Sindicato das empresas de ônibus de Petrópolis denuncia crescimento de lotações clandestinas

Foto: Setranspetro

Em comunicado à imprensa, Setranspetro afirma que transporte irregular de passageiros voltou a ganhar força durante a pandemia do Coronavírus

ALEXANDRE PELEGI

O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) que representa todas as operadoras que realizam o transporte urbano de passageiros no município fluminense, divulgou comunicado à imprensa denunciando o ressurgimento do transporte irregular de passageiros na cidade.

Segundo o documento, as “lotadas clandestinas” como são conhecidas acontecem em todas as regiões da cidade, principalmente no Centro Histórico. Esse tipo de transporte voltou a ganhar força durante a pandemia do Coronavírus, afirma o Setranspetro, “gerando prejuízos para o sistema regular de transporte público e também para a população”.

A entidade sindical afirma flagrou diversos motoristas atuando irregularmente, de maneira explícita “e, na maioria das vezes, nos pontos de ônibus que são exclusivos para o embarque e desembarque de passageiros”.

O comunicado afirma ainda que a ação dos condutores e a aceitação da população “fortalece cada vez mais a crise do Sistema de Transporte Público no município, único responsável pelo deslocamento de todos os passageiros das gratuidades na cidade”.

Antes da pandemia do Coronavírus, de acordo com o Setranspetro, o sistema de transporte já apresentava queda significativa no número de passageiros, “o que se agravou nos últimos meses, chegando a transportar apenas 25% da demanda no mês de abril, sem que houvesse reduções proporcionais no custo operacional das empresas de ônibus. Atualmente, a crise ainda é gravíssima, diante da queda de 55% na receita”.

Carla Rivetti, gerente do Setranspetro, alerta que a prática irregular do serviço de transporte de passageiro desrespeita qualquer tipo de lei e de regra, inclusive, as estabelecidas pelas próprias plataformas dos serviços por aplicativo, que pode gerar diversos prejuízos.

“É necessário que exista fiscalização rigorosa para garantir a segurança dos passageiros e também a prática regular de todos os serviços de transporte que são oferecidos na cidade. É importante respeitar a livre concorrência, desde que esta aconteça levando em consideração as leis, regras e regulamentações, inclusive, gerando mais legitimidade ao exercício dos serviços prestados por aplicativo. Temos que ressaltar também que o Sistema de Transporte Coletivo por ônibus é o único que transporta todos os passageiros da gratuidade”, disse.

Quem utiliza um serviço clandestino está completamente vulnerável a contrair qualquer tipo de problema, seja de saúde e até de segurança. Quem pode garantir os serviços de higienização desses veículos? Quem pode afirmar que há segurança e responsabilidade em transportar vidas, mesmo sem nenhum tipo de autorização para a realização do serviço? O sistema de transporte é um dos maiores empregadores do município e possui um papel importante no âmbito social, que deve ser respeitado”, concluiu Carla Rivetti.

O Setranspetro finaliza o comunicado afirmando não ser contra nenhum tipo de transporte que aconteça de forma regular, mas cobra ações do órgão fiscalizador para coibir a prática ilegal no município que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), classifica a ilegalidade como infração gravíssima, ilícita e perigosa.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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