Linha 1-Azul foi campeã de falhas do Metrô de São Paulo em 2018 nas linhas públicas e monotrilho lidera ocorrências no início de 2019

Durante todo o ano, a linha registrou 35 ocorrências, sendo 18 falhas de trem. Foto: Divulgação.

Em um ano, foram registradas 105 ‘ocorrências notáveis’ nas linhas públicas. Falhas na linha 4-Amarela somaram 29 ocorrências, ocupando o segundo lugar no geral do sistema

JESSICA MARQUES

A Linha 1-Azul foi a que mais apresentou falhas no Metrô de São Paulo em 2018. Durante todo o ano, a linha registrou 35 ocorrências, conforme informado pela Companhia do Metropolitano.

Os dados foram obtidos pelo Diário do Transporte por meio de Lei de Acesso à Informação. Ao todo, foram 18 falhas de trem, seis falhas no sistema elétrico, oito ocorrências em equipamentos fixos de via e de estação e três falhas no sistema de controle de trens.

Em um ano, o Metrô de São Paulo registrou 105 falhas de equipamentos (excetuando-se a linha 4-Amarela), que afetaram a circulação de trens. A quantidade de ocorrências notáveis registrada em 2018 representa apenas um caso a menos do número registrado em 2017.

A Linha 5-Lilás, concedida à iniciativa privada em janeiro de 2018, apresentou 23 ocorrências em 2018. Em seguida, está a Linha 2-Verde, com 19 ocorrências, e as linhas 3-Vermelha e 15-Prata, com 14 falhas cada.

Confira abaixo o número de ocorrências notáveis devido a falhas de equipamentos no Metrô de São Paulo nas linhas de operação pública, por tipo de problema:

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Procurado pelo Diário do Transporte, o Metrô de São Paulo informou, por telefone, que são consideradas na mesma conta ocorrências que apenas causam redução na velocidade e as que interrompem por, pelo menos, cinco minutos o funcionamento dos trens.

Além disso, a companhia informou que assim que a falha é identificada, técnicos são direcionados para solucionar o problema o mais rápido possível e reduzir os impactos aos passageiros.

LINHA 15-PRATA

Nos dois primeiros meses deste ano, por sua vez, foram registradas 37 falhas em todo o sistema, comparadas a 17 no mesmo período de 2018. Neste caso, considerando janeiro e fevereiro, a Linha 15-Prata do monotrilho apresentou o maior número de ocorrências com maior gravidade, sendo 14 no total.

Os dados deste ano foram obtidos pelo jornal Agora São Paulo. Em resposta, o Metrô de São Paulo explicou que “era esperado e se deveu à implantação de quatro novas estações na linha 15-prata e a implementação desta em período integral” e que “o Metrô realiza manutenções programadas e para correção de falhas diariamente”.

LINHA 4 COM 29 FALHAS:

A linha 4-Amarela (Morumbi-Luz), de operação privada, foi a segunda ligação com mais falhas em 2018.

De acordo com o blog Plamurb, também com base na Lei de Acesso à Informação, foram 60 falhas entre 2016 e 2018, das quais, 29 em 2018.

Falhas na Linha 4-Amarela disparam no ano de 2018; linhas estatais ficaram estáveis

CPTM

Na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), por sua vez, o número de ocorrências notáveis em 2018 foi de 19, comparado a 24 em 2017. A companhia não discriminou as informações por linha.

Neste caso, porém, as ocorrências notáveis contabilizadas pela CPTM são caracterizadas pela interrupção da circulação dos trens em algum trecho da linha, podendo ter acionamento da Operação PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência).

O PAESE consiste em ônibus que operam entre as estações com problemas, sem cobrança de tarifa para o usuário. A operação se dá por meio de um convênio da CPTM e do Metrô com a SPTrans, no caso de problemas que ocorrem dentro da cidade de São Paulo, e EMTU para municípios da Grande São Paulo.

Toda vez que a Operação PAESE é acionada, tanto o Metrô quanto a CPTM pagam à SPTrans ou EMTU que devem fazer os repasses para as empresas de ônibus que prestam os serviços. Os valores variam de acordo com fatores como a extensão do trajeto, a duração da operação especial e a quantidade de ônibus disponibilizados.

Diferentemente do Metrô, nos dados da CPTM não são consideradas falhas que apenas causam velocidade reduzida ou maior tempo de parada entre as estações.

“É importante lembrar que a ferrovia é um sistema que opera a céu aberto, com rede aérea de energia (postes, fios, pantógrafos nos trens ligados a essa rede para alimentação elétrica das composições entre outros). Portanto, está sujeita às interferências externas provocadas por fenômenos naturais, como inundações na via por excesso de chuvas, descargas elétricas atmosféricas, furtos de fios, vandalismos em equipamentos ou sistemas ferroviários, manifestações públicas, queda de árvores, entre outros”, informou a CPTM, em nota.

“Nos últimos anos, foram intensificados os investimentos em serviços de manutenção do sistema, com ações preventivas e corretivas. A manutenção programada é realizada em horários de menor movimentação de passageiros, aos finais de semana, feriados, madrugadas e fora dos horários de pico.

Além disso, a Companhia também está renovando a frota. Desde 2016, do lote de 65 trens novos comprados, 60 já entraram em operação e os demais serão entregues ao longo dos próximos meses”, completou a companhia.

Jessica Marques para o Diário do Transporte

Comentários

Comentários

  1. É natural que haja falhas, são inúmeras inclusive de passageiros displicentes que invade a via, mães que não se atentam à seus filhos, numa estação. Ladrões de fiação, de cobre alto valor comercial que ocorrem nas linhas de trens. E sabotadores vadios.

  2. Nercilio disse:

    Esses dados são de grande importância pois mostra que as linhas privadas apresentam uma média de falhas semelhante às linhas públicas, derrubando a ideia que tantas pessoas pregam de que tudo privatizado fica melhor. Existem muitos argumentos para se privatizar, mas ai fica claro que melhoria na qualidade não é um deles.

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