PAC: Que a mobilidade seja prioridade depois da Copa também

Dilma Rousseff

Presidente Dilma Rousseff anuncia R$ 32 bilhões para a área de mobilidade urbana no PAC 2, que contempla 18 estados e 51 cidades. Obras prioritárias são corredores de ônibus e metrô. Ela citou o maior engajamento do Governo Federal nos transportes públicos, algo que era apenas assumido por estados e municípios. Os cidadãos e o setor de transportes esperam é que este envolvimento continue depois da Copa do Mundo.

Metrô e corredores de ônibus são prioridades nas obras do PAC da Mobilidade
Presidente Dilma Rousseff fez o anúncio da nova fase do Programa nesta terça-feira que libera R$ 32 bilhões em financiamentos para os transportes públicos
ADAMO BAZANI – CBN
Um envolvimento maior do Governo Federal com as questões relacionadas com os transportes públicos.
Este foi um dos assuntos abordados pela presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira, dia 24 de abril de 2012, no anúncio oficial da liberação dos financiamentos da nova fase do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento Grandes Cidades, em evento no Palácio do Alvorada.
Entre verbas do Governo Federal e a contrapartida dos estados serão R$ 32 bilhões para projetos voltados à mobilidade em 51 cidades de 18 estados, que devem beneficiar de forma direta, 53 milhões de pessoas.
A maior participação do poder federal no setor de transportes públicos, que antes era empurrado goela abaixo só dos estados e municípios, começou a existir de fato com o anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
Foi por meio destes eventos internacionais que o poder público federal se deu conta do que os passageiros e cidadãos sabiam faz tempo: os transportes públicos estão em um atraso, com poucas exceções, que trava o desenvolvimento de cada cidade e de uma forma geral de todo o País. Afinal, o País é formado por cidades e por pessoas e não por uma máquina pública e uma burocracia nem sempre voltada às necessidades da maioria da população, inclusive de quem precisa de transportes coletivos.
Primeiro veio o PAC que contemplou as cidades-sede da Copa. Depois ele foi estendido para outros municípios, todos com mais de 700 mil habitantes, mesmo os que não vão sediar os jogos.
O setor de transportes e os cidadãos esperam agora que esse envolvimento maior pregado por Dilma Rousseff do Governo Federal no dia a dia das pessoas que precisam ir e vir com dignidade e rapidez não termine depois do apito final do último jogo do mundial.
Passada a Copa, novos PACs (ou seja o nome que for dado) que surjam. Caso contrário, a Aceleração do Crescimento vai ser ultrapassada pelas necessidades dos estados e municípios que se tornam diferentes e evoluem com o passar do tempo e que não param nunca.
O pacote contempla obras que incluem 600 quilômetros de corredores de ônibus, 380 estações e terminais e 200 quilômetros de metrô, além de 1060 veículos de transporte ferroviário.
A reportagem fez um levantamento das principais obras que devem ser realizadas com os recursos anunciados neste dia 24 de abril:
PORTO ALEGRE:
Investimento de R$ 1 bilhão em linha de metrô. A obra total vai custar R$ 2,4 bilhões.
RECIFE:
R$ 1,8 bilhão em corredores de transporte público
DISTRITO DEFERAL:
Vai contar com R$ 2,2 bilhões. Entre as obras estão a expansão do Metrô, o sistema de transporte do Eixo Sul, ligando o Gama e Santa Maria ao Plano Piloto pelo Expresso do DF e o sistema do Eixo Oeste, que liga a EPTG ao Centro de Taguatinga e o SIA ao Terminal Asa Sul e à Rodoviária do Plano Piloto.
CURITIBA:
O Metrô de Curitiba, que deve custar R$ 2,33 bilhões, vai contar com R$ 1 bi das verbas anunciadas por Dilma Rousseff. A chamada linha Azul terá 14,2 quilômetros de extensão ligando a CIC – Cidade Industrial de Curitiba até Rua Flores. A previsão é de quatro anos para ficar pronto. O metrô vai se integrar com a rede de corredores de ônibus do tipo BRT (Bus Rapid Transit) que fizeram de Curitiba destaque mundial de mobilidade.
FORTALEZA:
O Governo Federal vai liberar R$ 2,3 bilhões para obras de transportes, sendo R$ 1,1 bilhão pelo Orçamento Geral da União e R$ 1,2 bilhão pela Caixa Econômica Federal. O metrô de Fortaleza com linhas oeste (Fortaleza/Caucaia), Sul (Fortaleza/Vila das Flores) e a linhas leste (Fortaleza/leste da cidade) e o VLT ramal Mucuripe/Parangaba serão as obras mais caras da região.
MANAUS:
A principal obra de mobilidade contemplada pelo PAC é o corredor exclusivo de 11,2 quilômetros de extensão que vai interligar as avenidas Governador José Lindoso (avenida das Torres) e Timbiras e a rodovia AM-010. O custo da obra será de R$ 237 milhões, sendo R$ 177 milhões de repasse do Orçamento Geral da União como fundo perdido.
SALVADOR:
O Metrô deve custar R$ 3 bilhões. sendo R$ 1 bilhão de participação do Governo Federal.
BELO HORIZONTE:
O custo do Metrô de Belo Horizonte será de R$ 2,9 bilhões, sendo R$ 1 bilhão de financiamento federal.
SÃO PAULO:
A obra citada foi o monotrilho que vai ligar as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo que contará com R$ 2,8 bilhões. Também serão contemplados, por exemplo, obras para corredor de ônibus do bairro do Capão Redondo até a Vila Sônia, na cidade de São Paulo, e para o programa de mobilidade urbana de Guarulhos.
JOÃO PESSOA:
Vai contar com R$ 280 milhões do PAC. Entre as obras previstas estão o VLT Metropolitano de João Pessoa e o sistema de BRT, corredores de ônibus, que vai do bairro de Cruz das Armas às Avenidas D. Pedro II e I, incluindo um corredor exclusivo da Epitácio Pessoa ao Terminal de Integração no Centro.
CAMPO GRANDE:
Vai contar com R$ 180 milhões do PAC. O Projeto de Mobilidade Urbana contempla a construção de quatro novos terminais de transbordo; 41 terminais de embarque pré-pago; abertura de 58,7 quilômetros de corredores exclusivos de transporte, 500 abrigos de ônibus, além da construção de um viaduto (na rotatória das avenidas Olavo Vilela Andrade e Gury Marques) e intervenções viárias em três cruzamentos
Além dos ganhos econômicos nas cidades contempladas, o Governo Federal frisou os benefícios ambientais que os transportes públicos oferecem ao reduzirem o número de carros nas ruas, os principais responsáveis pela poluição do ar nas grandes e médias cidades.
A presidente Dilma Rousseff destacou a importância de cidades sustentáveis e a cúpula internacional do meio ambiente Rio + 20, que vai ser realizada em junho no Rio de Janeiro.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Renato disse:

    O governo federal não vai custear os R$ 2,8 bilhões do monotrilho do ABC sozinho não. Que eu sei, será apenas 400 milhões de verbas diretas e 500 milhões de financiamento da caixa. O resto será custeado pelo Estado de SP, que irá recorrer a PPP. Engraçado como SP que mais tem problemas de mobilidade, recebe menos verbas do GF. Será que se fosse o mesmo partido governando o estado ou a prefeitura, o GF iria repassar tão pouco dinheiro assim?

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