ENTREVISTA: Maioria dos cobradores de São Paulo será aproveitada e linhas podem ter intercalados ônibus com e sem o profissional

Ônibus padron de dois eixos, um dos modelos que vão vir sem posto de cobrador a partir de 02 de setembro, segundo circular da SPTrans às empresas. Foto: Adamo Bazani (Diário do Transporte) - Clique para Ampliar

Presidente do SPUrbanuss, Francisco Christovam, defende a elaboração de um plano entre viações, prefeitura e sindicato de trabalhadores para substituição gradual. Algumas linhas devem ter uma nova função: auxiliar de operação

ADAMO BAZANI

Colaborou Jessica Marques

As empresas de ônibus da capital paulista devem aproveitar no próprio sistema de transportes a maior parte dos 17 mil cobradores que gradativamente devem deixar seus postos, segundo as próprias companhias.

Em entrevista ao Diário do Transporte, por telefone, na tarde desta terça-feira, 18 de junho de 2019, o presidente do SPUrbanuss, sindicato que reúne as viações, Francisco Christovam, acredita que este aproveitamento de mão de obra será possível porque o fim da função será aos poucos na cidade e também pelo atual índice de rotatividade dos cobradores, em torno de 20%, de acordo com o representante das empresas de ônibus.

Na entrevista, Francisco Christovam negou que haverá demissões em massa da categoria.

Como mostrou o Diário do Transporte, a SPTrans enviou no dia 11 de junho uma circular às empresas de ônibus do atual subsistema estrutural (viações com linhas centrais), que autoriza os novos veículos dos tipos padron e básico a serem inseridos nos serviços,  a partir de 02 de setembro de 2019, sem o posto do cobrador (assento e caixa armazenadora de dinheiro).

Ônibus Padron é tipo de motor traseiro e piso baixo (com até 15 metros de comprimento) e ônibus básico é o de tamanho comum com motor na frente e elevador para acessibilidade.

De acordo com Francisco Christovam, em relação aos profissionais que serão substituídos pelos ônibus sem cobrador já em setembro, ainda haverá um planejamento. A troca será gradual, segundo Christovam, e uma das possibilidades é intercalar ônibus com e sem cobradores numa mesma linha.

“Assim que estes ônibus já chegarem sem posto de cobrador, serão inseridos nas linhas de tal forma que a população possa ir se acostumando, a empresa operadora possa ir se valendo da rotatividade comum nesta função, e nós vamos fazer a coisa acontecer de maneira tranquila e equilibrada. A partir de setembro, nós vamos cumprir a determinação da SPTrans. Nós vamos inserindo estes veículos sem posto de cobrador nas linhas, talvez num sistema com um veículo com cobrador, o seguinte sem cobrador. Já fizemos esta experiência em São Paulo e deu muito certo. Vai ter uma comunicação visual nestes ônibus. O cidadão que não tiver o Bilhete Único não vai pegar aquele ônibus específico, mas pode pegar o de trás” – exemplificou, ressaltando que, por enquanto, são apenas possibilidades pensadas.

Atualmente, muitos passageiros contam com os cobradores para se informar sobre linhas, trajetos ou locais onde devem desembarcar.

Christovam disse que estes novos ônibus que serão incluídos no sistema vão ter sistema sonoro de informações sobre paradas e vias principais atendidas semelhantes aos anúncios de estações que existem no Metrô de São Paulo na CPTM- Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

O representante das empresas também disse que outra possibilidade é transformar cobradores em orientadores e auxiliares de operação em algumas linhas e horários.

“Em determinadas linhas especiais, nos horários de pico, poderemos ter um auxiliar de operação. Uma pessoa que ajuda no embarque, que possa servir de orientador de fila e que possa fazer este trabalho de informação, se bem que a frota que vai chegar agora já vem com sistema de sonorização interno e externo que pelo GPS identifica em cada veículo, a rota , o próximo ponto e informa, à semelhança do Metrô. Mas em alguns casos, deve ter o aproveitamento para esta nova função: auxiliar de operação”  – disse.

Segundo o SPUrbanuss, já considerando os salários que foram recentemente reajustados, por ano os cobradores representam 10% dos custos do sistema de ônibus da cidade de São Paulo, mas atualmente, em torno de 5% dos passageiros pagam em dinheiro. Os demais 95% realizam o pagamento com cartão.

O representante das empresas, entretanto disse que a retirada dos cobradores não vai fazer necessariamente a tarifa cair em 10%.

“Passagem é uma questão que quem define é o poder concedente. Particularmente em São Paulo, que tem uma separação clara do que é tarifa de utilização que é o quanto o passageiro paga, da tarifa de remuneração, que é quanto cada empresa recebe por transportar o passageiro, o que posso dizer é que se tira 10% do custo de produção, o que significa que vai ficar mais barato prestar o serviço. Agora, se a decisão do prefeito for diminuir o subsídio, por exemplo, ele mantém a tarifa no patamar em que está. Nossa obrigação como operador é produzir serviço ao menor custo possível com a maior eficiência possível.”

Ainda não há previsão da retirada de cobradores em ônibus de maior porte: os articulados e biarticulados.

Ouça a entrevista na íntegra:

Leia a entrevista na íntegra:

O que vai acontecer com os cobradores e quantos cobradores existem hoje no sistema?

Esse projeto de substituição do cobrador por sistemas eletrônicos de cobrança já vem acontecendo na cidade de São Paulo há muitos anos. A cada dia mais, os usuários vão optando por formas de pagamento que dispensam a necessidade do cobrador dentro dos ônibus.

Para se ter uma ideia, hoje apenas 5% das passagens são pagas ainda em dinheiro, enquanto 95% do pagamento já é feito por cartões, seja Bilhete Único, vale-transporte, cartão do estudante ou do idoso.

Isso foi fazendo com que essa função fosse cada vez mais desnecessária para esse serviço que está sendo prestado. Estas pessoas já têm ligações com as empresas, operam no sistema de transporte, podem ser utilizados em outras funções, não estou falando aqui só de motoristas porque não teríamos condições de transformar todos os 17 mil cobradores que ainda existem na cidade de São Paulo em 17 mil motoristas, mas existem funções de fiscalização, administrativas, atividades de manutenção, de informática, enfim, tantas outras que eles poderiam ser treinados para desempenhar.

Teria vaga para todo mundo?

É um processo. Isso não vai acontecer da noite para o dia. Insisto que esse projeto só dará certo se realmente nós conseguirmos sentar o poder concedente, as empresas operadoras e o sindicato dos trabalhadores, para montar um plano de trabalho, que tenha início, meio e fim. De tal forma que a gente possa diminuir todos os efeitos negativos, as surpresas que poderíamos ter, eventuais casos de evasão, valorizar e acelerar os pontos fortes do processo de eliminação dessa função, substituição pelo sistema automático de cobrança.

Então, é um projeto que vale a pena desenvolver, mas tem que estar muito bem estruturado para que a cidade não sofra nenhum transtorno na operação, que os cobradores não se sintam ameaçados e comecem a ter problemas psicológicos, causando outros tipos de problemas nas empresas. O importante é que todo mundo tenha estabilidade necessária e equilíbrio para poder conduzir as etapas de um processo que é delicado, mas que precisa ser enfrentado. Isso não tenho dúvidas.

Mais ou menos quanto tempo isso duraria?

Depende muito de a hora que sentarmos o poder concedente, as empresas operadoras e o sindicato dos trabalhadores e do plano que nós vamos montar. Depende da opção que os próprios cobradores vão fazer para continuar nas empresas ou se preferirem, eventualmente se desligarem das empresas.

Eventualmente, para acelerar esse processo, poderíamos criar um programa de demissão incentivada, assegurar alguma continuidade de benefício por um período para os trabalhadores, etc.

Para se ter uma ideia, em algumas empresas aqui em São Paulo, a rotatividade dessa função chega a 20% ao ano. É muito alta. As pessoas estão na função de cobrador, não têm uma profissão. Isso é muito pouco no sistema, cobradores antigos, que iniciaram nessa função há 10, 15, 20 anos e continuam.

Muitos passam por essa função porque estão enfrentando desemprego e precisam pagar as contas, durante um período aceitam a ser cobradores, mas na primeira oportunidade aceitam voltar para o mercado de trabalho na sua profissão, seja ela qual for.

O que acontece a partir de 2 de setembro, quando começarem a vir esses ônibus já sem o posto de cobrador?

Temos três meses praticamente para estruturar as medidas que deverão ser adotadas para, assim que os ônibus chegarem sem o posto de cobrador, serem inseridos nas linhas de tal forma que a população possa ir se acostumando, a empresa operadora possa ir se valendo da rotatividade e vamos fazer a coisa acontecer de maneira equilibrada.

A partir de setembro, vamos cumprir a determinação da SPTrans e vamos inserindo esses veículos nas linhas, talvez no sistema de um veículo com cobrador e outro sem. Já fizemos essa experiência em São Paulo e deu muito certo.

Vamos iniciar o processo de eliminação total da função, então um ônibus tem o cobrador e outro não. Então o cidadão que não tem o bilhete ou não carregou e está com o dinheiro não vai pegar aquele ônibus específico, mas pode pegar o de trás.

A partir de setembro, vamos substituir 1.300 veículos por ano, mais ou menos 10% da frota por ano.

Estamos falando só dos padrons e básicos, que estão na base de 5 mil ônibus. É um processo, que tem que ser muito bem estruturado, desenvolvido, acompanhado e a gente vai adotando todas as providências para que seja um projeto de sucesso.

Vai ter demissões?

Não. Há até uma determinação. Quando no passado o poder concedente imaginou implantar isso, disse que é proibido demitir. A rotatividade, o aproveitamento em outras funções do sistema, a utilização dessas pessoas para coisas que vamos ter que desenvolver no novo contrato e uma série de questões nos leva a acreditar que haverá um aproveitamento significativo dessa mão de obra.

Não diria da totalidade, porque dos 17 mil cobradores que atuam em São Paulo, nem todos vão querer continuar nas empresas de ônibus, vão querer fazer outra coisa da vida.

Como vai ficar para o passageiro sem o cobrador?

Em determinadas linhas, de repente, terá uma função que ainda não temos hoje. No horário de pico, em algumas linhas especiais, um auxiliar de operação. Uma pessoa que ajuda no embarque, que possa servir de orientador de fila, dar informação, se bem que a frota já vem com um sistema de sonorização interno e externo que supre a carência de informação sobre aonde o ônibus está indo ou o próximo ponto.

Em alguns casos, pode ser que haja aproveitamento de alguns cobradores para essa atividade nova no setor, como auxiliar de operação nos terminais, nas linhas mais carregadas, enfim.

Qual é o peso dos cobradores no custo do sistema?

10%. Para se ter uma ideia, na planilha tarifária o número está lá lançado como despesa prevista do ano. Neste exercício, estão previstos R$ 780 milhões em despesa com os cobradores. Isso só significa salários, encargos e benefícios, não estando embutidas na conta ações trabalhistas e outros custos que não aparecem por não serem diretos, já considerando o reajuste da categoria, que foi em 1º de maio.

Tirando os cobradores, a passagem vai ficar 10% mais barata?

Passagem é uma questão que quem define é o poder concedente. Particularmente em São Paulo, que tem uma separação clara do que é tarifa de utilização que é o quanto o passageiro paga da tarifa de remuneração, que é quanto cada empresa recebe por transportar o passageiro, o que posso dizer é que se tira 10% do custo de produção, o que significa que vai ficar mais barato prestar o serviço. Agora, se a decisão do prefeito for diminuir o subsídio, por exemplo, ele mantém a tarifa no patamar em que está.

Nossa obrigação como operador é produzir serviço ao menor custo possível com a maior eficiência possível.

Nesse momento estão descartadas demissões e o SPUrbanuss acredita que a maioria dos profissionais pode ser aproveitada?

Acho que sim, ao longo do tempo. É um processo, que precisa ter início, em uma hora terá um pico e não sentei ainda com o poder concedente e o sindicato para definir qual será o plano e o prazo para ele.

Acredito fortemente que boa parte dessa mão de obra será reaproveitada no sistema. Alguns não vão querer continuar, vão querer eventualmente pegar as rendas rescisórias, abrir os próprios negócios ou mudar de profissão. Aqueles que desejarem permanecer, muito provavelmente terão espaço dentro do processo de produzir transporte na cidade de São Paulo.

As empresas estão qualificando esses cobradores?

Algumas já começaram. O Sest / Senat já está com cursos específicos para motorista e tem empresa que já está buscando cobrador que gosta de questões administrativas, precisa aumentar o quadro de RH, tesouraria, pega um cobrador e já vai treinando para essas funções. É um processo que com o passar do tempo a mão de obra vai sendo absorvida quase em sua totalidade.

Com os articulados e biarticulados já tem uma previsão de quando podem vir sem o posto de cobrador?

Não. Fomos até, de certa forma, surpreendidos com essa circular que chegou ao conhecimento das empresas definindo que a partir de setembro padron e básico já vêm sem. Não custa nada na semana que vem eu receber outra carta dessa e ter a mesma surpresa, mas não há nada que eu possa prever ou nenhum indício de que isso possa acontecer.

Acho que tem sim uma preocupação social, todos nós precisamos tê-la. Seja o governo, a Prefeitura, as empresas operadoras. Não estamos querendo nos “livrar” dessa mão de obra. Há um reconhecimento das empresas pela importância que eles tiveram ao longo desse tempo em que as empresas precisaram ter o cobrador para exercer a função de cobrança das tarifas, mas é a coisa da tecnologia. As coisas caminharam de uma forma que no mundo inteiro essa função foi sendo eliminada. Temos experiência no corredor ABD que desde o início da operação foi sem cobrador. Veja que funciona muito bem. As empresas permissionárias que operam em áreas limítrofes da cidade, nos bairros de periferia já operam sem o cobrador, então não é uma questão que vai ser traumática, “meu Deus do céu, o que vai acontecer agora com os ônibus sem cobrador?”. Insisto que precisa de um plano bem feito. É o tipo do jogo ganha-ganha, todo mundo deverá ganhar com essa decisão.

 

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaborou, Jessica Marques

Comentários

Comentários

  1. Marcos disse:

    A ta que vai ser aproveitado…querem tirar eles para aumentar os lucros e vao manter salarios da maioria……papai noel vai vir antes do natal esse ano!!!

    1. Silva disse:

      Gente, aqui em Belo Horizonte começou assim, retirando aos poucos os cobradores, com a mesma lorota de reaproveitamento dos coitado, passaram foram a perna hoje foram todos demitidos.

    2. Edson Martins de Oliveira disse:

      Espero que seja verdade o que estão dizendo em termos de aproveitar os cobradores para outras funções. Todos sabem que o desemprego está em massa , muitos trabalham a anos nesse cargo,e,com a crise que o país está passando,tomara que cumpram o que estão dizendo nesse jornal.

  2. ROBERTO CARLOS SILVA disse:

    Podem ter certeza a Express vai mandar tudo embora sem direito e os poucos que forem fazer deste para motorista se não pagar os 300 reais para Estrudor não passa ai oque vai acontecer vai ser mandado embora sem direito e o safado do Eder vai dizer que não passou no teste

  3. Renan Almeida disse:

    Deve demitir também, todos os funcionários da SPTrans (inclusive o presidente), pois sinceramente, não são úteis. Tem a CET e as câmeras para vigiar, tem a população para opinar, elogiar, exigir ou reclamar e fiscalizar e tem a polícia e a GCM para segurança e fiscalização (gostou Sr presidente? Essa é a realidade). E ele tem a coragem de dizer “eu acho”, já garantindo que é um projeto falho e pouco estudado. Deixem os cobradores, o Brasil não está preparado para isso agora, precisamos pagar essa dívida que o partido político anterior nos deixou para pagar, {com essa decisão, parece que vossa senhoria querem que essas demissões secretas e disfarçadas ocorram, e o atual presidente do Brasil seja visto como culpado, quando na real pode ser a intenção de vocês} Tecnologia é boa, só não funciona aqui no Brasil, pois aumenta a quantidade de desemprego e quanto maior o número de desempregados, maior o número de ladrões.
    Como eu queria que ele ler esse comentário (pelo menos se alguém ler, entendam que não estou errado).

  4. Rodrigo Zika! disse:

    Disseram no grupo no FC que iam ser somente lotações, não entendi.

    1. Pedro disse:

      Renan Almeida, O presidente esta e andando pros cobradores, na verdade ele esta para todos os trabalhadores, acorda amigo, e vai procurando algo de util pra fazer da vida, porque cobrador de ônibus já era para ter acabado a mais de 10 anos atras, hoje cobrador e um passageiro a mais so que remunerado, tem que colocar uma parte desse pessoal na manutenção dos coletivos e o restante se qualificar para fazer outra coisa e segue a vida.

  5. Andre disse:

    Foi igual a Niegi dona da mobi quando comprou a tupi dizendo que não haveira demissão e hoje praticamente não existe os ex administrativos da tupi.
    Todos demitidos.

  6. Douglas disse:

    Pura mentira a intenção é uma só aumentar os lucros é só olhar nos outros Estados, foi demissão em massa

  7. Emerson Paukoski disse:

    Eu me lembro que no final da década de 90, foram instalados as catracas eletrônicas, nos onibus da Viação Campo Belo e também foram retirados os cobradores e não deu certo porque maioria dos passageiros pulavam a catraca.

  8. Alfredo disse:

    Será bom pros noias e pilantras em geral, invadindo a porta traseira e viajando de graça, vi muito isso na época do Pitta, os gatunos só entravam nos ônibus sem cobrador da linha 477a da Transkuba, uma baderna total, e no articulado? A Metra tem ambulantes permanentes nos articulados, alguns passam o dia inteiro vendendo suas bugigangas sem incomodo, imaginem nas quebradas como será, o presidente da SP urbano era o diretor da CMTC quando Maluf privatizou a empresa e tenho entrevista dele dizendo que o sistema iria melhorar, o resultado foi varias empresas que faliram, como a Masterbus, desemprego e o surgimento dos perueiros, a única coisa que mudou foi a queda do nosso salário, pois ganhávamos igual a CMTC na primeira faixa salarial, cobradores devem ficar para evitar transtornos a quem usa o sistema corretamente

  9. Alex disse:

    Essa conversa de que ñ haverá demissões é mentira pois ñ ha tantas vagas em outras funções para relocar tanto cobradores. É uma pena q vai aumentar o desemprego. E o pior é muitos passageiros são a favor da extinção dos cobradores na ilusão de que futuramente haveria barateamento da tarifa. Em outros lugares onde acabaram com os cobradores a conversa foi a mesma de que ñ haveria demissão mas os cobradores foram demitidos gradativamente

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