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AUDITORIA ERNEST & YOUNG: Redução do lucro das empresas, fim do modelo de cooperativas e viações estrangeiras em São Paulo

Prefeitura de São Paulo quer reduzir os lucros das empresas. Companhias internacionais podem operar na Capital Paulista e modelo de cooperativas deve ser extinto. Foto: Adamo Bazani

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SUGESTÃO DE CABEÇA: Com licitação internacional, prefeitura de São Paulo quer reduzir o lucro das empresas de ônibus que prestam serviços na Capital Paulista. Modelo de prestação de serviços por cooperativas deve ser extinto. Relatório final de auditoria no sistema aponta que empresários conseguiram reduzir custos operacionais, inclusive com práticas irregulares, como não cumprimento de viagens

Texto:
A prefeitura de São Paulo pretende reduzir o lucro das empresas de ônibus após a nova licitação do sistema que deve ser realizada no primeiro semestre do ano que vem.
A medida terá como uma das principais bases a verificação independente realizada pela Ernest & Young, contratada por 4 milhões de reais pela administração municipal.
Hoje a taxa interna de retorno, que é o lucro das empresas, é em todo o sistema de 18,6%, muito próxima do proposto pela última licitação de 2003, que foi de 18%. Dependendo da área operacional da cidade, o lucro hoje pode ser maior ainda.
Segundo o estudo, esta taxa de retorno é incompatível com os atuais contratos de concessão de serviços públicos em todo o país e poderia ficar em 7% aproximadamente.
Além disso, os empresários de ônibus conseguiram reduzir em 7,4% os custos operacionais, mas foram remunerados como se não tivessem estas reduções por causa do modelo dos contratos.
Para evitar fatos como estes, a auditoria sugere que a prefeitura de São Paulo revise periodicamente os futuros contratos.
Os empresários conseguiram reduzir os custos de diversas maneiras, como com práticas irregulares, não cumprindo viagens, por exemplo, ou com normais de mercado, como conseguindo melhores preços de insumos e combustíveis.
O secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, disse que é necessário mudar o lucro das empresas porque a realidade econômica hoje é outra
SONORA
O prefeito Fernando Haddad comentou que o estudo apontou uma série de pontos nos contratos com as empresas de ônibus que precisam de aperfeiçoamento
SONORA
A próxima licitação deve ser internacional. Três empresas de ônibus de outros pauses já consultaram o sistema da Capital Paulista. Elas operam em Hong Kong e, Londres e em parte dos Estados Unidos.
Hoje o sistema em São Paulo é concentrado nas mãos de poucos empresários. Entre os maiores estão José Ruas Vaz, que detém metade das operações das empresas, Belarmino de Ascenção Marta e as famílias Abreu e Saraiva.
A licitação também deve excluir a atuação das cooperativas, classificada por Jilmar Tatto como um modelo que já chegou ao esgotamento.
O secretário de transportes Jilmar Tatto não quis comentar a definição de tarifas de ônibus para o ano que vem, mas admitiu que os resultados do estudo podem influenciar nos novos valores.
A Ernest & Young sugeriu a divisão do sistema em Sociedades de Propósito Específico, que reúnem várias empresas, a criação de uma taxa máxima de lucro por passageiro e mais controle sobre as finanças e operações dos transportes na cidade.
O SPUrbanuss, sindicato que reúne as empresas, em nota contesta as afirmações dos auditores e lamenta não ser convidado para a apresentação dos resultados.
Em nota, a entidade informa que “exceto pela quebra de veículos, os demais motivos que impedem o total cumprimento das partidas são fardos que as empresas carregam, já que são autuadas pela SPTrans, sem culpa.”
Ainda na nota, o sindicato dos empresários diz que as viações são remuneradas com base no passageiro transportado. Viagem não realizada significa passageiro não transportado; passageiro não transportado é igual à perda de faturamento.
De São Paulo, Adamo Bazani.

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