Os ônibus no Brasil são realmente seguros?

ônibus

Ônibus prefixo 6002 da Penha. Veículo ficou destruído após cair em uma ribanceira às margens da rodovia Régis Bittencourt, em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo. Acidente levantou uma série de questões, como a segurança e a resistência dos modelos de ônibus fabricados no País.

Os ônibus no Brasil realmente são seguros?
Especialistas dizem que veículos poderiam ser mais resistentes. Indústria afirma que padrões de qualidade estão entre os melhores do mundo
ADAMO BAZANI – CBN
O acidente com o ônibus de dois andares da Empresa Nossa Senhora da Penha, na madrugada do último domingo, na rodovia Régis Bittencourt, em São Lourenço da Serra, levantou mais uma vez várias questões relativas à segurança dos transportes rodoviários.
Entre os aspectos que entraram para as discussões é relacionado ao padrão e à qualidade dos ônibus no Brasil.
Conforto e design, os veículos possuem. Mas será que os ônibus no Brasil são realmente seguros?. E sobre os modelos Double Decker, os acidentes com estes ônibus acabam tendo resultados mais graves?
As perguntas foi feita por especialistas como da Abramet – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego .
O que chamou a atenção é que o segundo andar do ônibus modelo Marcopolo Paradiso 1800 DD, da Geração Seis, foi completamente esmagada.
A maior parte das 15 pessoas que morreram estava no segundo andar.
Os peritos que estiveram no local também foram surpreendidos pelo estado que ficou o piso superior do ônibus.
A própria Abramet, além de outras associações, defende a realização de mais estudos para que os ônibus sejam leves, o que resulta em menos gastos operacionais e de manutenção, além de respeitarem a lei da balança, mas que sejam também mais fortes que atualmente.
Às vezes numa colisão contra um veículo de menor porte, o ônibus hoje em dia fica bastante danificado.
O diretor de engenharia da Marcopolo, Edson Maineiri, disse ao jornalista Thiago Barbosa, no CBN São Paulo, que os ônibus brasileiros seguem padrões internacionais quanto a resistência, tombamento e inclinação. A inclinação permitida tem de ser de 28 por cento e os modelos da empresa podem suportar inclinação de até 30 por cento.
Segundo ele, com o passar do tempo, a indústria estuda o uso de materiais para aumentar a resistência dos ônibus.
“Todo mundo usa este tipo de veículo Double Decker. Só nas Américas são cerca de dez mil ônibus de dois andares. Na Europa o uso é bastante amplo. São modelos seguros sim, caso contrário a utilização não seria comum. Mas no caso, o ônibus tem uma massa e um peso muito grandes. Num acidente como o da Régis, por mais que o veículo tenha resistência, não tem como evitar este tipo de dano. O ônibus vai ficar bastante danificado mesmo” – disse o engenheiro da Marcopolo
Confira a entrevista:
http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-sao-paulo/2013/12/24/ONIBUS-DE-DOIS-ANDARES-SAO-CONSTRUIDOS-SOB-NORMAS-DE-SEGURANCA-INTERNACIONAIS.htm

A Marcopolo complementa as informações do diretor de engenharia com uma nota:

A Marcopolo se solidariza com todos os familiares e amigos das vítimas do recente acidente ocorrido com um ônibus Double Decker. Como líder nacional na fabricação desse tipo de veículo, a empresa se sente na obrigação de esclarecer que:

– As carrocerias dos ônibus Double Decker são construídas obedecendo aos mais rigorosos padrão de resistência, segurança e confiabilidade, segundo regulamento internacional e equiparável aos padrões europeu e americano, os mais avançados e rigorosos do mundo;

– O modelo Double Decker da Marcopolo passa por testes de resistência estrutural e de capotamento, sendo aprovado por todos os órgãos nacionais. O veículos inclusive excedem as especificações nacionais com relação a tombamento e rigidez estrutural; Por ser um dos modelos mais exportados, os ônibus também são construídos obedecendo as normas internacionais;

– A Marcopolo mantém uma equipe de engenheiros que continuamente trabalha na pesquisa e no desenvolvimento de novos componentes e concepção estrutural das carrocerias para garantir, cada vez mais, que os veículos ofereçam os mais elevados níveis de conforto, segurança e robustez.

Mais uma vez, a companhia lamenta a inestivável e insubstituível perda de cada uma das famílias às vésperas do Natal, momento que deveria ser de comemoração e confraternização. E ratifica o seu compromisso em desenvolver e fabricar veículos cada vez mais seguros e que obedecem aos mais rigorosos padrões internacionais.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    Testes sempre serao testes, a realidade e outra.

    A eliminacao das molduras das janelas, a grande area envidracada na frente , o uso da fibra de vidro, e obvio que deixam as carrocerias mais fragilizadas.

    Depois um tombaco na Regis de 10 metros de altura desgovernado tambem e obvio que os danos serao grandes.

    Mas nada que uns reforcos a 45 graus na parte superior vao melhorar a resistencia e aumentar os custos, e obvio tambem.

    Lembrando que a Regis nao e indicada para o trafego de DD, quem ja rodou por la sabe como e o rally dos brutos e as curvas.

    Eu ja vi ao vivo e a cores, 3 brutos subindo e ultrapassando na serra de Registro todos juntos, se alguem tivesse descendo so sobrou o acostamento e olhe la.

    Att,

    Paulo Gil

  2. Roger disse:

    “São modelos seguros sim, caso contrário a utilização não seria comum”, oras, a exemplo de modelos de automóveis brasileiros que são considerados inseguros perante países de 1º mundo (inúmeros testes comprovam), os ônibus seguem esta ordem pois todos sabem que a legislação brasileira é branda, caminha a passos de tartaruga e as empresas obviamente compram aquilo que o mercado vende, no caso dos DDs são veículos lucrativos pois transportam mais pessoas numa única viagem mas, será que são seguros na mesma proporção ??? O último acidente com o Penha deixa grandes dúvidas.

    1. Duart disse:

      Eu não concordo com o colega dizer que os ônibus de 2 andares são tão É só observar a .maioria dos acidentes e observar a estrutura superior ,o teto desintegra por completo,achata tudo, não adianta está de cinto segurança, estará esmagadoembaixo das ferragens.a estrutura não suporta o próprio peso do ônibus. Toda a estrutura superior são de perfis de alumínio ,frageis como um papelão e plásticos. É um absurdo que nossas autoridades não exergão isso.E com isso vidas e vidas vão se cefando nos acidentes.

      1. Alexandre de Oliveira Pereira disse:

        Esses ônibus de hoje são mais feito de plástico teto frente traseira são muito sensíveis e coisa sensível pra mim não serve pra nada eu ja vi cada acidente com esses ônibus de hoje parece que ônibus bateu a 150km por hora fabricam ônibus mais forte e resistentes a resistência é que interessa não a economia de dinheiro ficam colocando esse Monte plástico só pra economizar plástico que quer dizer fibra não tem resistência nenhuma tem que pensar mais com a cabeça né seu incompetente

    2. Duart disse:

      Eu não concordo com o colega dizer que os ônibus de 2 andares são tão segurosÉ só observar a .maioria dos acidentes e observar a estrutura superior ,o teto desintegra por completo,achata tudo, não adianta está de cinto segurança, estará esmagado embaixo das ferragens.a estrutura não suporta o próprio peso do ônibus. Toda a estrutura superior são de perfis de alumínio ,frageis como um papelão e plásticos. É um absurdo que nossas autoridades não exergão isso.E com om isso vidas e vidas vão se ceifando nos acidentes. São bonitos por fora e frageis por construção.

    3. Duart disse:

      Eu não concordo com o colega dizer que os ônibus de 2 andares são tão segurosÉ só observar a .maioria dos acidentes e observar a estrutura superior ,o teto desintegra por completo,achata tudo, não adianta está de cinto segurança, estará esmagado embaixo das ferragens.a estrutura não suporta o próprio peso do ônibus. Toda a estrutura superior são de perfis de alumínio ,frageis como um papelão e plásticos. É um absurdo que nossas autoridades não exergão isso.E com om isso vidas e vidas vão se ceifando nos acidentes. São bonitos por fora e frageis por construção.Um hospital ambulante que os passageiros são pacientes assistidos na UTI desassistidas.

  3. Ismael Junior disse:

    E não são só os ônibus, os automóveis também. A impressão que se tem hoje é que as carrocerias atuais são feitas de plástico se comparadas as dos veículos do passado. Mesma coisa: Se um Linea colidir com um Opala, quem sairá com o dano maior?

    1. Amauri Junior disse:

      Colega, os veículos hoje tem lataria mais frageis sim, porém há o que chamam de célula de sobrevivência, que é uma estrutura reforçada na parte do habitáculo, deste modo há mais chances do ocupante do Linea sair menos machucado do que o do Opala, apesaar de ter danos menores.

      1. ronaldo marcio disse:

        Será que é isso mesmo ou é o que querem nos fazer acreditar??? Já viste o que sobra de um Línea ou qualquer outro carro moderno após uma colisão forte? Simplesmente não há como retirar o ocupante das ferragens, se as estruturas frontais e traseiras são mais macias para absorver choques o que é óbvio, as cabines deveriam ser mais reforçadas e não o são, as colunas simplesmente se entortam ou afundam.

  4. Oswaldo Machado disse:

    Os produtos da Marcopolo são tão “bons” que a linha fabricada em Portugal era diferente da linha brasileira.
    Se pensarmos mais, a Marcopolo vende carrocerias para os EUA ou Europa?
    Com certeza o nível de exigencia nestes mercados é outro, vide a matéria de exportação do Caio Giro postada nesse site sobre as vendas desta carroceria nos EUA

  5. Wallace disse:

    Padrões de qualidade melhores do Mundo….. No Brasil a gente sabe o que significa…. Só esqueceram ou omitiram que, tal qual os “automóveis” os daqui sãos uns e os de lá são outros né? Querem enganar quem?
    Eu não ando de DD, que no meu conceito deveria ser DP ” Dupla Porcaria”, e nem precisa falar muito, anda nessa droga de G7 que vais descobrir a qualidade internacional. Deveriam aplicar os testes do Latin Ncap, nesses padrões de qualidade internacional. pode apostar em surpresas e tristezas…. O DD é bom e seguro, a culpa é dos passageiros que andam nisso por livre e espontânea vontade….. É isso.

    1. Eduardo Chaves disse:

      Disse tudo… Wallace,até que acredito que produzam produtos de qualidade; mas não para o mercado Intenrno.

  6. Eduardo Chaves disse:

    Perdão digo Mercado (
    Interno)

  7. alexandro disse:

    Parabenizo o Adamo por esta matéria, eu o vi na televisão, entrevistando alguém, tava lá na origem da notícia!
    Ando de DD, é muito boa a sensação quando você está lá na frente no 2° andar, a visão é bem ampla.
    Oxalá que isto não ocorra mais!

  8. Mario Custódio disse:

    Boa noite ADAMO
    É só ver uma das fotos que foi publicada no G1. A parte de cima do ônibus amassou em oblíquo como se fosse uma lata de alumínio. Se os 4 apoios laterais (um em cada extremo do veículo) tivessem resistido e não tivessem vergado haveria feridos, mas decerto muito menos mortos, talvez nenhum. Outra situação que chama a atenção é o uso do cinto de segurança nos ônibus. Pouquíssimos usam (eu uso). Isso também ajudaria na situação.
    Parabéns mais uma vez pelas excelentes reportagens no ramo de transportes.
    Abraços,
    MARIO CUSTÓDIO

  9. norpoll disse:

    Este ano vi diversos acidentes de Double Decker pelo Brasil e todos eles tiveram destruio total do piso superior, e obvio que a Marcopolo vai defender seu produto, sem desrespeitar essa conceituada fabricante hoje internacional de veculos, que e a melhor do Brasil, mas como tambem acontece com a aviao a Boeing e a Airbus defendem seus produtos, mas nestes casos existem legislaes mais rgidas nos USA e Europa ocidental que impem novas regras de segurana e fabricao as estas empresas. Infelizmente para os fabricantes de nibus os parmetros de segurana a fabricaao so insuficientes principalmente no Brasil, assim cada empresa faz seus testes mas sera que os nibus so realmente seguros ? Acredito que o governo deveria impor normas rgidas e mais modernas no quesito segurana X fabricao e principalmente fiscalizar pois o que vemos hoje so acidentes fatais, que talvez com um simples “Santo Antnio” poderiam ser evitados, no sou engenheiro mas a prpria Marcopolo admite que num tombamento destes o teto afunda, porem o resto do nibus ficou inteiro, sera que tambemnao da para reforar a parte superior ou isso encarece o nibus, alm de aumentar o peso e consequentemente torna-lo mais lento e gastao ?

  10. Paulo Gil disse:

    Norpoll, bom dia.

    Pode ter certeza que depois desse acidente os DD’s serao reforcados e obviamente seus custos tambem.

    As fotos foram muito emblematicas e qualquer terraqueo que as viu pensou a mesma coisa, “nossa afundou todo o teto e embaixo nao fez nada”.

    Pra mim fica obvio que irao melhorar e ate a Marcopolo deve ter se espantado, pois como eu disse
    No meu comentario anterior, testes sempre serao testes e a realidade e outra.

    Como diria um professor que eu conheci:

    “A MALAS QUE VAO PARA BELEM”

    Abcs,

    Paulo Gil

  11. Claudio Boff disse:

    As suspeitas sobre a fragilidade da estrutura procede, mesmo que os testes e homologaes tenham sido feitos para atender as Normas ECE-R66 e Contran 316/09. O salo superior do carro no poderia sofres deformaes to acentuadas.

    Para ilustrar como feito o teste e o resultado para aprovao, anexo um vdeo de 3 segundos. Aps o tombamento a estrutura ficou praticamente estavel.

  12. ronaldo marcio disse:

    Conheço uma pessoa que estava nesse ônibus da Penha no acidente da Régis. Ela disse que minutos antes o motorista havia parado o ônibus e desceu do veículo para espantar a sonolência, provavelmente. Logo depois passou reto, simplesmente não fez a curva, não freou, nada, só passou reto. Devia estar dormindo. Só havia um motorista no veículo e ele não estava em condições de dirigir. Viajar à noite no Brasil é uma roleta russa, quando o motorista não dorme tem sempre um caminhoneiro (que não foi o caso aqui) que dorme e te bate de frente.

  13. jose carlos disse:

    carrocerias de onibus,tem q ser mais resistentes. por outro lado parecem de isopor,qualquer coisinha desmancha tudo. querem deixar o veiculo cada vez mais leve ,que com certeza é para economisar.e a resistencia do mesmo como é que fica?.concordo em deixar o veiculo mais leve,mas nem tanto,rsrs.essa engenharia precisa ser revista.

  14. Helcio Novaes disse:

    Passado muito tempo dos acidente, ainda não confio na segurança estrutural de um Double Deck ou mesmo de um convencional. Sempre vemos após acidentes que as estruturas são rasgadas e quebradas deixando vulneráveis os passageiros. Se já são construídos motores mias potentes, mais eficientes, mais econômicos, assim como temos tecnologias eficientes para freios e estabilidade, porque arriscar e fragilizar a estrutura? Talvez por isso existem muitas pessoas que preferem o avião, mesmo sendo mias caro. Espero que os fabricantes evoluam nessa área.

  15. Igor disse:

    Não é só quando o ônibus capota que a realidade mostra que são inseguros. Quando há um tombamento” onibus vira lateralmente” sempre morre ao pessomenos uma e outras ficam gravemente feridas. Eu ao andar nesses ônibus modernos tenho observado que as grandes janelas expõem o corpo dos passageiros, fazendo com que em um tombamento a pessoa tenha seu corpo arrastado ao solo. É um absurdo isso.

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