuração das causas dos constantes atrasos em linhas de trens da concessionária SuperVia. Nos dois primeiros dias desta semana (segunda e terça), os trens do ramal Japeri, que vai da Central do Brasil, no centro da cidade do Rio, até Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, circularam com intervalo maior que o usual. A comissão também irá oficiar a própria SuperVia para que explique quais medidas de segurança estão sendo tomadas, para que os atrasos sejam evitados. De acordo com a concessionária, os atrasos se devem ao furto de cabos e equipamentos de sinalização.

PAESE:

Em 03 de maio de 2021, o Diário do Transporte publicou um artigo do assessor especial do (SPUrbanuss) Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo,  Francisco Christovam, que conta a história do PAESE, cujas origens remetem a 1983, quando houve um incêndio numa das estações da hoje denominada Linha 7 – Rubi (Luz/Francisco Morato/Jundiaí) da CPTM, interrompendo completamente o tráfego de trens e comprometendo o transporte de passageiros em toda a região de Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Campo Limpo Paulista.

Na ocasião, Christovam atuava na extinta CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) da capital paulista.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/05/03/opiniao-paese-uma-iniciativa-que-deu-certo/

Atualmente, a chamada operação PAESE é coordenada por duas gerenciadoras públicas de transportes em São Paulo: a SPTrans (São Paulo Transporte) para atendimento na capital paulista (o que abrange Metrô e CPTM) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) nos municípios da Grande São Paulo (o que abrange a CPTM).

A operação PAESE, em linhas gerais, funciona da seguinte maneira:

– A empresa do setor de trilhos que necessita de auxílio pede à SPTrans ou EMTU o atendimento com ônibus.

– Quem estipula a quantidade de ônibus no pedido é a empresa solicitante, como CPTM (linhas 7-Rubi,8-Diamante,9-Esmeralda,10-Turquesa,11-Coral, 12-Safira e 13-Jade), Metrô (linhas 1-Azul,2-Verde,3-Vermelha e monotrilho 15-Prata), ViaQuatro (linha 4-Amarela – metrô) ou ViaMobilidade (linha 5-Lilás – metrô). Assim, não é a SPTrans e a EMTU que determinam a quantidade de ônibus.

– Uma vez com a solicitação e a quantidade em mãos, SPTrans ou EMTU acionam as empresas de ônibus que têm garagens e linhas mais próximas das estações afetadas.

– Ônibus da SPTrans podem atender até uma estação fora da capital paulista em PAESE e ônibus da EMTU podem entrar na cidade de São Paulo.

– São preferencialmente usados ônibus da reserva para não prejudicar as linhas normais das viações.

– Em alguns casos, EMTU e SPTrans podem determinar extensões de trajetos e aumento de frota em linhas comuns que já existem.

– A operação PAESE não cobra tarifa dos passageiros, mas tem um custo que é bancado pela empresa solicitante: CPTM, Metrô, ViaQuatro ou ViaMobilidade.

– O valor é pago à SPTrans e EMTU que depois repassam a parte correspondente às operações para as empresas de ônibus.

– Este valor não é fixo e varia de acordo com fatores como: extensão do trecho coberto pelos ônibus e quantidade de ônibus.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. carlos eduard disse:

    rio sempre querendo copiar sp.

  2. Waldemar Maria de Araujo Filho disse:

    Esse apoio aqui n oRJ era feito pela CTC

  3. carlos souza disse:

    RJ já morreu.Morreu por falta de legalidade.É o Estado mais criminoso e ilegal do país

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