Frota de ônibus menos poluentes diminui 64% em São Paulo

ônibus etanol

Ônibus a etanol, uma das soluções para frota limpa. Ecofrota caiu em 64%

Realidade vai na contramão do que determina a Lei de Mudanças Climáticas que determina 100% de veículos de transporte coletivo que não dependem de combustíveis fósseis em 2018

ADAMO BAZANI

Com informações do SPTV

A quantidade de ônibus não poluentes ou que emitem menos poluição está diminuindo na cidade de São Paulo.

E o fato ocorre mesmo com a Lei de Mudanças Climáticas, de 2009, que determina que todos os ônibus municipais de São Paulo não dependam de combustíveis fósseis para se moverem.

De acordo com reportagem do SPTV, da TV Globo, divulgada nesta sexta-feira e compartilhada com o Blog Ponto de Ônibus, em 2011, quando a Ecofrota foi lançada, havia 1 mil 561 ônibus menos poluentes , movidos a eletricidade (trólebus), biodiesel e etanol. Hoje, são apenas 656, uma queda de 64%. Deste total, 395 operam com 10% de diesel de cana de açúcar na mistura do combustível, 60 se movem com etanol e 201 são trólebus.

O maior número de ônibus da Ecofrota foi em 2013, com 1 mil 846 veículos.

Ao SPTV, o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, tentou justificar a diminuição destes ônibus em vez do aumento como determina a lei.

Para Tatto, não é possível ampliar o número de trólebus porque a energia elétrica é “cara e escassa”. Há o custo, segundo ele, de implantação da rede que é alto. Sobre o etanol, ele diz que o combustível passa por “sazonalidades” com variações de preço e produção.

O secretário ainda disse que o biocombustível não tem escala, tanto de produção do combustível como do veículo.

Os argumentos de Tatto são contestados por especialistas em transportes que dizem que se o uso de todas estas tecnologias for distribuído na frota da cidade não haveria os supostos impactos apontados pelo secretário.

Além disso, os custos a mais apontados pelo secretário são menores que os gastos causados pela poluição do ar.

São Paulo está às vésperas da licitação que vai determinar o modelo dos transportes na cidade pelos próximos 20 anos e não há previsão nas minutas do edital sobre frota limpa. Isso fez com que organizações nacionais e internacionais elaborassem uma carta conjunta à Comissão de Licitação. Confira neste link:

https://diariodotransporte.com.br/2015/08/04/licitacao-de-sao-paulo-organizacoes-elaboram-documento-para-frota-limpa/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. olimpioa disse:

    Adamo, nao tem milagre nessa area. Se 14000 onibus utilizarem de forma diversificada as diversas tecnologias hoje disponiveis na praça coloque mais um bilhao alem do subsidio de 1,7 bilhao que ja é praticado hoje. De que area voce quer que o Prefeito tire esse um bilhao? Se tiver alguma ideia por favor publique.

    1. Olimpioa, precisamos ver se realmente serão necessários os custeios e se realmente serão na ordem destes R$ 1 bilhão a mais como você aponta. Este valor você tirou de alguma estimativa? Também é necessário verificar se este custeio será por subsídio de R 1 bi a mais como você sugere ou se há outras formas, como desonerações.
      A discussão está aberta a todos

  2. Andre disse:

    Bom Adamo, tive o desprazer de ver a matéria na edição do SPTV. Repare que toda noticia sobre ônibus naquele noticiário é sempre no sentido de denegrir esses veículos. Fazem alguns elogios pontuais para disfarçar a opinião.

    Dito isso, a conclusão da matéria deu a entender que se tirassem todos os ônibus da cidade o meio ambiente de São Paulo seria melhor. Colocaram toda a culpa nos ônibus como se os demais veículos não poluíssem. Desde 2004 os ônibus (e caminhões) são obrigados a vim de fábrica com motor eletrônico que gerencia o funcionamento da propulsão economizando combustível e redução sonora. É claro que se o combustível for de melhor qualidade como o etanol, melhor. Ainda existe o arla 32, um aditivo para combustível.

    E quanto aos carros, motos e caminhões velhos que circulam a anos, não só em SP, mas os que usam a cidade para ter acesso a outros pontos do estado? E as gasolinas adulteradas? Motores desregulados? Isso não falaram na matéria! É claro que a globo não iria culpar os carros – por extensão motos e caminhões – por esse estrago no meio ambiente com os ônibus dando sopa pela cidade.
    Encontraram uma razão que desagrada a maioria dos usuários de transporte da cidade para despertar mais revolta no telespectador e com isso desviar a atenção dos principais motivos de poluição: fica fácil culpar só os ônibus pelo problema. Para alegria da globo e para nossos pulmões e visão, o edital da cidade prevê redução da quantidade de ônibus para cerca de 13.000 unidades aproximadamente.

    Os carros contam no minimo 7 milhões + caminhões + motos + fábricas. E quem polui a cidade? Essa é fácil:14.000 ônibus! E que devem ser renovados a cada década. E quando essa quantidade for reduzida, quem vai poluir a cidade? Os mesmos treze mil ônibus! A conta não fecha! É justo isso Adamo? A própria matéria da globo considera os “ônibus não poluentes” se referindo a eco frota e cai em tamanha contradição. Um jornalismo sem coerência!

    Que se tome providências para que os ônibus, únicos responsáveis pelo estado de calamidade ambiental dessa cidade, tenham condições adequadas de propulsão eficiente, inodora, inaudível e incolor para o bem do cidadão. Mas aí pergunto: e os outros agentes, onde entram nesse problema?
    Desculpe, esqueci que quem só polui é ônibus. Ridícula essa emissora!

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    O problema todo é o caranguejo.

    Não temos as linhas garanguejadas ?

    Temos.

    Então, a quantidade de buzões “verdes” em Sampa, acompanha o caranguejo; anda pra trás.

    E o mais incrível, não cumpre a Lei .

    “QUE PAÍS É ESSE ? ”

    ????????????????????????????????????

    Att,

    Paulo Gil

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