Prefeitura estuda PPP para modernizar rede semafórica de olho no fluxo de carros; e os ônibus?

Priorizar o fluxo de pessoas significa garantir prioridade semafórica ao transporte coletivo, além de garantir segregação aos ônibus, em corredores e faixas exclusivas. É preciso pensar nisso

ALEXANDRE PELEGI

Cerca de 50 semáforos quebram por dia na capital. Só no primeiro semestre de 2017, 175 desses equipamentos sofreram com atos seguidos de vandalismo, e 25 km de cabos da rede foram furtados.

Este é o quadro que tem se tornado rotina em São Paulo há tempos. Semáforos quebrados e sem reparo, cruzamentos sinalizados com cones, marronzinhos se desdobrando para fazer de maneira manual o que estes equipamentos podem fazer de forma inteligente e rápida.

A situação tem se agravado, particularmente no primeiro semestre, quando a prefeitura de SP ficou sem contrato de manutenção da rede, que vencera no fim de 2016. Um novo contrato finalmente foi assinado em julho, a um custo de R$ 40,8 milhões. João Otaviano, presidente da CET-SP, esclarece que o edital lançado servirá apenas para colocar o parque semafórico funcionando.

Mas o que falta, então?

O básico, algo que vá além da manutenção, e modernize o sistema de sinalização semafórica, rompendo anos de atraso num setor que tem avançado célere em cidades que convivem com trânsito pesado e caótico.

Vencida a etapa da manutenção, a ideia agora é lançar uma Parceria Público-Privada (PPP) para modernizar a rede semafórica. O foco é adotar novas tecnologias que permitam que até 85% dos 6,4 mil semáforos da capital sejam operados a distância. Hoje esse número é irrelevante diante do tamanho da rede: o sistema remoto funciona em menos de 10% dos semáforos, menos de 10% do total.

A previsão da prefeitura é lançar a PPP somente em 2018. A fase agora é elaborar o modelo econômico da Parceria Público Privada, bem como as contrapartidas e as receitas acessórias. O projeto de PPP está sendo elaborado em conjunto pela CET e a Secretaria Municipal de Desestatização e Parcerias.

Enquanto isso fica a dúvida: a rede semafórica será focada exclusivamente em garantir fluidez ao trânsito de carros da cidade? Existe algum estudo que permita maior velocidade aos ônibus, garantindo maior fluidez de pessoas no viário urbano?

Priorizar o fluxo de pessoas significa garantir prioridade semafórica ao transporte coletivo, além de garantir segregação aos ônibus, em corredores e faixas exclusivas. Significa garantir que o sistema possa prolongar o tempo de verde quando o ônibus se aproxima e diminuir o tempo do vermelho quando o ônibus chega a uma determinada distância. Ou então sincronizar um grupo de semáforos para que o ônibus não precise parar em cruzamentos entre uma estação e outra.

Evidente que uma rede semafórica inteligente permitirá programar e atender prioridades assim. Mas é preciso casar ações de sinalização com uma melhor divisão do espaço urbano, garantindo aos ônibus o mínimo de obstáculos em seu percurso.

Uma PPP combinada com uma política de estímulo ao transporte coletivo pode ser um enorme avanço para tornar São Paulo ao menos parecida com as metrópoles que tanto encantam nossos gestores.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte

Comentários

Comentários

  1. Antonio Idevano dos Santos disse:

    É natural que seja assim, a proposta vencedora da eleição municipal não foi a que prioriza o transporte público, então, acelera São Paulo.

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Sampa precisa é parar de estudar e começar a TRABALHAR, isso sim.

    MUDA BARSIL, ACORDA SAMPA.

    Att,

    Paulo Gil

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading