ABC tem virada da mobilidade para discutir deslocamentos na região

Sem prioridade no espaço urbano, que se desloca de ônibus fica preso meio ao trânsito de carros, que causam mais poluição e maior ocupação por pessoa das ruas e avenidas. Foto: Adamo Bazani/Diário do Transporte (Clique para Ampliar)

Universidades vão reunir debates, mostras e atividades até às 22h

ADAMO BAZANI

Um grupo de especialistas e estudantes realiza nesta quarta-feira, 19 de setembro de 2018, a Virada da Mobilidade do ABC, para discutir os deslocamentos e sugerir políticas públicas para o setor.

Três campi de universidades vão abrigar palestras, debates, atividades e exibições, das 9h00 às 22h00.

A participação é gratuita.

Acompanhe a programação:

Em Santo André, a UFABC vai ter as seguintes atividades:
09h às 10h – Mostra do filme “Bike VS Carros” (primeiros 50 min.)

10h às 11h – Diálogo com a presença da cicloativista Aline Cavalcante (Bike Vs Carros),dos especialistas em mobilidade elétrica Ana Oliveira e Kevin (SENAI), da especialista em sistema de transporte Paula Macedo (Embraer) e da especialista em inovação e mobilidade corporativa Roberta Ferreira (ALD).

09h às 11h30 – Experimentação: Multiformas de ir e vir (novos veículos)

11h30 às 13h00 – Desafio dos modais – convidamos a todos a escolherem seu modal de transporte preferido (bicicleta, patinete, ônibus ou mesmo ir a pé) saírem conosco de Santo André e nos acompanharem até o segundo ponto de intervenção da Virada da Mobilidade no ABC na cidade de São Bernardo. Queremos entender a experiência das pessoas no caminho, o tempo de deslocamento, o impacto na cidade e ainda a diferença de tempos percorridos.

Em São Bernardo, no campus da UFABC, as atividades previstas serão:

14h às 15h – Mostra do filme Urbanized

15h às 16h – Diálogo com a presença da Profa. Dra. Silvana Zioni (UFABC), do prof. Dr. Carlos Ibanez (Universidade Paulista) e da diretora do Instituto Cidade em Movimento Luiza de Andrada (IVM).

16 às 17h00 – Experimentação – Apresentação do projeto Wikihouse

15h às 17h30 – Experimentação – Multiformas de ir e vir (novos veículos)

17h30 às 18h30 – Desafio dos modais – convidamos a todos a escolherem seu modal de transporte preferido (bicicleta, patinete, ônibus ou mesmo ir a pé) saírem conosco de São Bernardo e nos acompanharem até o terceiro ponto de intervenção da Virada da Mobilidade no ABC na cidade de São Caetano do Sul. Queremos entender a experiência das pessoas no caminho, o tempo de deslocamento, o impacto na cidade e ainda a diferença de tempos percorridos.

Em São Caetano, as atividades serão no Instituto Mauá de tecnologia:

19h às 20h – Mostra do episódio Realidade Artificial de Terra 2 (TV Cultura)

20h às 21h – Diálogo com a presença do prof.Msc Pedro LaTorre (Mauá), pesquisador Lucas Girard (CEST-POLI/USP), prof. Anderson Penha (IED SP) e Cazé Peçanha (Apresentador)

21h às 22h00 – Experimentação – Simuladores virtuais no lab de games da Mauá

19h às 22h00 – Experimentação – Multiformas de ir e vir (novos veículos)

ABC NÃO É BOM EXEMPLO:

Sem linha de metrô, com indefinições sobre o monotrilho, com apenas um corredor de ônibus metropolitano,  aguardando melhorias na linha 10 – Turquesa, sofrendo com maus serviços por causa de uma licitação dos ônibus intermunicipais da EMTU que nunca foi tirada do papel e com sistemas municipais de ônibus que não se conversam, a mobilidade no ABC Paulista não é bom exemplo para ninguém.

Os sete municípios da região são Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra , além da Vila de Paranapiacaba, que pertence a Santo André. Estas cidades ocupam uma área de 825 km², onde vivem aproximadamente, 2,5 milhões de pessoas. São 1,9 milhão de automóveis que congestionam as vias da região, sem infraestrutura suficiente e com investimentos em transportes coletivos abaixo da necessidade do cidadão.

As ciclovias são poucas e não formam redes. As cidades não têm planos de calçadas consistentes.

Entretanto, além dos modais de transporte em si, a mobilidade da região é afetada pelo atual quadro socioeconômico. Desde o final dos anos 1990, o ABC deixou de ser predominantemente industrial e muitos municípios hoje não passam de cidades-dormitório.

Para algumas profissões de maior qualificação, não há vagas de emprego suficientes no ABC, o que faz com que milhares de pessoas todos os dias sejam obrigadas a trabalhar fora da região.

O resultado pode ser facilmente visto: os ônibus da EMTU, os trólebus e ônibus da Metra no Corredor ABD e os trens da CPTM circulam lotados em grande parte do tempo.

As principais vias de acesso, em especial para São Paulo, como a Rodovia Anchieta, Avenida dos Estados, Avenida Goiás já registram longos congestionamentos na manhã muito antes dos chamados horários de pico.

As cidades são interdependentes, mas apesar da existência do Consórcio Intermunicipal ABC que reúne prefeitos da região, são poucas ainda as políticas integradas entre os municípios para a mobilidade.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Causa-me estranheza e perplexidade as incursões de Dória pelo ABC, a caça de votos com mais um festival de promessas pré-eleitorais que não cumpridas, lembrando que o PSDB está no poder em SP á no mínimo 24 anos, durante este período desde a criação da CPTM, a região só teve perdas, como:
    Desativação da estação Pirelli, Fim dos trens para Santos, Fim dos trens regulares para Paranapiacaba, Fim dos trens regulares para Francisco Morato, Fim dos trens regulares para Barra Funda, Fim do trem expresso Mauá Luz, Fim dos trens regulares para a Luz…

    Mais algumas promessas não cumpridas; Linha 14-Onix, Santo André Guarulhos (Cumbica), Monotrilho Linha 18-Bronze.

    Consta do próprio blog da CPTM (Já do ano de 2013) de que a linha 10-Turquesa possui mais passageiros, mesmo ainda não tendo entrado totalmente em operação os monotrilhos da Linha 18-Bronze, e Linha 15-Prata com relação a Linha 7-Rubi, a escolhida para permanecer na Luz.

    Com uma possível volta da ligação Campinas, Jundiaí, Francisco Morato até S.Paulo, com os trens suburbanos, o local ideal para instalação da nova estação terminal S.Paulo dos passageiros procedentes da linha 7 Rubi, seria entre a estação da Luz e a estação Júlio Prestes (antiga Sorocabana) da CPTM, no local do antigo moinho que foi transformado em favela (Bom Retiro) e parcialmente demolido recentemente após incêndio, e que possui grande facilidade de infra estrutura pois os trilhos de ambas estações passam paralelas e a modificações poderiam ser feitas com baixo custo, e são tecnicamente possíveis.
    .

    Que incentivo é este ao uso de transporte público em que se tem de fazer múltiplas baldeações, assim como hoje esta acontecendo com os ônibus procedentes do ABC que tem que fazer no terminal Sacoman para prosseguir até o centro de S.P !?

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