Estudo mostra como projetar corredores de ônibus que melhorem a segurança viária

ônibus

Corredor de ônibus. Estudo internacional mostra como é possível oferecer mais segurança aos pedestres desde estruturas mais simples, como faixas e corredores, até BRTs.

 Levantamento em sistemas latino-americanos revela que onde foi implantado um espaço para ônibus, houve redução no número de acidentes com pedestres em relação às vias com tráfego misto entre coletivos e carros

Cada ano morrem 1,2 milhão de personas em acidentes de trânsito, um problema que, caso se mantenha durante os próximos 15 anos, se converterá na quinta maior causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Neste contexto, as Nações Unidas declararam que entre 2011 e 2020 seria a Década de Ação para a Segurança Viária, por isso estão sendo estudadas medidas para que no final deste período diminuam as mortes pela metade. Os resultados serão apresentados este mês em uma conferência em Brasília.

Como parte deste período, o Centro para Cidades Sustentáveis da Embarq e o Banco Mundial elaboraram um relatório que implica que os sistemas de faixas ou corredores de ônibus, desse os simples até Bus Rapid Transit, BRT incorporem em seus projetos determinadas características que são capazes de melhorar a segurança e reduzir os acidentes e vítimas fatais em até 50%.

Conheça, a seguir, as recomendações do informativo para projetar sistemas de BRT.

  1. Cruzamentos de pedestres

Em determinadas partes dos corredores, as faixas de pedestres podem ser mais espaçadas  se comparado a os outros, permitindo que os ônibus trafeguem em velocidades mais altas. No entanto, esta situação acaba fazendo pedestres atravessarem fora da faixa, apesar do risco que isto implica.

Neste caso, o relatório afirma que um recurso que ajuda a melhorar a travessia é que eles estejam sinalizados e que os tempos dos semáforos estejam calculados de acordo com o tempo real que os pedestres levam para chegar ao outro lado. Por isso, sugere que a velocidade se estime em 1,2 metros/segundo e que esta altere para 1 m/s nos bairros com maior população de idosos.

Além disso, este pode ser complementado com a construção de ilhas ou refúgios na metade da quadra onde pedestres podem fazer uma pausa durante a travessia em um espaço seguro. Assim, é possível reduzir acidentes fatais e reduzir as lesões em até 35%.

Outro conselho apresentado pela pesquisa são em relação às passarelas de pedestres que não são tão eficazes sobre os corredores, mas sim sobre as autopistas. É por isso que se recomenda que tenham uma altura que permita a passagem de diferente veículos e que considerem a instalação de um elevador para facilitar o acesso de pessoas com mobilidade reduzida.

No caso das passarelas sobre corredores, é aconselhável que tenham uma inclinação próxima a 5% para que sejam acessíveis para aqueles que se deslocam em cadeira de rodas e que tenham intervalos de descanso.

  1. Interseções

Melhorar a segurança nas interseções é um tema que a pesquisa aponta como possível se forem projetadas “uniões simples e reduzidas”, já que a cada interseção por pista o risco de acidentes graves aumenta 17%.

É por isso que se recomenda que o tamanho das intersecções em relação às vias proporcione uma largura que permita fazer a curva à direita e que não ocupe mais espaço que o necessário. Ainda assim, menciona que as esquinas dos caminhos devam estar protegidos por uma borda em caso que o motorista perca o controle do veículo.

Em relação às curvas para a direita, que estão proibidos nos corredores que foram avaliados durante a pesquisa e que tiveram menos acidentes, o informe considera que possam ser incluídos apenas se forem redesenhados parte do circuito do corredor. Além disto, deve ser complementado com sinalização.

Um terceiro ponto que é abordado no informe é sobre a extensão dos cruzamentos de pedestres nas intersecções. A este respeito, assinala que, para cada metro adicional que os pedestres devem atravessar, o número de acidentes cresce 6%. Por isso, propõe que estas distâncias podem ser reduzida através do alargamento das calçadas.

III. Estações

De acordo com o relatório, as estações que os pedestres podem entrar após cruzar a rua ou passarela estão entre os projetos mais seguros para pedestres.

Por outro lado, aquelas estações que os acessos estão disponíveis por vários pontos da estação, há maior risco de acidentes devido ao fato de haver mais pedestres em movimento que possam cruzar as ruas.

  1. Principais estações de transferência ou terminais

Este tipo de estações dos corredores construídos em Bogotá (Colômbia) e Curitiba (Brasil) foram aquelas que alcançaram os maiores índices de acidentes. No entanto, a pesquisa diz que não significa que eles são mais perigosos do que outros lugares, mas indicam que eles têm mais tráfego do que outros setores.

Também sugere que o problema principal em relação a segurança dos pedestres já que quando os pedestres vão como passageiros no ônibus ou estão esperando em uma plataforma, estão mais protegidos do que quando se deslocam de e para a estação.

Por este motivo, o relatório recomenda que a transferência de passageiros possa ser realizado de maneira a não sair da plataforma da estação não ter que cruzar as vias.

CONHEÇA O ESTUDO COMPLETO EM:

ADAMO-Seguranca viaria em sistemas prioritarios para onibus – BRT safety – WRI Brasil Cidades Sustentaveis – WRI Ross Center for Sustainable Cities

Comentários

Comentários

  1. O Haddad esta precisando ler este artigo.

    1. Bruno disse:

      Ele esta precisando é cair fora da prefeitura com urgência.

      1. Se tivesse alguém melhor eu diria o mesmo,masss

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    A tecnica ja existe e esta em constants evolucao.

    O problema e que a mesma nao e aplicada em Sampa, creio que nem no papel.

    E o Aerotre ?????????? O que realmente acontece ???????

    Att,

    Paulo Gil

  3. Sandro R dos Santos disse:

    Bom dia,

    O estudo é interessante, mas o deixa inviável por uma série de fatores, pois na maioria das vezes tentam copiar o projeto de forma mais barata, e acabam piorando o trânsito das grandes cidades.

    Outro ponto muito complicado aqui no Brasil é a mania que as pessoas tem de atravessar fora da faixa de pedestre, mas como é cultural acredito que um projeto deste possa tentar inibir mas não eliminar a tentativa de travessia fora das mesmas.

    Não saberia dizer se existe algum prefeito ou governador com punho forte de querer tocar um projeto deste em alguma capital ou cidade grande, como por exemplo nossa vizinha aqui Campinas, pois também deve passar pela opinião e liberação dos grandes empresários frotistas, que terão de comprar carros maiores e mais caros.

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