OUÇA: Empresas de fretamento vão entregar para Doria estudos para circularem em mais faixas de ônibus urbanos

Segundo empresas, se táxis com menor capacidade são liberados em todas as faixas de ônibus da cidade, fretados que transportam mais por veículo, também deveriam ter benefício.

Cidade deve ter aplicativos para transporte fretado contínuo semelhantes ao Uber, como para empresas e faculdades

ADAMO BAZANI

O Transfretur – Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento e por Turismo da região metropolitana de São Paulo vai entregar ao prefeito da capital paulista, João Doria, e ao secretário de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, um estudo sobre 64 pontos da cidade onde, segundo a entidade, poderia ser liberado o tráfego de fretados nas faixas de ônibus urbanos.

A gestão passada, de Fernando Haddad à frente da prefeitura e de Jilmar Tatto na secretaria de transportes, liberou em torno de 100 quilômetros dos 519 quilômetros existentes na cidade.

Para o diretor-executivo do Transfretur, Jorge Miguel dos Santos, se hoje as faixas são liberadas para táxis que transportam somente até quatro passageiros, também deveria haver a liberação para vans e ônibus de fretamento que podem transportar de 15 a 48 pessoas. Ainda de acordo com Jorge Miguel, se o transporte fretado contar com maior fluidez, mais pessoas que exigem conforto semelhante aos meios individuais podem deixar o carro em casa.

“São Paulo, como a maioria das cidades do Brasil, só dá duas alternativas de transportes para o cidadão: o transporte coletivo público e o transporte individual. Não tem de maneira suficiente uma alternativa intermediária. E o fretamento é o veículo de transporte que mais se compara ao automóvel. Os ônibus rodoviário de fretamento têm suas poltronas, conforto, ar-condicionado , é um transporte garantido, as mulheres podem ir com tranquilidade, de vestido, salto-alto, não vão ser molestadas, já conhecem os outros passageiros. O fretado é um transporte coletivo privado que mais se adapta ao automóvel”  – disse Jorge Miguel que ainda acrescentou que os fretados não devem tirar de maneira significativa os passageiros dos ônibus urbanos porque os padrões de serviços são diferentes.

O executivo ainda acrescentou que a cidade de São Paulo deve ter aplicativos de fretamento semelhantes ao Uber e que algumas iniciativas já começaram a aparecer.

“Normalmente estes aplicativos têm um campo de pesquisa, onde o usuário coloca seus horários e seus destinos e ele arregimenta um grupo de pessoas e cria uma linha nova ou disponibiliza lugares nos ônibus de linhas já existentes. Parece muito simples, mas é uma logística complexa que vai juntar o interesse de uma pessoa com outras que têm o mesmo interesse num coletivo, num ônibus. Sem o aplicativo isso é impossível de se fazer.”  – disse Jorge Miguel que ainda acrescentou que o transporte hoje deve corresponder às tendências de consumo do usuário, o que pode ocorrer por meio de aplicativos.

“O passageiro está cada vez mais exigente e cada vez mais raro. Ou a gente dá ao passageiro o que ele quer, ou nós vamos ‘morrer’, todo mundo no setor: ou é urbano, ou é fretamento. O aplicativo mostra com grande assertividade a tendência de consumo desse passageiro, saber o que está precisando. Se o passageiro precisa de uma rota hoje, vai lá e faz. Se não precisar mais, pode desistir com toda a liberdade, sem compromisso nenhum. É essa a modernidade, é essa a flexibilidade que o aplicativo vai dar. E o fretamento surge da demanda, da caracterização, da particularidade da demanda do passageiro. Esse é nosso ponto forte que temos de perseguir cada vez mais”.

Jorge Miguel também diz que não acredita que haverá entraves legais sobre o transporte por fretamento por meio de aplicativo porque os serviços já são regulados.

Ouça a entrevista:

JORGE-MIGUEL-ADAMO-BAZANI

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

 

 

Comentários

Comentários

  1. Joao Luis Garcia disse:

    A diferença é que os táxis não param para pegar e descer Passageiros quando circulam nas faixas dos ônibus que estão concentradas na esquerda.
    Como seria feito com as Vans e Ônibus fretados que possuem porta somente na esquerda ?
    Sou favorável ao Fretamento pois o mesmo complementa o Transporte na Cidade de São Paulo, creio que o Poder Público deve atender as reivindicações que realmente sejam possíveis.

  2. O.Juliano disse:

    Que beleza. Todo mundo quer um lugar na faixa de ônibus…

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Olha os rodas cromadas na faixa do buzão.

    “Ou a gente dá ao passageiro o que ele quer, ou nós vamos ‘morrer’, todo mundo no setor: ou é urbano, ou é fretamento.”

    Sr. Jorge Miguel dos Santos, o senhor está certíssimo, por isso o fretadão funciona.

    Se colocar o fretadão na rua pra livre escola ai que o buzão da fiscalizadora vai bater lata diaterim.

    Rsssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

    Mas a PMSP, a SMT e a Fiscalizadora, não vão embarcar nessa, vocês sabem bem os motivos; que são vários mais sempre os de sempre.

    Uma sugestão a lá Paulo Gil, façam o seu trabalho como vocês sabem fazer que dá certo, se envolver o puuuuuuuuuuuuuder vai minar o fretadão.

    “Tá estressado, vá de fretado”

    Att,

    Paulo Gil
    “Buzão e Emoção é a Paixão”

  4. Gláucio oliveira disse:

    Acho ótima a ideia e deveria atender eventuais passageiros. Até porque a prefeitura/sptrans acabaram com esse serviço que era feito pela cmtc executivo e com a privatização dela acabou. Na minha cidade tem a linha seletiva emtu que vai para o centro e term. Tiete e é um sucesso. Utilizam corredor da consolação porem não tem embarque/ desembarque. Mas é possível. É so ter porta a esquerda

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