História

Mais um guerreiro que mostra a força dos transportes no desenvolvimento do País

Comil Condottiere

Comil Condottiere Scania S 112, um marco na história dos transportes e que revela como o setor se desenvolveu e contribui com o crescimento do País pelas estradas Brasil afora. Foto: Adamo Bazani

Mais um Guerreiro da Estrada desperta saudades de um tempo que mostra a evolução dos transportes
Veículo usado para transportes específicos revela que renovação é importante, mas preservação da memória do setor é essencial
ADAMO BAZANI – CBN
As renovações de frotas de ônibus são essenciais para o bem estar e segurança dos passageiros, trabalhadores nos transportes e toda a comunidade localizada por onde estes veículos trafegam.
Além disso, demonstram o comprometimento de empresários e gestores públicos para com a população responsável pelo custeio tanto das empresas como das mais diferentes esferas governamentais.
No entanto, para quem é apaixonado por transportes, ver um ônibus antigo, é como relembrar toda a importância histórica do setor para o desenvolvimento não apenas econômico, mas até mesmo individual das pessoas. Afinal, o ônibus está presente um pouco na história pessoal de cada um: na escola, no primeiro emprego, na faculdade, nos encontros apaixonados, nas visitas à família, enfim, nas situações do cotidiano.
E todo este sentimento em relação ao tributo que os transportes merecem foi despertado aos deparamos com um Comil Condotiere, da década dos anos de 1980, às margens da BR 116, que liga o Sul ao Sudeste do País, num posto na cidade de Fazenda Rio Grande, no Paraná. O veículo não é mais usado em linhas regulares.
O modelo, sobre chassi Scania S-112, demonstra os sinais do tempo, mas não esconde sua imponência. Com motor dianteiro, o veículo rodoviário tem as rodas dianteiras avançadas, perto do para-choque. As rodas são raiadas, características históricas da Scania.
Nas laterais, perto da porta no lado direito e do vidro do motorista ao lado esquerdo, um recorte que mostrava o requinte do veículo para época, informando que o ônibus tinha banheiro, poltronas que reclinavam mais e música ambiente.
O chassi S 112 foi lançado pela Scania em junho de 1983, juntamente com o K 112. Era a chama Série 2 da Scania, uma evolução dos modelos B 111 e BR 111.
O ônibus trouxe uma série de inovações para época em relação a conforto, segurança e dirigibilidade.
Já o modelo da carroceria, o Comil Condottiere, neste caso versão 3.60, é outra história à parte do setor de transportes.
Em 1985, a Comil havia adquirido a tradicional Indústria de Carrocerias Serrana Ltda – Incasel, de Erechim, no Rio Grande Sul.
A nova companhia no setor de ônibus, porém que já atuava na fabricação de silos, deu prosseguimento aos modelos da Incasel, conhecidos no mercado: Cisne e Minuano (linha urbana), Continental, Jumbo, Delta e Colúmbia (modelos rodoviários).
Mas para continuar no mercado e expandir, era necessária uma renovação dos modelos.
Assim, em 1988 nascia o Condottiere, nosso guerreiro fotografado, o primeiro ônibus desenvolvido pela Comil, que ficou dez anos no mercado.
O ônibus fotografado pela reportagem mostra com o a indústria num tempo rápido se desenvolveu. Hoje os ônibus são mais aerodinâmicos, empregam materiais que os deixam mais leves e poluem menos, além de emitirem um nível de ruído menor.

Comil Condottiere

Apesar do sinal do tempo, velho Scania Comil mostra sua imponência, o luxo para a época, com serviços a bordo e um conforto que evoluiu pela exigência do próprio cliente, no caso, o passageiro. Fotos: Adamo Bazani

Comil Condottiere

Apesar do sinal do tempo, velho Scania Comil mostra sua imponência, o luxo para a época, com serviços a bordo e um conforto que evoluiu pela exigência do próprio cliente, no caso, o passageiro. Fotos: Adamo Bazani

No entanto, além da memória do setor em si, imagine quantas histórias pessoais, vidas, sonhos, alegrias e tristezas foram transportados, e ainda são, no velho Condottiere de beira de estrada e tantos outros por aí ainda firmes, mas que não deveriam estar rodando, porém, ter exemplares preservados.
Parar no tempo jamais, mas a história deve ser mais valorizada, ainda mais do setor de transportes tão presente na vida das pessoas.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. marcos disse:

    Muito boa a matéria Adamo , é bem isso , sempre que vejo um ônibus usado , lembro que o mesmo foi importante para o progresso.

    1. Realmente, vemos que se conseguimos hoje um patamar melhor, mesmo que não seja o ideal, é porque muita gente batalhou e estas máquinas contribuíram para estas conquistas

  2. Ricardo disse:

    Parabéns Adamo pelo empenho e capricho na realização destas reportagens!

    1. Eu que agradeço o retorno de vocês.
      Obrigado

  3. Anderson Luiz disse:

    Um texto maravilhoso , parabéns Adamo

    1. Opa, muito obrigado, amigo

  4. Ewerton Santos Lourenço (PNE Guarulhos) disse:

    O adamo tudo bem? Esses faróis traseiros são do THANCO SCORPION ou do Caio Vitória?

    1. Para falar a verdade, amigo, não sei precisar. Quem souber e ler o comentário, por favor, nos ajude.
      Abraços

      1. Mailson Amancio disse:

        As lanternas do Condottiere são do Chevrolet Opala e do Thamco Scorpion do Gol “quadrado”, já as do Vitória são da própria CAIO.

  5. Emanuel disse:

    Este carro se encontra atualmente em Lindoeste – PR, veículo foi cedido pela Receita Federal para a Prefeitura Municipal, porém está parado no pátio de máquinas por motivo de problema na parte elétrica! Ótima matéria Adamo, tenho 17 anos e acho maravilhosa a história dos ônibus no nosso país, especialmente na região Sul, temos muitos modelos antigos exemplares, que com certeza inspiram as novas empresas a buscar ainda mais qualidade no ramo!

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