Com trechos liberados nos 3 corredores, BRT de Campinas já tem 30% de obras concluídas
Publicado em: 24 de agosto de 2019
Compra dos novos ônibus destinados aos corredores segregados deverá fazer parte da licitação do sistema de transporte coletivo da cidade, a ser anunciada nas próximas semanas
ALEXANDRE PELEGI
Com 1/3 das obras concluídas, o sistema BRT (Bus Rapid Transit, Ônibus de Trânsito Rápido) de Campinas já tem trechos liberados para o trânsito normal desde o final de maio de 2019.
Nos três corredores, Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral, cada um já tem uma área concluída e livre para a circulação de veículos.
Em comunicado da Emdec – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, seu presidente e também secretário de Transportes do município, Carlos José Barreiro, afirma que essa é uma estratégia da Administração municipal. “Além de dar transparência e mostrar que as obras estão em pleno andamento e trechos sendo concluídos, a população também já pode saborear parte de como será o futuro sistema de transporte público do município”, afirma Barreiro.
Com previsão de conclusão total das obras para meados de 2020, desde maio deste ano a prefeitura vem liberando trechos à medida em que vão sendo concluídos.
O mais recente, em 1º de agosto, abrange um trecho de 4,25 km do Corredor BRT Campo Grande, na Avenida John Boyd Dunlop, a maior do município.
Enquanto o sistema não fica pronto, com faixas segregadas e ônibus especiais com portas à esquerda, o atual transporte público de Campinas utiliza as faixas exclusivas do BRT, com paradas transitórias. Para isso, a prefeitura requalificou a circulação, organizando as linhas e reduzindo o número de veículos nas vias marginais, o que refletiu em menor tempo de viagem e nos intervalos dos ônibus.
A Emdec estima que 69 mil passageiros foram beneficiados com a melhoria da fluidez nesse trecho do BRT Campo Grande.
Antes dessa liberação, em 27 de junho a prefeitura já havia entregue para circulação um trecho de 1,8 km do Corredor BRT Ouro Verde, nas avenidas Ruy Rodriguez e Camucim. “As faixas do BRT são utilizadas pelo transporte público e compartilhadas com o trânsito comum”, informa a Emdec, que diz que isso ocorre enquanto o sistema de corredores exclusivos não está pronto. Nessa área, a Emdec calcula que 31 mil passageiros do transporte coletivo foram beneficiados com maior fluidez durante o deslocamento.
A primeira liberação, em 29 de maio, incluiu a entrega de novos acessos viários entre o Parque Industrial e o Jardim Miranda, local inserido dentro do Corredor BRT Perimetral. O trecho com cerca de 1 km fica entre o chamado “Balão do Curtume” e a Rodovia Anhanguera (SP 330), importante ligação entre as avenidas John Boyd Dunlop e Amoreiras.
Para os próximos dias o secretário Carlos José Barreiro promete liberar para circulação mais um trecho do Corredor BRT Ouro Verde. “E estamos quase finalizando as obras do nosso viaduto estaiado”, revela o secretário.
A Emdec prepara a liberação desse trecho, com 1,8 km, na Avenida das Amoreiras, do viaduto da Rodovia Anhanguera até o futuro Terminal BRT Campos Elíseos.
O Diário do Transporte apurou que a compra dos novos ônibus destinados ao BRT campineiro deverá fazer parte da licitação do sistema de transporte coletivo da cidade, que vem sendo preparada já há algum tempo e deve ser anunciada nas próximas semanas.
DADOS GERAIS DO BRT DE CAMPINAS
Maior obra de Mobilidade Urbana já realizada no município, segundo o comunicado da Emdec, os três corredores BRT de Campinas têm custo total de R$ 451,5 milhões.
São 36,6 km de corredores exclusivos; 18 pontes e viadutos; e 37 estações e 6 terminais.
O BRT campineiro abrange terminais, estações e infraestrutura adequada; veículos articulados; corredores exclusivos com espaços para ultrapassagens; embarque e desembarque pela esquerda (junto ao canteiro central das avenidas); embarque em nível; e pagamento desembarcado. Será um sistema mais seguro, rápido, eficiente e confiável.
BRT Campo Grande: 17,9 km de extensão, saindo da região central, ao lado do Terminal Mercado, seguindo pelo leito desativado do antigo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), Avenida John Boyd Dunlop, passando pelo Terminal Campo Grande e chegando ao Terminal Itajaí.
BRT Ouro Verde: 14,6 km de extensão, saindo da região central, do Terminal Central, seguindo pelas avenidas João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez, passando pelo Terminal Ouro Verde, Camucim até o Terminal Vida Nova.
BRT Perimetral: situado entre os dois corredores, tem 4,1 km de extensão, ligando a Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo leito desativado do VLT.
Viaduto Estaiado: 118 metros de extensão, por 12,80 metros de largura. São cerca de 40 metros de altura total (do chão até o final do mastro principal). Serão duas faixas de rolamento; e passeio em ambos os lados. A iluminação é em Led. O método construtivo é em concreto armado e estais em cabos de aço. No total são 36 estais conectados ao mastro.
O viaduto interligará a Estação Rodoviária ao Trecho 1 do Corredor BRT Campo Grande, passando sobre a Avenida Barão de Itapura e sobre a alça de saída dos terminais Rodoviário e Metropolitano.
SITUAÇÃO ATUAL DO BRT DE CAMPINAS
– Projetos executivos: 97,76% concluídos.
– Obras: 29,95% concluídas.
– Pavimento (total 36,6 km): 20,15 km concluídos e 4,3 km em execução (66,8% do total).
– Obras de arte: 16 OAE em execução.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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Uma enganação, porque um trecho liberado, tem que oferecer segurança para os motoristas.