Receita do transporte rodoviário regular e suburbano despenca 58% em ano de pandemia, mostra relatório da Artesp
Publicado em: 12 de fevereiro de 2021

Número de passageiros chegou a cair 58% no mês de março de 2020. Sistema de fretamento contínuo e eventual foi o que sofreu menos
ALEXANDRE PELEGI
O transporte rodoviário intermunicipal e suburbano do estado de São Paulo sofreu bastante em 2020 por causa dos impactos da pandemia de Covid-19.
As medidas adotadas pelo Governo Doria para combater a disseminação do vírus prejudicaram diretamente o setor do transporte, não apenas urbano, mas também o rodoviário intermunicipal e suburbano.
É o que mostram os dados da Agência de Transporte do Estado de São Paulo – Artesp em publicação oficial desta sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021, no Relatório das Atividades do Executivo, documento enviado à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
A quantidade de passageiros/dia que ficara sempre acima de 320 mil nos anos de 2016, 2016, 2018 e 2019, despencou em 2020 para menos da metade, 148.941 passageiros/dia.
Além do número de passageiros transportados, as empresas realizaram bem menos viagens e tiveram um total de percurso também menor.
Enquanto nos últimos quatro anos anteriores a 2020 a quantidade de viagens/dia ficou sempre acima de 12.300, este número despencou para 7.129 no ano da pandemia.
O total de percurso percorrido, que também vinha se mantendo em torno de 1 milhão de quilômetros por dia, caiu quase à metade em 2020, para 525.897 quilômetros.
Evidente que tido isso repercutiu na receita do setor de transporte paulista.
O relatório da Artesp mostra que a receita anual, que oscilava em torno de R$ 1,5 bilhão desde 2016 até 2019, caiu a R$ 556 milhões em 2020.
FRETAMENTO
Por outro lado, o que se percebe é um crescimento do setor de fretamento contínuo e eventual no estado de São Paulo, com o consequente aumento de ônibus.
Se em 2016 a Artesp registrava 829 empresas cadastradas e 13.216 ônibus, em 2020 estes números subiram para 2.000 e 16.378 respectivamente.
No caso do sistema de fretamento de estudantes, por causa da proibição das aulas, o efeito foi o oposto: a quantidade de veículos cadastrados despencou de 105 em 2016 para apenas 14 em 2020, e a quantidade de empresas e autônomos cadastrados caiu de 92 para 35.
Se ao longo dos anos o fretamento contínuo e eventual cresceu, entre 2019 e 2020 os dados são controversos. Houve uma pequena queda na quantidade de ônibus registrados de 2019 para 2020, mas um aumento de quase 100 empresas cadastradas de um ano para o outro.
VEJA AS TABELAS DA ARTESP:
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes