Ônibus no ABC “abocanham” uma passagem por semana do trabalhador

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Empresas de ônibus do ABC “abocanham” centavos a mais dos passageiros cobrando tarifas antigas mais caras em vez de as reduções que entraram em vigor neste primeiro de julho. Gerenciadoras dizem que o motivo e que são cobrados créditos de passagens e não valores. Foto – Adamo Bazani.

Ônibus do ABC “abocanham” uma viagem a mais do trabalhador por semana
SATrans diz que os cartões possuem créditos de viagem e não valores em dinheiro. O mesmo ocorre em Mauá, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo. Em São Paulo, redução foi real e passageiro paga valor atual, independentemente da data da compra da passagem
ADAMO BAZANI – CBN
Nem todos os passageiros de ônibus do ABC Paulista começaram a pagar R$ 3,00 neste dia 1º de julho, quando foram reduzidas as tarifas de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e Ribeirão Pires. A redução para R$ 3,00 em Mauá ocorreu no dia 25 de junho.
Quem possui VT – Vale Transporte ainda está pagando R$ 3,20 ou mesmo R$ 3,30, conforme constatou a reportagem do Blog Ponto de Ônibus que viajou em diversas linhas de ônibus da região nesta segunda-feira.
Os valores são referentes a quando custavam as passagens no momento que elas foram compradas.
Perguntado sobre a diferença, um cobrador da linha T 15 (Hospital Mário Covas- Bairro Paraíso / Estação Santo André), da Viação Guaianazes, não soube explicar aos passageiros o que estava ocorrendo.
O diretor da SATrans, Santo André Transportes, Leandro Petrin, diz que o que as empresas empregadoras e os passageiros adquirem são viagens e não valores em dinheiro.
“Tem de haver um equilíbrio na remuneração das empresas. As empresas foram remuneradas por aquele valor no momento da compra da passagem. É que a redução das passagens é um fato novo, por isso muitos estranham. Quando as pessoas ou as empresas empregadoras compraram as passagens antes do aumento do início do ano, mesmo depois do reajuste, eram descontados os valores antigos. Assim, ainda temos gente no sistema pagando R$ 2,90 e até R$ 2,65, referentes aos valores antes do último reajuste para R$ 3,30” – explicou Petrin.
Se os R$ 0,30 de diferença entre o valor do reajuste do início do ano e os atuais R$ 3,00 fossem transformados em crédito, o passageiro ganharia uma viagem por semana, levando em conta que um usuário pega no mínimo dez vezes por semana o ônibus para trabalhar: cinco viagens de ida e cinco viagens de volta. Dez vezes a diferença de R$ 0,30 dariam exatamente os R$ 3,00 da unidade.
O mesmo ocorre na cidade de Mauá, na Grande São Paulo, desde 25 de junho, quando a tarifa baixou para R$ 3,00. Muitos passageiros da Viação Cidade de Mauá (lote 01) e da Leblon Transporte de Passageiros (lote 02) ainda estão pagando com o Vale Transporte Cartão Da Hora ou Passe Comum Cartão Da Hora R$ 3,30 ou R$ 3,20. No sistema da cidade, diferentemente de Santo André, as empresas não devem ser remuneradas no momento da venda da passagem e sim a cada vez que o passageiro passa pelas catracas do Terminal Central de Mauá, Terminal do Itapeva e Terminal Zaíra.

SÃO PAULO É DIFERENTE:
Na Capital Paulista, o sistema é diferente do ABC.
Após Fernando Haddad ter reduzido as tarifas de R$ 3,20 para R$ 3,00 no último dia 24 de junho, todos os passageiros começaram a pagar R$ 3,00, mesmo se tinham adquirido os créditos a R$ 3,20. As empresas de ônibus tiveram de atualizar os validadores das catracas.
Tanto é que no dia 24, a SPTrans reteve 14 ônibus da Oak Tree, empresa que serve parte da zona Oeste da Capital, porque a viação não tinha atualizado os equipamentos e ainda cobrava R$ 3,20.
Profissionais do setor ouvidos pela reportagem dizem que tecnicamente é possível atualizar os validadores do ABC para que sejam cobrados os atuais valores, mas que a decisão depende dos acordos entre empresas de ônibus e prefeituras.

RESPOSTA

A Vipe – Viação Padre Eustáqio repondeu à reportagem e disse que em São Caetano do Sul, o desconto no vale-transporte é de R$ 3,00, diferentemente do que ocorre em Santo André:

“A VIPE gostaria de esclarecer que na cidade São Caetano do Sul os cartões não são recarregados por créditos, mas sim por valor em dinheiro. Desta forma, o trabalhador tem desconto do valor da tarifa atual de R$ 3,00, e não de R$3,30 conforme veiculado.Assim, não existe nenhum prejuízo ao cliente.”

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Como diz o irmão de um amigo meu:

    ” QUER ME ENGANAR, ME DÁ OURO”

    È BOM LER DE NOVO”

    DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Código Penal.

    Segue o link para facilitar.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm

    Att,

    Paulo Gil

  2. Josue Marcio Lopes disse:

    Quer dizer que em Sao Paulo quando baixa a tarifa, o trabalhador e beneficiado. No ABC e enganado!.
    Claro que da para cobrar os R$ 3, 00 do Vale Transporte. Mas se cobram R$ 3,30 depois de desoneracoes e mais subsidios, e porque ta levando a mais Transportes no ABC e sinonimo de coronelismo.

  3. GERSON disse:

    Isto sem falar que a tarifa, esta 3,30 à tempos…( se não me engano, no primeiro trimestre…)

  4. Sergio Santo André disse:

    Puxa vida, é que a “AETC/ABC” não consegue se atualizar técnicamente, por isso ocorre esse fato. Uma pena um sistema que não se atualiza a uns 15 anos mais ou menos. Deve ser a falta de tempo….

  5. Sergio Santo André disse:

    …ou seria a falta de vergonha na cara ????

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