Brasil bate recorde em transporte de passageiros sobre trilhos em 2018
Publicado em: 6 de maio de 2019
Balanço do Setor Metroferroviário 2018/2019 divulgado pela ANPTrilhos aponta crescimento de 21%, com 10,9 milhões de pessoas transportadas por dia
ALEXANDRE PELEGI
A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) divulgou nesta 2ª feira, 06 de maio de 2019, em Brasília, parte do Balanço do Setor Metroferroviário 2018/2019.
O Balanço anual da Associação traz estatísticas importantes que delineiam a mobilidade urbana sobre trilhos de todo o País.
São números gigantescos, que expressam a importância do setor metroferroviário, mas ao mesmo tempo contrastam com a falta de estímulos e investimentos governamentais na infraestrutura de trilhos.
Pelos dados do Balanço Anual, o Brasil assistiu a um crescimento de 21% no volume de passageiros transportados em 2018, cravando o recorde de 3,7 bilhões de passageiros no ano.
Isso representa 10,9 milhões de usuários utilizando diariamente os sistemas de metrô, trem e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em todo o País, um atendimento 9,2% maior em 2017.
Como a malha metroferroviária teve alguns acréscimos nesse período, a maior parte desse crescimento pode ser explicada como resultado dessa expansão e do aumento da capilaridade no setor. É o caso, por exemplo, da Linha 5-Lilás, que ao inaugurar em 2018 as estações Santa Cruz permitiu a integração com as Linhas 1-Azul e 2-Verde do Metrô de São Paulo, ampliando o leque de opções de mobilidade dos usuários do transporte coletivo da capital. O metrô de SP chegou a estimar que com a linha 5-Lilás finalizada, 244 mil passageiros serão atraídos para o sistema de trilhos da Grande São Paulo.
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A expansão da rede de atendimento, como aponta o Balanço da ANPTrilhos, foi de 41 km em 2018, número alcançado graças às expansões de linhas na Bahia e Ceará, além de São Paulo, como citado. “A rede sobre trilhos ganhou 2 novas linhas e 30 estações, somando mais de 1.100 km de extensão”, informa o comunicado à imprensa distribuído pela Associação que congrega as empresas do segmento metroferroviário.
Além disso, o Balanço traz outros números, como a entrada em operação de 215 novos carros de passageiros e de outros 25 que foram reformados. “Com isso, a frota brasileira soma 5.444 carros de passageiros modernos”, informa o Balanço.
“O setor metroferroviário vem crescendo nos últimos anos, mas esse desenvolvimento ainda é pequeno perto da grande demanda de deslocamentos da população brasileira. O transporte metroferroviário está presente em apenas 13 regiões metropolitanas, de um total de 63 de médio e grande porte. Projeções indicam que o adensamento urbano só irá aumentar nas próximas décadas, o que serve de alerta para a tomada de decisões neste momento para a implantação de redes integradas de transporte, proporcionando mais qualidade de vida para as pessoas e qualidade ambiental para as cidades”, ressalta o Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.
Dentre os números apresentados, o Balanço aponta os motivos de viagem, com o trabalho mantendo-se como principal razão para 10,9 milhões de passageiros que utilizam diariamente os sistemas, atingindo percentual de 70%. O lazer vem em segundo, com 20% das viagens; saúde e educação somam 10% dos deslocamentos.
MEIO AMBIENTE
Outro destaque do Balanço do Setor Metroferroviário brasileiro diz respeito aos benefícios sociais e econômicos dos trilhos em relação aos modos de transporte que utilizam combustíveis fósseis. Esta, aliás, é uma das fortes características e qualidades do transporte sobre trilhos no país.
Ganho de tempo e redução de poluentes se juntam para qualificar esse meio de transporte como fundamental para a sociedade, o que, no entanto, não é ainda reconhecido pelo poder público, que insiste em investir na infraestrutura para o transporte individual, que queima gasolina, polui e entope as cidades e espeta uma salgada conta na saúde pública, seja no tratamento de doenças respiratórias, seja em acidentes de trânsito.
Segundo o Balanço, linhas de metrô, trem e VLT proporcionam economia de tempo de deslocamento em 50 minutos ao dia, que somados equivalem a três dias no mês.
No quesito ambiental, a economia é de 1 bilhão de litros de combustível fóssil, com a equivalente redução de emissões de 2,4 milhões de toneladas de poluentes, com menor quantidade de veículos em trânsito e queima de combustível.
Tudo isso somado, estima o Balanço da ANPTrilhos, tem-se a redução de R$ 820 milhões em custos com as cidades, com a devolução à sociedade de R$ 30 bilhões em 2018, valor medido em termos de custos evitados com tempo de deslocamento, consumo de combustíveis fósseis e emissão de gases poluentes.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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Vou pelo olhar e penso: trens não param em cruzamentos, não há semáforos, e entre estações são enormemente distantes com relação aos coletivos, além de carregar mais passageiros. Agora se os trens evitam a poluição ha de se citar que em caso de chuvas fortes há problemas…E no Ranking dos transportes com certeza está a CPTM…com 3,1 milhões de passageiros mês….nosso orgulho.