Equipe de Doria diz congelamento de tarifa de ônibus vai custar R$ 400 milhões

Estudos do setor, da câmara e da antiga gestão já mostram valores maiores

ADAMO BAZANI

A equipe do prefeito João Doria sustentou nesta sexta-feira, 13 de janeiro de 2017, que o congelamento da tarifa de ônibus em R$ 3,80, uma das principais promessas da campanha no ano passado, terá um peso de R$ 400 milhões a mais com subsídio nos transportes.

No entanto, o secretário municipal da Fazenda, Caio Megale, admitiu que os recursos reservados para este ano com o objetivo de complementar os custos dos transportes são insuficientes e estão entre as principais preocupações da pasta.

“O desequilíbrio mais claro no orçamento para 2017 é o do subsídio. A gente tem um subsídio orçado de R$ 1,8 bilhão e as últimas estimativas estão em torno de R$ 3,2 bilhões. Tem uma diferença aí [R$ 1,4 bilhão] que deve ser buscada para que o subsídio continue acontecendo e as contas sejam equilibradas” – disse à Folha de S.Paulo

A prefeitura esperava obter parte desses R$ 400 milhões que diz serem necessários para manter o congelamento da tarifa básica, com o aumento do custo das integrações que foi barrado pela justiça por duas vezes.

O poder público recorre para tentar restabelecer esses reajustes.

Por meio de um acordo entre a Prefeitura de São Paulo e o governador Geraldo Alckmin, padrinho político do prefeito João Doria, o custo da integração básica entre ônibus municipais de São Paulo e o sistema do metrô e da CPTM chegou a subir de R$ 5,92 para R$ 6,80.

Também foi determinado pelas administrações e barrado pela justiça o aumento do valor do bilhete único temporal integrado, isto é, diário ou mensal usado pelo passageiro que na mesma viagem utiliza os trilhos e os ônibus. O Bilhete Único Semanal deixou de existir.

Apesar de a equipe de Doria apostar que o congelamento teria custo de R$ 400 milhões, estudos de outras fontes mostram que o valor deverá ser bem maior para os subsídios serem suficientes.

Um estudo encomendado pela Câmara Municipal de São Paulo aponta a necessidade de ampliação dos subsídios em, no mínimo, R$ 769 milhões.

Já os técnicos da prefeitura que elaboraram o orçamento no ano passado na gestão Haddad apontam necessidade de mais R$ 1,2 bilhão.

Doria estuda cortar 15% dos valores dos contratos, menos de educação, saúde e transportes.

No entanto, até mesmo a educação deve sofrer algum tipo de corte, mesmo que menor.

Programas como Leve Leite e o transporte escolar também podem sofrer outros cortes.

Os orçamentos das secretarias devem ser reduzidos em até 25%.

Os subsídios nos transportes existem para cobrir a diferença entre os custos de operação e o que os passageiros pagam nas catracas.

Caso não houvesse os subsídios, de acordo com o estudo do ano passado da SPTrans, hoje a tarifa unitária de ônibus estaria próxima a R$ 6.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. tiago disse:

    Se vira…prometeu congelar, agora vai congelar

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    A não, de novo a dificuldade de fazer essa continha.

    Isso não cola mais.

    Chega!

    Att,

    Paulo Gil

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