Destaque em pesquisa OD do Metrô de SP, hora do almoço já é maior que picos da manhã e da tarde em número de viagens

Foto: Alexandre Pelegi

São 5,2 milhões de viagens diárias ao meio-dia. Número representa aumento de 30% em relação a 2007, e engloba viagens feitas por modo motorizado ou não

ALEXANDRE PELEGI

Como viaja o paulistano que reside na Grande São Paulo? Seja a pé, por carro, bicicleta, ou meios de transporte coletivo, como ônibus, trem e metrô, a Pesquisa OD da Companhia do Metropolitano de São Paulo vem trazendo respostas a essa pergunta há 50 anos.

A mais recente delas, divulgada em sua segunda fase nesta quarta-feira, 3 de julho de 2019, traz um cenário diferente: ao contrário das edições anteriores, o maior número de viagens não se dá mais de manhã e à tarde, como nos acostumamos a ver. O conhecido formato pendular, onde as pessoas saiam pra trabalhar e só retornavam no fim do dia, não é o mais forte em número de deslocamentos.

Pelos dados da maior pesquisa de mobilidade do país, pode-se conhecer outro dado importante, que merecerá atenção dedicada dos especialistas: o tempo de deslocamento das pessoas diminuiu.

A pesquisa considera viagens as realizadas por metrô, trem, ônibus, automóveis e motocicletas (motorizadas), e as realizadas por bicicleta ou a pé (não motorizadas).

PICO DO MEIO-DIA

A hora do almoço, ou o tradicional “horário de meio-dia”, concentra agora 5,2 milhões de viagens diárias. O número, 30% maior que o da última pesquisa, feita em 2007, agrega viagens feitas por modo motorizado ou não.

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Para se ter ideia da magnitude desse dado, a pesquisa OD traz os números dos chamados “picos da manhã e da tarde”, que registraram 4,5 milhões e 4 milhões de viagens, respectivamente.

VIAGENS MENOS DEMORADAS

A redução de 10% no tempo médio de viagem das pessoas nos transportes coletivos na Grande São Paulo foi outro dado que se destacou na OD. A média atual, em 60 minutos, contrasta com os 67 minutos aferidos 2007.

O tempo médio das viagens, no entanto, caiu 14% em todos os modos (motorizados e não motorizados), de 39 para 34 minutos, entre a pesquisa anterior e a atual. A se ver pelos dados, a maior queda se deu nas viagens feitas de bicicleta ou a pé, com queda no tempo médio de 24%, de 17 para 13 minutos.

TRILHOS

Outro destaque da pesquisa OD ficou por conta do setor de trilhos, que registrou um grande aumento das viagens por metrô e trem, com taxa de crescimento de 53%.

Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos  o resultado está relacionado “aos altos investimentos na ampliação da rede de metrô, que cresceu 46% (28,4 km) entre 2007 e 2017, saindo de 61,4 para 89,8 km de extensão, e também na melhoria da CPTM”.

TRANSPORTE POR APLICATIVOS TEVE FORTE SALTO

As viagens de táxi apresentaram crescimento de 414%, segundo a STM “impulsionadas pela entrada em operação dos serviços demandados por aplicativos, com representatividade de 79% do total de viagens desse modo”.

O automóvel mantém-se como o responsável pela maior quantidade de viagens diárias: 11,3 milhões/dia.

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BICICLETAS: DISTÂNCIAS CURTAS EXPLICAM

Outro destaque importante foi a forte adesão dos paulistanos às viagens de bicicleta. Entre as duas pesquisas OD, de 2007 a 2017, o incremento no uso das bicicletas foi de 24%, o que significa um salto de 304 para 377 mil viagens/dia. Segundo a STM, metade do resultado se deu por conta de distância curta.

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MULHERES: NO METRÔ ELAS JÁ SÃO MAIORIA

Outro dado que chama a atenção nos resultados divulgados hoje pela Pesquisa OD é quanto ao aumento dos deslocamentos feitos pelas mulheres no transporte coletivo, que ultrapassaram os homens.

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Houve um aumento de 10%, superando o índice de viagens do gênero masculino, que diminuiu 3%, no período de 10 anos. A apuração foi feita relacionando a quantidade de viagens com o número de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo. No Metrô as mulheres já representam 56% dos passageiros transportados.

PESQUISA ORIGEM DESTINO

A STM relata que ser essa a sexta edição da Pesquisa OD, onde os dados são apurados a cada 10 anos pelo Metrô. “A partir dos resultados, é possível entender a mobilidade e a forma como as pessoas se deslocam na Região Metropolitana de São Paulo. Isso possibilita o mapeamento dos deslocamentos e das atividades econômicas da Grande São Paulo para o planejamento do transporte público”, informa o comunicado da STM.

Na edição de 2017, foram 11 meses de trabalho para a coleta das informações com mais de 156 mil pessoas nas 39 cidades que formam a Região Metropolitana de São Paulo. As entrevistas foram feitas em residências, rodovias, aeroportos e terminais rodoviários”.

O relatório final e o banco de dados completo serão disponibilizados pelo Metrô no site http://www.metro.sp.gov.br/pesquisa-od/ .

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Thiago disse:

    Não confunda o pico almoço (viagens a pé) com o maior pico de uso de transporte motorizado.
    A mudança em relação a 2007 também é por metodologia de levantamento. O comportamento não mudou.

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