Pesquisa CNT: Após 4 meses de pandemia, 75% das empresas de transporte apresentaram queda de demanda

Segmento de transporte de passageiros tem registrado as retrações mais significativas no volume de demanda, diz CNT

Nova rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte – Covid-19 foi divulgada pela Confederação Nacional do Transporte nesta quinta-feira (23)

ALEXANDRE PELEGI

A CNT – Confederação Nacional do Transporte divulgou nesta quinta-feira, 23 de julho de 2020, os resultados da 4ª rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte Covid-19

Como esperado, o setor de transporte registrou queda de demanda pelo quarto mês consecutivo.

A CNT considerar que o segmento de transporte de passageiros tem registrado as retrações mais significativas no volume de demanda, o que justifica a liberação emergencial de recursos para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro, que foi profundamente abalado por causa da crise.

Segundo o levantamento, 74,6% das transportadoras acusaram diminuição da demanda em junho. Mais da metade delas (57,2%) avaliou que essa retração foi grande.

Além da queda de demanda e faturamento, as empresas sofreram com as dificuldades de acesso a crédito, situação que persiste desde o início da pandemia.

A pesquisa CNT apurou que mais de um terço das empresas (34,0%) precisou recorrer ao crédito rotativo, linha com as taxas de juros mais elevadas do mercado.

O levantamento ouviu 858 empresas de cargas e de passageiros, de todos os modais de transporte, entre os dias 9 e 15 de julho.

Ainda segundo o levantamento, quase 80% das transportadoras projetam impactos negativos da crise em sua empresa por pelo menos mais quatro meses.

Do total de empresas pesquisadas, 26,4% delas afirmou que consegue permanecer operando com recursos próprios por, no máximo, mais um mês. Até meados de julho, 21,3% já tiveram de recorrer a linhas de financiamento para complementar o fluxo de caixa e cobrir as suas operações.



QUEDA DE FATURAMENTO

Do total de empresas, 60,7% apontara queda de faturamento, e 41,8% das transportadoras declararam que estão com sua capacidade de pagamento comprometida.

Vander Costa, presidente da CNT, afirma ser urgente a apresentação de um plano de socorro imediato às transportadoras, de modo a oferecer uma linha de crédito exclusiva e pré-aprovada, com taxas de juros reduzidas e carência estendida. “Entendemos que, após quatro meses de pandemia, se as iniciativas governamentais durante a crise não refletirem, na prática, o socorro emergencial efetivo às empresas, muitas transportadores irão encerrar suas atividades e segmentos, como o urbano de passageiros, podem entrar em colapso, o que certamente comprometerá o funcionamento e o abastecimento das cidades brasileiras, além da retomada da atividade econômica.”

Segundo a pesquisa, as empresas de transporte consideram como prioritárias pelo setor no atual momento a importância da isenção de tributos federais durante a pandemia (apontado por 50,8% das empresas) e a disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (50,7%).

Até meados de julho, 42,5% das empresas de transporte ouvidas pela pesquisa CNT já haviam adotado a suspensão temporária do contrato de trabalho como uma alternativa para dar algum alívio ao seu fluxo de caixa – 42,7% recorreram à redução proporcional de jornada e salários, e 43,6% precisaram utilizar demissões como alternativa de última instância.

Números da Pesquisa:

– 74,6% das empresas de transporte apontaram que houve diminuição da demanda em junho

– 60,7% indicaram uma nova diminuição do seu faturamento em junho

– 80,1% esperam uma nova diminuição do seu faturamento em julho

– 79,8% projetam impactos negativos da crise em sua empresa por pelo menos mais quatro meses

– 41,8% afirmaram que a capacidade de pagamento está muito comprometida – dificuldade para manter gastos com a folha de pagamento, parcelas de financiamentos, tributos, aluguéis, entre outros

– 26,4% conseguem permanecer operando com recursos próprios por, no máximo, mais um mês

– 21,3% já precisaram recorrer a linhas de financiamento para complementar o fluxo de caixa e cobrir a sua operação

– 52,0% solicitaram aos bancos algum tipo de financiamento, sendo que mais da metade delas (54,3%) teve a sua solicitação negada

–  39,6% das que conhecem o Pronampe solicitaram crédito pelo programa, sendo que 90,1% tiveram a solicitação negada ou ainda esperam o retorno do pedido.

– 34,0% precisaram recorrer ao crédito rotativo desde o início da pandemia

– 42,5% das empresas de transporte já haviam adotado a suspensão temporária do contrato de trabalho como uma alternativa para dar algum alívio ao seu fluxo de caixa

– 42,7% recorreram à redução proporcional de jornada e salários

– 43,6% precisaram utilizar demissões como alternativa de última instância

– 50,8% enfatizam a importância da isenção de tributos federais durante a pandemia

– 50,7% destacam a necessidade de disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas

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