Projetos para rede de recarga de veículos elétricos recebem R$ 6,7 milhões do BNDES

Em julho deste ano as empresas EDP Energias do Brasil e BMW inauguraram seis pontos de recarga, criando o corredor elétrico Rio – São Paulo, o maior da América Latina. Foto: Divulgação

Empresas terão de desenvolver modelos de eletropostos de carga lenta, semirrápida e rápida

ALEXANDRE PELEGI

Num país que anda na contramão do mundo ao não conceder incentivos fiscais para a produção de veículos elétricos, surge como boa notícia a liberação de recursos do BNDES para a execução de dois projetos de redes de recarga para carros à bateria.

Um dos principais problemas do avanço da eletromobilidade no país, além da falta de apoio à produção, está justamente na falta de infraestrutura. Afinal, um dos fatores de desmotivação para quem pensa em adquirir um veículo elétrico está justamente na autonomia. A ausência de uma rede de recargas espalhada, seja nas cidades para o tráfego local, seja nas principais estradas para garantir viagens mais longas, é uma das características visíveis do quanto estamos distantes do futuro elétrico no transporte.

Diante dessa realidade, soa como alvissareira a notícia que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) acaba de aprovar a liberação de recursos para dois projetos voltados à implantação de redes de recarga de veículos elétricos. Os projetos, com repasses de R$ 3,4 milhões e R$ 3,3 milhões, respectivamente, foram apresentados pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Telecomunicações) e pela Fundação CERTI (organização de pesquisa, desenvolvimento e soluções tecnológicas), essa em parceria com a WEG, fabricantes de equipamentos elétricos sediada em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.

O primeiro, do CPqD, com investimento total de R$ 5 milhões – dos quais R$ 3,4 milhões do BNDES –, tem a interveniência da PHB Eletrônica Limitada, empresa brasileira de projetos na área de eletrônica de potência aplicada a sistemas de energia.

O outro, da Fundação CERTI e da WEG, tem investimento total de R$ 7,5 milhões, sendo R$ 3,3 milhões do BNDES.

Além disso, ambos os projetos têm apoio financeiro no total de R$ 2,9 milhões, não reembolsável, da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, cujo foco é o fomento de projetos inovadores.

Como contraparte do recurso público, as empresas terão de desenvolver modelos de eletropostos de recarga lenta (de 8 a 16 horas), semirrápida (de 2 a 4 horas) e rápida (de até 1 hora), que poderão ser instalados em shoppings, estacionamentos, postos de gasolinas, estradas e residências.

MAIOR CORREDOR ELÉTRICO DA AMÉRICA LATINA

No dia 18 de julho de 2018 as empresas EDP Energias do Brasil e BMW inauguraram seis pontos de recarga no corredor elétrico Rio – São Paulo. Com investimento de aproximadamente R$ 1 milhão, dividido entre as empresas, os pontos de recarga têm como objetivo atender a frota de veículos elétricos que passam pela via Dutra, principal corredor viário do país.

São cerca de 248 quilômetros entre São Paulo e Queluz, na região de Guaratinguetá, um dos locais eleitos para receber a tecnologia. Os outros foram instalados em postos de combustíveis de Guararema, São José dos Campos, Guaratinguetá e Piraí, formando um corredor de 430 quilômetros entre Rio de Janeiro e São Paulo, tornando-se o maior da América Latina. Relembre: Empresas inauguram seis pontos de recarga no corredor elétrico no eixo Rio – São Paulo

Leia também sobre o tema: BNDES capta US$ 100 milhões com bancos japoneses para financiar energia renovável

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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