Elétrico do ABC transporta 135 mil em 10 dias e presidente da EMTU chama trólebus de parafernália

ÔNIBUS ELÉTRICO PURO

Ônibus elétrico puro passando por recarga. Veículo é operado pela Metra, entre Diadema e a zona Sul de São Paulo. Segundo a EMTU, veículo transportou em dez dias de testes 135 mil passageiros. Foto: Deogenes dos Santos

Em dez dias de operação, elétrico puro do ABC transporta 135 mil passageiros
Balanço é da EMTU. Sistema do veículo é feito em parceira entre a Eletra, empresa brasileira, e a Mitsubishi, do Japão. Presidente da EMTU chama estrutura para trólebus de “parafernália”
ADAMO BAZANI – CBN
O ônibus elétrico puro movimento somente com baterias, desenvolvido pela empresa Eletra, de São Bernardo do Campo, e a japonesa Mitsubishi, transportou 135 mil passageiros em 10 dias nesta fase de testes pelo Corredor Metropolitano ABD, entre a região do ABC Paulista e a Capital.
O balanço foi divulgado pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, gerenciadora do sistema intermunicipal de ônibus da Grande São Paulo, Baixada Santista e parte do interior paulista.
A operação do ônibus é de responsabilidade da Metra, pertencente à família Setti & Braga, que atua há mais de cem anos nos transportes na região correspondente ao ABC Paulista e também é proprietária da Eletra.
O ônibus possui baterias que armazenam energia elétrica para colocar os ônibus em movimento e também para equipamentos como ar condicionado, de iluminação e de gerenciamento eletrônico.
Fazendo a ligação entre Diadema, no ABC Paulista, até a estação Berrini da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, na região do Brooklin, zona Sul da Capital Paulista, o veículo com passageiros percorre diariamente 170 quilômetros. A autonomia do ônibus, denominado E-Bus, gira em torno disso.
O trajeto de 11 quilômetros da linha é feito em cerca de 40 minutos por viagem.
No Terminal Metropolitano de Diadema, há uma estação para as baterias serem recarregadas. São planejadas quatro recargas rápidas de quatro minutos em média cada, ou uma recarga de dez minutos a cada 50 quilômetros percorridos. Na garagem, o veículo recebe uma recarga lenta de quatro horas.
As baterias e parte do sistema foram feitas pela divisão brasileira e pela divisão japonesa da Mitsubishi. Também uma parte do sistema e a integração dos equipamentos couberam à Eletra.
Toda esta tecnologia foi implantada num trólebus, de prefixo 8160, que já estava em operação pelo corredor: um veículo chassi Mercedes-Benz O-500 UA, articulado de piso baixo, com carroceria Caio Millennium II.
São 14 baterias de íons de lítio, semelhantes às de celulares e de notebooks, mas com capacidade maior.
PARAFERNÁLIA DO TRÓLEBUS:
À agência de notícias EFE, o presidente da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, Joaquim Lopes, disse que o veículo corresponde a uma nova “realidade ambiental” da mobilidade urbana e classificou a estrutura exigida pelos trólebus de “parafernália” que tira a beleza das cidades.
“Para a cidade de São Paulo, a inserção urbana deste tipo de tecnologia eliminará toda essa parafernália de cabos aéreos (do trólebus) e teremos uma paisagem mais limpa e bonita, sem poluição e com menor barulho”, destacou Lopes à agência EFE.
Foi com este mesmo discurso que entre 2001 e 2004, a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, reduzir em mais da metade o sistema de trólebus da Capital Paulista. Em 2000, eram 474 veículos não poluentes no centro, na zona Leste, na zona Oeste e na zona Sul da cidade. Hoje são cerca de 200 trólebus que ligam parte da zona Leste ao Centro.
Independentemente da intenção do presidente da EMTU ao chamar o sistema de trólebus de “parafernália” e “de feio”, vale ressaltar que os ônibus elétricos ainda ligados a cabos de rede área são utilizados em mais de 40 países, segundo o movimento “Respira São Paulo”.
Além de serem mais baratos ainda que os ônibus elétricos puros, que devem ser tendência nos próximos anos, os trólebus se modernizaram.
Hoje os novos modelos produzidos pela Eletra no Brasil, por exemplo, usados pela Metra e pela Ambiental Transporte, na zona Leste da Capital Paulista, possuem baterias de armazenamento que permitem que os trólebus possam percorrer uma distância entre quatro e sete quilômetros sem a necessidade de estarem conectados aos fios da rede área, o que evita transtornos em caso de queda de fornecimento de energia e facilita manobras nas garagens. A energia armazenada é gerada pela própria operação do veículo.
Os atuais trólebus também possuem alavancas pneumáticas, reduzindo os riscos de queda durante o trajeto por amortizar impactos e oscilações provocadas por defeitos no pavimento e são de corrente alternada, um sistema elétrico considerado mais moderno que o de corrente contínua.
A própria Metra colocou em circulação recentemente 20 novos trólebus, de rede aérea, carroceria Caio Millennium BRT e chassi Mercedes-Benz O-500 UA, articulados, que foram bem recepcionados pelos passageiros, segundo a operadora do Corredor Metropolitano ABD.
Além de ar condicionado, monitor para o motorista acompanhar do painel a entrada e saída dos passageiros pelas portas cujas áreas contam com câmeras de segurança e iluminação de led, os novos trólebus possuem tomadas correspondentes a cada assento para os passageiros carregarem celulares, notebooks e outros aparelhos pessoais.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. prof pardal disse:

    Opiniao de leigo de um presidente despreparado que nao tem o que dizer e fica procurando pelo em ovo….Lamentavel…

  2. A parafernália exigida pelos trólebus também está presente em alguns países ricos do Mundo e em países pobres do Leste Europeu. O que enfeia mesmo as cidades NÃO são essa parafernália exigida na operação do trólebus e SIM as malditas pichações que emporcalham todos os cantos de SÃO PAULO, isso sim além de enfeiar a cidade deveria ser combatido como crime exigindo que tais infratores fossem penalizados com DOIS LONGOS ANOS de trabalhos forçados e limpando toda a cidade (inclusive nos locais NÃO pichados por eles) Quero ver essa lei um dia ainda em vigor no Brasil porém é uma pena que não temos deputados e senadores de v erdade para fazer leis duras e combater a criminalidade em todos os sentidos!

  3. Max Bruno disse:

    Uma sugestão, só fica cansativo toda hora quando aparece as siglas EMTU ou CPTM, você dizer o que elas significam, uma vez no texto é mais que suficiente, e acho ainda que todos já conhecem, obrigada.

  4. Eliana ap cordeiro disse:

    Parafernalia , lata velha e sulcata sao esses onibus intermunicipal do ABC. Porque ele nao vem da um role de manha aqui em Maua nos onibus da E.A.O.S.A, . Lixo de empresa.

  5. ACHO QUE O PRESIDENTE DA EMTU PERDEU UMA CHANCE DE FICAR CALADO…..

  6. jair disse:

    Adamo,

    Lamentavel que nossos dirigentes ainda não conseguem pensar grande. Vivem bitolados em números e aparências, deixando de viver a realidade do PLANETA ,das alterações ocorridas com a poluição e seus desmembramentos. Deixam de ver também o conforto dos passageiros.
    Isto continua incrivel

    abraços

  7. Gerson Carvalho disse:

    Amigos, boa noite!

    Primeiramente, peço-lhes perdão caso a minha opinião abaixo, desagrade algum de vocês, por ser contrária a dos comentários listados.

    Concordo com o Presidente da EMTU!

    Ai vocês me indagam: Como assim???

    Respondo-lhes… Sou a favor das energias renováveis, não poluentes e, claro, a prioridade dos corredores, acessibilidades, etc, mas… Realmente esta tecnologia dos fios, é obsoleta, pois, em relação aos E-Bus (Movidos à bateria elétrica ou os que utilizam tomadas para abastecimentos), pois:

    1 – Os veículos do tipo trólebus não são flexíveis, não realizam ultrapassagens com a mesma eficiência dos E-Bus.

    2 – Quase todos os dias… repito…. TODOS OS DIAS… Ocorrem avarias no traçado São Mateus X Jabaquara, devido as chuvas, falta de energia, falhas no sistema em geral, mesmo no traçado mais novo, que deveria ser mais eficiente.

    3 – Quando saem do corredor e juntam-se ao corredor misto (juntos com os demais carros) mudam de faixa inesperadament

  8. Gerson Carvalho disse:

    CONTINUANDO, PORQUE CLIQUEI NO ENVIAR SEM QUERER… COLOQUEI A MSG INTEIRA, MAS LEIAM A PARTIR DO TÓPICO 3! OBRIGADO!

    Amigos, boa noite!

    Primeiramente, peço-lhes perdão caso a minha opinião abaixo, desagrade algum de vocês, por ser contrária a dos comentários listados.

    Concordo com o Presidente da EMTU!

    Ai vocês me indagam: Como assim???

    Respondo-lhes… Sou a favor das energias renováveis, não poluentes e, claro, a prioridade dos corredores, acessibilidades, etc, mas… Realmente esta tecnologia dos fios, é obsoleta, pois, em relação aos E-Bus (Movidos à bateria elétrica ou os que utilizam tomadas para abastecimentos), pois:

    1 – Os veículos do tipo trólebus não são flexíveis, não realizam ultrapassagens com a mesma eficiência dos E-Bus.

    2 – Quase todos os dias… repito…. TODOS OS DIAS… Ocorrem avarias no traçado São Mateus X Jabaquara, devido as chuvas, falta de energia, falhas no sistema em geral, mesmo no traçado mais novo, que deveria ser mais eficiente.

    3 – Quando saem do corredor e juntam-se ao corredor misto (juntos com os demais carros) mudam de faixa inesperadamente e, nem todos os motoristas tem a noção de que eles precisam mudar de faixa e não estão “fechando o trânsito” …

    4 – Voltando ao trânsito misto. Quando cai a alavanca do trólebus e ele para, se os motoristas não ficarem atentos, podem colidir com um deles.

    5 – Os próprios motoristas dizem que os trólebus são mais cansativos para conduzirem e, quando a alavanca solta, haja braço para puxá-la de volta.

    6 – Acredito que os novos trolebus tenham esta autonomia, mas… quando falta energia no corredor, eles também param e nunca os vi andando neste percurso de 7km fora da fiação. Ou seja, do que adianta este recurso, se não é utilizado?

    Adamo, com todo respeito à sua reportagem, não vejo esta aceitação ser tão positiva por parte dos passageiros. Eles reconhecem a frota nova de BRT, bonita, com ar condicionado, mas ouço muito, principalmente no novo traçado: Quando não tinha os elétricos, não acontecia estas paradas por falta de energia…

    Já sobre os BRT Diesel, todos aprovam (embora poluam) pois pelo menos não travam no corredor… Mas claro, que investir em Diesel é ser mais ultrapassado ainda e contra ao meio ambiente.

    Não sou dono da verdade e nem especialista em transportes, mas o ideal é investirem neste E-BUS, pois se conseguiram fazer um, ypor que não 220?

    Custo alto? Sim… Mas e o retorno será grande também, pois as falhas por avarias cairiam muito, uma vez que eles serão abastecidos e no minimo, conseguiriam chegar aos seus respectivos pontos finais, caso aconteça alguma falha.

    Sim EMTU, tire os trólebus com fiação e dê subsidios às empresas para que coloquem 300, 400, 1000, 2000 EBus, que REALMENTE SÃO EFICIENTES E MODERNOS!

    Amigos, esta é minha opinião… Vamos discutir melhor…

    Abraços a todos!!!

    1. jair disse:

      Gerson e demais amigos

      Andei de trolebus desde os meus 13 anos com destino a escola (1960) usando a recem inaugurada linha 43 Alfredo Pujol, na época com trolebus ACF Brill.
      As ruas eram de paralelepípedos e ainda passavam, cruzando, sobre os trilhos da Estrada de Ferro Cantareira com destino ao Horto Florestal. Os solavancos eram fortes e raramente soltavam as alavancas.
      Posteriormente outros modelos de trolebus vieram e o conforto era o mesmo.
      Havia uma grande diferença na manutenção da rede, que era efetuada pela própria CMTC, com inspeções quinzenais por meio de um veículo mercedes L-312 com carroceria alta, onde os técnicos verificavam os fios e cabos.
      Em minha opinião, o que falta hoje ao segmento é qualidade de manutenção e treinamento dos motoristas. – naquele tempo não havia direção hidraulica ou eletrica e muito menos corredor ou faixa privativa para onibus.
      O modelo alemão Uerdigem vinha de fabrica com um motor auxiliar (gerador) volkswagen
      que foi retirado pela CMTC por falta de uso.
      Assim, em 1960 tinhamos uma enorme frota de trolebus em uso com excelente qualidade, que foi retirada de Circulação somente em 2004 pela Marta, e os trolebus que circulam atualmente são de fabricação recente, com todos os avanços tecnologicos aplicados, porém, com treinamento inadequado dos operadores e sem manutenção de rede.

      Apenas narrei o que vivi e ví.

      abraços

    2. alexandro disse:

      Bom dia Gerson, na matéria tem um trecho: “O trajeto de 11 quilômetros da linha é feito em cerca de 40 minutos por viagem.” Ou seja, 16km/h, é muito pára pára !

      Parada a cada 500m, tanto este corredor Diadema – Brooklin quanto no São Mateus – Jabaquara, eles devem rever seus planos …

      Depois que chegaram os novos trolebus articulados entre Ferrazópolis – Jabaquara, a viagem aumentou em 15min. Por causa do que você disse acima!

      Nos trechos sem corredor, os trolebus elétricos sempre são ultrapassados pelos a diesel!

      Sua opinião é bem clara, parabéns!

      1. Gerson Carvalho disse:

        Alexandro, agradeço-lhe pela resposta e comentário!

        Sobre os trajeto de 11 km ser feito em 40 minutos, deve-se ao grande número de semáforos e paradas existentes no trecho (mesmo sendo feito em corredor) e, devido ao corredor ser compartilhado com empresas gerenciadas pela SPTrans e por outra gerenciada pela EMTU (Mobibrasil).

        Acredite, estes 40 minutos estão dentro da normalidade, uma vez que de carro, gasta-se muito mais, dependendo do horário.

        Não adianta termos veículos não poluentes que mais atrapalham, do que auxiliam em si. A tecnologia esta aí, ao alcance sim dos empresários e Órgãos Gestores.

        Abraços Alexandro e demais leitores do Blog!

  9. Legal a matéria, fico feliz por ter usado uma foto minha para ilustra-la, (PS meu nome saiu errado nos créditos)

  10. Luiz Vilela disse:

    Joaquim Lopes foi infeliz, no comentário e na comparação.

    É bom que hoje em dia haja tecnologia de baterias e realimentação nas frenagens. Deve ser usado onde fará a diferença.

    Mas trólebus em corredores BRT, segregados e com poucas linhas, é ótima solução, que além de não poluir e ser silencioso, poderá ter operação com custo vantajoso.

  11. LEDRAJ SARCE DOPRA disse:

    Este veículo eletrico tomara que ele tenha uma vida longa igual o Trolebus.

  12. Davidson Souza disse:

    (publique esta e exclua a anterior por gentileza)
    Existe uma grande distância entre o que poderia ser feito e o que DEVE ser feito.

    Realmente o trólebus e ônibus eletricos são parafernálias visualmente notáveis e impopulares quando comparados aos motores à diesel (que aliás estão cada dia melhores – obrigado srsr).
    Seria interessante pesquisarmos sobre as cidades que usam trólebus, pois em algumas este tornou-se necessário por causa do clima e da umidade do ar, fora o fato da disponibilidade de energia. Tem lugares que trólebus não é uma simples paixão e sim NECESSIDADE. Nesses lugares o custo do trólebus é pequeno diante dos benefícios que a população precisa, e que um ônibus à diesel não poderia suprir.
    Agora, aquelas linhas minguadas em cidades ricas ou diversas…. pelo amor de Deus, né galera ?! Vamos parar de ser esmola-trólebus :P Lá o trólebus é só uma atração turística srsrsrssr

  13. Caro Adamo
    O comentário do Presidente da EMTU foi feito para qual órgão da imprensa?
    Qual é esta agencia de noticias EFE?

    Obrigado

    1. A EFE é uma das maiores agências internacionais. Possui braços em diversas regiões, inclusive na América Latina. A Rádio recebe seus serviços noticiosos

      O site brasileiro é:

      http://www.efe.com/efe/noticias/brasil/3

  14. professor pardal revoltado disse:

    MATÉRIA RESPOSTA A ESTA DECLARAÇÃO DO JOAQUIM LOPES.

    http://viatrolebus.com.br/2014/03/opiniao/

  15. Reportamo-nos sobre o pronunciamento do presidente da EMTU a respeito da estética da rede elétrica dos trólebus que nos causou certo desapontamento e surpresa.
    Os trólebus são veículos já consagrados no transporte urbano em São Paulo e no Grande ABC por serem veículos não poluentes, confortáveis e de alta performance. O Corredor Metropolitano da EMTU foi projetado especialmente para o uso de trólebus e possui características de segregação, tornando-o o mais eficaz corredor do Brasil pela sua simplicidade.

    A seguir apresentamos algumas evidências.

    A estrutura do Corredor está totalmente renovada.
    A EMTU investiu cerca de R$ 48 Milhões de recursos públicos, entre 2010 e 2013, na instalação da rede e subestações do trecho Piraporinha – Jabaquara e Repotencialização do trecho existente, Piraporinha – Ferrazópolis e São Mateus.
    Este último trecho foi concluído e entregue em dezembro de 2013 completando assim a atualização de toda a rede do Corredor Metropolitano, em uma extensão de 33 km de via segregada com rede dupla.
    A potencia instalada total das 39 subestações implantadas é de 34.600 kw que pode alimentar uma frota operativa de 180 trólebus articulados modernos com ar condicionado. Hoje só operam cerca de 70 trólebus, dos quais 20 são articulados.
    A partir deste ponto a EMTU deverá rever o contrato de concessão com a Metra visando ao aumento da frota de trólebus em lugar dos ônibus diesel em operação, de acordo com as cláusulas de contrato que estipula a operação de 100% trólebus, cujos custos de fornecimento da energia elétrica são totalmente pagos pela EMTU/Estado.

    Há três pendências importantes ainda não licitadas, as quais deverão ser, logicamente, os próximos passos a serem tomados pela EMTU após todos os investimentos já empregados no corredor recentemente.
    • A instalação do Centro de Operação e Manutenção, que supervisiona toda a operação dos circuitos das subestações de forma totalmente remota,
    • A contratação de empresa para executar a operação e manutenção das subestações e de toda a rede elétrica e
    • A renovação da rede de contato original entre Piraporinha e São Mateus.

    A descontinuidade deste empreendimento nos remete a outras ações do passado, tomadas por outros políticos imediatistas, que decretaram o fim do Sistema de Bondes em São Paulo em 1968 e na redução de 50% do Sistema de Trólebus em 2002. Será muito incoerente vermos a história se repetir.

    O comentário sobre a estética da rede é totalmente infundado e infeliz.
    A rede no corredor é bastante discreta, pois, a faixa do corredor possui postes de aço modernos especiais com a função de suportar a rede de trólebus e para iluminação pública, evitando assim a existência de muitos postes.
    A rede dupla não causa impacto visual significativo, pois está restrita ao próprio corredor, não interferindo com as demais vias.
    Nos trechos compartilhados com o tráfego normal, nas áreas centrais de Diadema, de São Bernardo e de Santo André a rede é instalada nas vias normais, mas, não causa grande impacto visual.
    Os pontos onde a rede é mais complexa, com desvios e cruzamentos, se restringem aos terminais, que são áreas internas do corredor, não comprometendo a estética das ruas adjacentes.
    Entretanto, o apelo se referindo à estética não pode ter nenhum peso quando comparamos a qualidade da tração elétrica com outras modalidades de ônibus. A tração elétrica é extremamente eficiente e totalmente não poluente.

    O uso do ônibus a baterias está sendo avaliado agora, sem nenhum parâmetro histórico de sua eficiência.
    Já o trólebus atual, cuja tecnologia é consagrada há mais de 60 anos, tem recebido inovações importantes como o motor de tração de corrente alternada e equipamento de propulsão IGBT, extremamente baratos e simples. Estas inovações proporcionaram a diminuição significativa dos preços de aquisição e de manutenção.
    Com essas inovações no equipamento de tração foi possível a utilização de eixos de tração convencionais, empregados em ônibus diesel articulados, eliminando a necessidade do uso de eixos feitos por encomenda, como era no passado.
    Todas estas melhorias fazem o trólebus, hoje, ser uma ótima opção para o transporte urbano.
    No caso especifico do Corredor Metropolitano, onde o poder publico implantou toda a infraestrutura e arca com as despesas do consumo de energia, o uso dos trólebus é imperativo.

    Por que ocorrem as paralisações na operação?

    O incremento da potencia instalada no corredor tem a função de assegurar a operação da rede de trólebus de forma eficiente.
    Com a distância média entre subestações da ordem de 1 km, fica assegurada a alimentação dos circuitos, quando uma das subestações sai fora do sistema. Nesta situação, as subestações adjacentes suprem a demanda de energia da subestação desligada. Cada subestação pode operar com 150% de sua capacidade por um período de duas horas consecutivas.
    Se, atualmente, há paralisações na operação por falta de energia, é porque a supervisão da operação, através do Centro de Operações, não está implantada.
    As manobras dos circuitos deveriam ser feitas automaticamente, através do Centro de Operações. Como não existe este centro, as subestações são operadas manualmente e dependerá do deslocamento do agente de operação, encarregado da operação do corredor. Ou seja, uma situação extremamente precária.
    Hoje a manutenção e operação da infraestrutura esta sendo executada pela própria Metra, porém, com um contrato muito restrito e inadequado.

    Conclusões:
    1- A estética ou não da presença da rede aérea para a operação dos trólebus não podem ser consideradas quando se avalia a eficiência da tração elétrica.
    2- A EMTU deverá publicar, urgentemente, os editais para a implantação do Centro de Controle, contratação de empresa para a manutenção e operação da infraestrutura elétrica e adequação do contrato de concessão para o incremento da frota de trólebus.
    3- Em face de todos os investimentos recentes, empregados no Corredor Metropolitano de Trólebus, a frota de trólebus terá que ser bastante incrementada para cumprir as cláusulas do contrato de concessão vigente.
    4- Algumas inovações nos trólebus, como o uso de baterias de menor porte para assegurar a operação normal em trajetos de 3 a 5 km, desconectados da rede, poderão atenuar os eventuais problemas de falta de energia ou falhas na rede.
    5- O uso de uma frota de trólebus dotada de baterias poderá permitir a eliminação dos trechos da rede aérea nos trechos compartilhados, nas áreas centrais dos municípios e simplificação da configuração da rede nos terminais, diminuindo assim o número de ocorrências de falhas na rede.

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