Berlim investirá 28 bilhões de euros em transporte público para desestimular uso do automóvel e reduzir poluição

Bondes serão o foco principal da expansão do setor

Plano inclui a eliminação progressiva dos ônibus que utilizam combustíveis fósseis em favor dos ônibus elétricos

ALEXANDRE PELEGI

O governo de Berlim, capital da Alemanha, lançou no dia 27 de fevereiro de 2019 um ousado plano de investimentos no transporte público.

O transporte da maior cidade do país deverá receber 28,1 bilhões de euros (cerca de 120 bilhões de reais) para reformar e ampliar a infraestrutura atual do setor.

A injeção de recursos, prevista pelo Senado de Berlim para os próximos 15 anos – cerca de 2 bilhões de euros por ano –, objetiva tornar o serviço público mais limpo, atraente, confortável e confiável.

Os recursos serão usados na construção de novas linhas, na compra de novos ônibus e trens e na melhoria da infraestrutura existente.

Como contrapartida ao pesado investimento, no entanto, as receitas terão de ser aumentadas em 3 bilhões de euros até 2035, o que significa que as tarifas estão prestes a serem majoradas.

A Companhia de Transporte de Berlim (BVG) prevê que a receita precisa ser acrescida a uma média anual de 3,4%. A estimativa é que os 3 bilhões de euros sejam obtidos como decorrência de um aumento de 1,4% nos preços das tarifas somado a um incremento de 1,8% no número de passageiros.

O Metrô de Berlim (U-Bahn) terá um aumento substancial. Além da extensão da U5 (uma das nove linhas do metrô), que será inaugurada em 2020, foram previstas extensões para as linhas U7 (oeste), U8 e duas extensões para o novo Aeroporto de Berlim a partir de Rudow (linha U7) e da linha U6 para o Aeroporto Tegel.

Os bondes foram colocados como foco principal da expansão, devido ao custo comparativamente menor de se construir e estender suas linhas em comparação com as linhas de trem.

No total, 16 novos projetos de construção de novas linhas de bondes já foram planejados.

O plano também inclui a prometida eliminação progressiva dos ônibus que utilizam combustíveis fósseis em favor dos ônibus elétricos.

Numa entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel, a secretária estadual de transporte Regine Günther afirmou, ao lançar o plano, que seu objetivo é que mais berlinenses possam dizer que não precisam de carro. “Quanto menos carros nas ruas, mais lugar para aqueles que realmente necessitam do carro“, afirmou.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. ANDRE FERNANDES disse:

    pais serio e assim os 28 serao utilizados aqui na terra do carnaval 28 seria assim 10 pros partidos (mafias) 10 pra obra ( onde as empreiteras gastariao 5 e passava a mao no resto ) e 8 pro prefeito ou governador ou seja o dono da obra

  2. Gláucio oliveira disse:

    E indiretamente vão economizar os gastos com a saúde em decorrência de acidentes e da poluição. E têm gente que é contra subsidio no Brasil

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