Reunião na SPTrans vai discutir possibilidade de ampliação de serviços de trólebus

TROLEBUS

Trolebus em São Paulo. Grupo de especialistas diz que rede atual poderia receber mais veículos elétricos.

Movimento Respira São Paulo vai apresentar sugestões para que a rede seja aproveitada da melhor maneira com a ampliação do número de veículos elétricos

ADAMO BAZANI

Em meio às expectativas sobre a licitação que vai remodelar os serviços de ônibus pelos próximos 20 anos, suspensa temporariamente pelo TCM- Tribunal de Contas do Município, uma das dúvidas é em relação sobre como ficará o transporte limpo na cidade de São Paulo.

A Lei de Mudanças Climáticas, criada em 2009, prevê que até 2018 nenhum ônibus da Capital Paulista seja movido exclusivamente a combustíveis fósseis.

No entanto, a chamada Ecofrota, com ônibus elétricos a bateria, elétricos híbridos, trólebus, ônibus a etanol e outros biocombustíveis, é de apenas 656 veículos entre os 14 mil 878 existentes na cidade de São Paulo.

O próprio secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto, disse neste ano que seria impossível o cumprimento da meta. Nos três editais de licitação da capital paulista, não há um cronograma para ampliar o número de ônibus elétricos ou de outras fontes menos poluentes.

Nesta sexta-feira, 13 de novembro de 2015, o Grupo Respira São Paulo vai se reunir com a diretoria de planejamento da SPTrans, gerenciadora dos transportes da cidade, para discutir propostas que o grupo enviou durante a fase de consulta pública dos editais de licitação.

De acordo com Jorge Françozo de Moraes, um dos responsáveis pelo movimento, apenas a criação de uma linha foi atendida: a 309 e Penha – Parque Dom Pedro.

O edital de licitação do grupo estrutural prevê a ampliação de apenas 36 ônibus elétricos.

Movimentos em prol da sustentabilidade acham insuficiente esta ampliação.

Segundo o documento que será apresentado para a SPTrans, ao qual o Blog Ponto de Ônibus teve acesso, a rede hoje existente na cidade de São Paulo é subaproveitada. Um exemplo é a região da Avenida Celso Garcia. O estudo mostra que com a atual tecnologia dos trólebus, que consomem menos energia, há possibilidade de ampliar a frota sem sobrecarregar a rede aérea de abastecimento destas vias, aproveitando a atual estrutura.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Acompanhe as sugestões do movimento Respira São Paulo para os trólebus na capital paulista:

CONCESSÃO DE LINHAS DE ÔNIBUS – REVITALIZAÇÃO DO SISTEMA TRÓLEBUS

No atual processo de Licitação da Concessão de linhas de ônibus da capital não está contemplado o teor da Lei Municipal de Mudanças Climáticas nº 14.933 de 05 de junho de 2009, que obriga o poder público a substituir em 100% até 2018 os combustíveis fosseis consumidos por ônibus no transporte de passageiros por outros combustíveis não fósseis com menores índices de emissões, como a tração elétrica por exemplo.

Com base neste fato, o Movimento Respira São Paulo vem reivindicar o aumento da frota, a criação de linhas e reativação de outras linhas de trólebus, aproveitando o processo de transição da concessão das linhas, de acordo com os itens que se seguem.

As sugestões sobre o incremento do Sistema Trólebus são imperativas, devido à situação de subutilização de trechos da rede e da própria garagem, independente da colaboração que irá proporcionar na aplicação da lei mencionada.

  • Corredor Celso Garcia.
  • Manter a frota de trólebus na linha existente 2290-10 – São Mateus – Terminal Parque Dom Pedro II, via Praça da República.
  • Já está prevista a criação de linha de reforço com 5 trólebus, com ligação direta para Terminal Parque Dom Pedro II, sem fazer o trajeto na rótula central.
  • Substituição dos ônibus diesel da linha 309E -10 –  Terminal Parque Dom Pedro II – Terminal Penha por trólebus, pelo fato desta linha operar em 100% do itinerário ao longo da rede elétrica existente. Esta linha já foi operada por trólebus no passado. Este trajeto poderá ter a frota de trólebus reforçada com a substituição de ônibus diesel de outras linhas que se sobrepõe ao itinerário provido de rede aérea, ao longo de todo o corredor, aumentando a participação da tração elétrica no corredor. O índice de trólebus por quilometro poderá ser duplicado em relação ao índice atual.

Esta solicitação está embasada no fato da potencia elétrica existente na rede de alimentação de Corrente Contínua no corredor estar, atualmente, subutilizada, com 50% de folga, conforme demonstrado nos quadros a seguir.

Em 2002 havia 5 linhas de trólebus operando neste corredor, consumindo cerca de 70% da potência instalada disponível.

ms-1

ms-2

Atualmente, as duas linhas que operam no trecho, com os novos trólebus dotados de motor de corrente alternada, consomem 50% da potencia total instalada.

ms-3

2)            Corredor Vila Prudente – Centro.

  • Incrementar a frota da linha atual 3160-10 – Vila Prudente – Centro, alterando o itinerário na área central através das Ruas Boa Vista, Libero Badaró e Benjamin Constant, visando a requalificação desta linha perante seus usuários.
  • Criação de nova linha de trólebus Vila Prudente – Brás/Bresser, através do Viaduto e Rua Bresser, conforme previsão de extensão do corredor, contemplada nos planos descritos no atual Edital.
  • Estender a rede elétrica em cerca de 800 metros do atual terminal Vila Prudente até o novo Terminal de ônibus, na interligação das linhas do Metro e do Monotrilho.
  • Com estas ações, este corredor deverá ser operado, predominantemente, por trólebus, eliminado a operação de ônibus diesel.

3)            Linha 408-A – Machado de Assis – Cardoso de Almeida.

  • Estender a rede elétrica em cerca de 1 km, a partir da Rua Machado de Assis até a Estação Ana Rosa do Metro, pela própria Rua até atingir a Rua Vergueiro, acesso à estação. A volta seria feita pela Rua Dr. José de Queiroz Aranha e o retorno à Rua Machado de Assis poderá ser feito pelas Ruas Gregório Serrão ou Gaspar Lourenço. Estas últimas ruas poderão ser desprovidas de rede elétrica, os trólebus utilizarão as baterias na operação e a extensão da rede irá se restringir na Subida da Rua Machado de Assis e o trecho na Rua Vergueiro.
  • Estender a rede elétrica em cerca de 2 km, a partir da Rua Cardoso de Almeida até as proximidades da PUC, beneficiando os alunos daquela instituição nos períodos letivos. O retorno ao longo de quarteirão próximo à Universidade poderá ser desprovido de rede aérea e os trólebus utilizarão as baterias na operação.

4)            Linha 2101-10 – Silvio Romero – Praça de Sé.

  • Recuperar a rede elétrica deste ramal, conforme incluso no Edital de Modernização da Rede, tornando possível o retorno dos trólebus nesta linha.

5)            Linha 9300-10 – Terminal Casa Verde – Terminal Bandeira.

  • Recuperar a rede elétrica deste ramal, conforme incluso no Edital de Modernização da Rede, tornando possível o retorno dos trólebus nesta linha.

A frota adicional provável é discriminada no quadro a seguir.

ms-4A lotação desta frota adicional seria absorvida naturalmente pela Garagem Tatuapé que também tem capacidade ociosa.  No passado, esta garagem chegou a abrigar mais de 350 trólebus de 12 metros e atualmente a capacidade de aumento da frota de trólebus de 15 metros poderá alcançar 90 veículos adicionais.

Comentários

Comentários

  1. J disse:

    Aff!! cadê os ônibus chineses da BYD ?? Cadê os ônibus a Hidrogênio, Gás Natural?? esse negócio de Troleibus em SP/SP…é TEMERARIO!! E a SAMBAÍBA ENTÃO … ACABARÁ POR PERDER A 9300/10…

  2. Rodrigo disse:

    Sugestão pra linhas a serem operadas por trólebus:
    6500, 5100, 5105, 4301.
    Porque a famigerada 4310 criada a pedido das cooperativas ligadas ao crime organizado, agora disfarçadas de empresas de fachada, será desativada por decisão judicial.
    Aguardem.

  3. Pedro disse:

    Concordo com as linhas acima, mas a linha 2290 São Mateus Pq. D. PedroII deveria ter sua linha com os super articulados, pois alem de caber mais passageiros e muito mais agil, as demais sem problemas poderia sim colocar os eletricos mas deveriam comprar novos como os da BYD sem alavancas.

  4. jair disse:

    Amigos,

    São Paulo tem indices altissimos de poluição. Não podemos pensar em empresas que perderão linhas. Temos que pensar que grande parte dos investimentos necessários a reimplantação do sistema acima já foram realizados, e que os trolebus já operaram o sistema com eficiência.
    Nada contra a implantar demais sistemas Não Poluentes.
    No caso especial da Av. Celso Garcia: já tem rede aérea e terminais urbanos que no caso da integração poderão melhorar em muito o fluxo viário daquela região.
    Parabens a equipe do respira São Paulo pela iniciativa e disposição de trabalhar em beneficio da população, e ao Adamo por divulgar, fazendo com que tomemos conhecimento deste acontecimento.
    obrigado

  5. Na zona sul podem tentar reativar os trólebus das linhas 6500/10 e 637P/10 e um possivel projeto com a 6400/10 com trólebus.

  6. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Legal, mas que os novos buzoes nao tenham alavancas.

    Att,

    Paulo Gil

  7. Jonathan Braga disse:

    Tinham que colocar mais linhas feitas por trólebus que podíamos pensar que futuramente colocar VLT no futuro mesmo que muito distante

  8. Achei muito bacana a ideia,quem dera novamente uma 9300 com trólebus,quando trabalhava na marques pegava ela direto com PBD a diesel,ninguém merece,tomara que aumente a frota com a licitação,e que tenham ônibus com baterias.

  9. Friend disse:

    São Paulo tinha vários quilômetros e sua rede foi reduzida na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy. Antigamente tinha trólebus para o Peruche, Mandaqui, Tucuruvi, Santo Amaro, Pinheiros, Cidade Universitária. E hoje só vemos a Zona Leste que possui rede de trólebus.

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