Gestão Doria acaba com prioridade total ao transporte coletivo no viaduto Plínio de Queiroz – Nove de Julho e libera para todos os carros
Publicado em: 30 de março de 2017
Passageiros do transporte coletivo deixam de contar com exclusividade para ônibus. Só fica faixa à direita
ADAMO BAZANI
A gestão do prefeito João Doria, por meio da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego acabou com a prioridade integral para os passageiros de transporte coletivo no viaduto Plínio de Queiroz, na Avenida Nove de Julho, no centro da capital paulista.
A partir desta sexta-feira, 31 de março de 2017, o local passa a ser liberado para todos os carros, mesmo que só com o motorista.
De acordo com a administração, em nota da CET, que já abriu o espaço no dia 6 de janeiro para carros que transportam mais de uma pessoa (compartilhados), não houve interferência, com a medida, na velocidade do transporte coletivo. Só será mantida uma faixa à direita. Antes, todo o viaduto era para quem se desloca de transporte público.
No período em que o viaduto foi aberto para carro compartilhado, em 6 de janeiro, houve aumento de utilização por veículos com mais de um passageiro, sem que ocorresse prejuízo no desempenho do transporte coletivo.
A velocidade média dos ônibus ficou mantida em 26 km/h no pico da manhã no sentido Centro e em 23 km/h no sentido bairro no pico da tarde. Desde a liberação para a circulação de veículos compartilhados, o tráfego sobre o viaduto passou de 332 carros por hora para 879 carros por hora, no sentido Centro, no pico da manhã, e de 170 carros por hora para 595 carros por hora, no sentido bairro, no pico da tarde.
Por dia, cerca de 643 mil passageiros utilizam a via elevada, nos dois sentidos.
As análises apontam que ainda assim a capacidade do viaduto pode ser melhor utilizada para reduzir o trânsito no entorno da Avenida Nove de Julho e da Praça 14 Bis. Nesta nova etapa, o tráfego para carros no viaduto será totalmente liberado, sendo mantida a faixa exclusiva de ônibus à direita.
Os passageiros de transporte coletivo haviam ganhado prioridade no viaduto Nove de Julho, que é caminho do prefeito João Doria e do Vice Bruno Covas de casa para o trabalho, em 2015 durante a política de ampliação de espaços para faixa de ônibus na administração passada, de Fernando Haddad
Nas redes sociais, passageiros que ficaram sabendo da medida, assim como estudiosos na área de transporte, temem que atitude se transforme num retrocesso e abra um precedente para outras ações na cidade que voltem a privilegiar quem utiliza o transporte individual, prejudicando os usuários do transporte público.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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No começo da matéria diz que “Passageiros do transporte coletivo deixam de contar com faixa para ônibus”. Isto não está correto. Na nota da prefeitura está dizendo “sendo mantida a faixa exclusiva de ônibus à direita”.
É só observar a foto e ver a ociosidade do viaduto e o congestionamento da via inferior. Isto também é o que diz o estudo da prefeitura. Se vai manter faixa exclusiva a direita, não tem porque não liberar a faixa esquerda para os veículos. O transporte coletivo precisa sim de prioridade, mas muitas pessoas usam o carro pra trabalhar por necessidade, e não é justo sacrificá-las por conta disto.
Parabéns a prefeitura pelo equilíbrio na decisão.
A questão dos carros nesse viaduto foi o transito em “X”, pois o ônibus vem no corredor a esquerda e chegando ao viaduto mudam para a faixa a direita, retornando a faixa a esquerda após o viaduto. Essa mudança constante e inevitável de faixas (no viaduto as paradas são à direita) era, e continuará sendo o grande problema. Isso é sim retrocesso na prioridade ao coletivo, pois o congestionamento só mudará de local, e agora voltará a afetar o transporte coletivo.
Mostrando a que veio
É um retrocesso.
Amigos, bom dia.
Infelizmente não é a técnica que manda no Brasil.
Como muito bem colocado pelo Lucas Urashima no seu comentário acima, o “X” do problema continuará sendo o mesmo “X”.
E sim quem está sentado na cadeira com o Poder da caneta.
Por isso nada funciona, são os EGOS.
Interesse público, só existe no papel.
Att,
Paulo Gil
O problema maior é o erro do corredor 9 de julho que força o tal X citado nos comentários anteriores. Desta forma, não podemos tentar consertar um erro, fazendo outro. O transito causado nas imediações da praça com a medida da administração anterior prejudica muito a qualidade de vida de quem mora / trabalha na região.
Os onibus continuam tendo prioridade, já que contam com faixa exclusiva.
A atual administração devia ter coragem de rever outros locais tambem, como a faixa de onibus na Via Anchieta sentido Sacomã de 1,5 km, que causa um congestionamento enorme que chega até SBC, O ganho da faixa é irrisório perto dos 40/45 minutos que o onibus enfrentou no congestionamento até poder acessar a referida faixa.