Os ônibus como signos de um povo
Publicado em: 18 de outubro de 2014
Os ônibus como signos de um povo
Veículo pode representar desenvolvimento, tradição e cultura, mas também a situação desfavorável de uma cidade ou até mesmo de uma nação
ADAMO BAZANI – CBN
Para comemorar o “Ano do Ônibus” em Londres, foi organizada esta semana uma exposição diferente na capital inglesa.
Réplicas dos famosos “Routmasters”, ônibus de dois andares vermelhos, viraram obras de arte num dos pontos mais tradicionais de Londres.
Símbolos da capital, através da leitura de diversos artistas em pinturas nas próprias réplicas, os ônibus assumiram a cidade, retratando história, orgulho, superação e até mesmo os fracassos de Londres.
É o que mostra o repórter Sérgio Utsch, no Jornal do SBT.
http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/45749/onibus-vermelhos-de-Londres-ganham-exposicao.html
A reportagem permite ampliar um pouco mais outro aspecto sobre o papel do ônibus.
Muito mais que transportar pessoas, o ônibus está inserido nas cidades e pode ser um reflexo da história, das tradições e até mesmo de como está a situação de um país inteiro.
Assim, não é exagero nenhum dizer que o ônibus também pode revelar como a população tem sido tratada e o momento econômico, político e social.
O ônibus faz parte da imagem de uma cidade e torna-se um dos seus personagens principais.
Veículos mal conservados, sujos, velhos demonstram não só que os transportes vão mal, mas que há todo um contexto desfavorável seja pela situação econômica que impede a renovação e qualificação da frota, ou mesmo pelo descaso em relação à população, com operadores e administradores públicos não garantindo aos cidadãos a qualidade de vida que merecem.
E isso não afeta somente quem anda de ônibus.
Até quem nunca usou um coletivo vai mesmo que indiretamente e inconscientemente se sentir incomodado com veículos em mau estado circulando pelas ruas.
Desta forma, o ônibus pode até mesmo servir para qualificar ou desqualificar um espaço urbano.
Claro que não é o ônibus sozinho que terá este resultado positivo ou negativo. Mas ele é um dos elementos centrais na paisagem de uma cidade e das estradas.
Conclui-se então que investir em transporte coletivo, dando a ele prioridade no espaço urbano, criar condições para que as empresas renovem suas frotas e que possam adquirir veículos de padrão superior, além de melhorar o deslocamento das pessoas também contribui e muito para uma sensação de bem estar em determinado local.
Os ônibus, portanto, podem ser classificados como signos (no sentido de símbolos) de tradição, cultura, história, desenvolvimento, futuro, mas também de descaso e fracasso.
Em diversos lugares do mundo, inclusive no Brasil, os ônibus viraram espécies de referências culturais e até mesmo geográficas. Pelo ônibus é possível identificar o local, sem a necessidade de pinturas padronizadas com o nome da cidade ou do governo de determinado estado.
Na Inglaterra, os famosos ônibus vermelhos de dois andares viraram marca internacional. Quando se fala nos Estados Unidos, logo aparecem na mente imagens como dos tradicionais ônibus escolares amarelos, dos rodoviários da Greyhound com a pintura do cão galgo ou os metropolitanos em Nova Iorque brancos com uma faixa azul. Muitos destes ônibus não circulam mais, no entanto, continuam presentes na memória e foram eternizados como marcas das regiões onde prestam ou prestaram serviços.
Em cidades da América do Sul, são marcantes os ônibus coloridos como ocorre em municípios da Argentina, Chile e Peru.
No Brasil, o ônibus também representa algumas localidades. Exemplos são os biarticulados de Curitiba cuja imagem é vendida até mesmo nos cartões postais. Os trólebus do Corredor Metropolitano ABD são também parte já marcante da paisagem de algumas cidades do ABC Paulista.
Com tudo isso, é possível reforçar a ideia de que muito mais que um veículo, o ônibus é um agente ativo na sociedade.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Pena que os ônibus do Jânio que tentou imitar os ônibus londrinos, não vingou em Sampa, seria bom repensar nesse projeto pra hoje e fazer similar aos de viagem (falo no sentido estético de altura) para mudar um pouco a cara dos coletivos daqui. Mas desde que ainda não lhe tirem a grande importância que tem…
Amigos, bom dia.
Que legal ler uma materia do buzao, oarabens Adamo.
Sensacional aquele buzao colorido, tem ate parachoque cromado, um show e os demais classicos com os Greyhound.
Pena que o signo de Sampa e o Apachezinho baleadaco encardidaco.
Att,
Paulo Gil
“Buzao e Emocao e a Paixao”
Bela matéria Ádamo!
Mostra que a partir de um serviço de excelência pode ser criada uma identidade forte.
Por aqui me marcaram os Cometa/Ciferal de carroceria e rodas de alumínio, suspensão pneumática e poltronas de couro vermelho.