B 270 F impulsiona vendas de ônibus da Volvo

ônibus

A Volvo apostou e acertou ao entrar no segmento de ônibus com motores dianteiros, do ponto de vista comercial. Por mais que possam ter havido avanços nas cidades, com corredores de ônibus, e nas estradas, com a recuperação de rodovias, ainda as condições viárias brasileiras exigem veículos mais resistentes, mais robustos. Além disso, os ônibus com motor dianteiro têm manutenção mais simples e barata. Por estes e outros motivos são os preferidos ainda dos empresários. Ao ingressar no segmento, a Volvo viu o número global de vendas de ônibus da marca crescer. Uma das maiores revendedoras da Volvo no País, a Auto Sueco São Paulo, registrou crescimento de quase 50% na comercialização de ônibus no ano de 2011 em comparação a 2010. Segundo a concessionária, o modelo B 270 F, de motor dianteiro, foi um dos maiores responsáveis pelo resultado positivo. Foto: Divulgação.

Concessionária da Volvo registra crescimento de quase 50% no nas vendas de ônibus em São Paulo
Destaque foi para o modelo B 270 F, com motor dianteiro. No total, autorizada AutoSueco contou com crescimento de 17% no volume de negócios em 2011 na comparação com 2010

ADAMO BAZANI – CBN

Quando a Volvo entrou no segmento de ônibus com motor dianteiro fez uma aposta: o crescimento na participação global no mercado com o volume maior de vendas de um tipo de motorização que é uma das mais procuradas pelos frotistas.
E a aposta deu certo.
O modelo B 270 F, de 270 cavalos, usado para ônibus rodoviários de curtas e médias distâncias, de fretamento e urbanos alavancou as vendas de diversas concessionárias da marca.
Foi o que ocorreu com a Auto Sueco de São Paulo.
A unidade registrou aumento de 48,5% nas vendas de ônibus em 2011 na comparação com 2010. E de acordo com comunicado da empresa, o modelo B 270 F foi um dos responsáveis pelo número expressivo.
Apesar dos investimentos em melhorias tanto em corredores de ônibus e estradas, as condições viárias no País ainda exigem a utilização de veículos mais robustos, um dos motivos que explica a opção pelos ônibus de motor dianteiro.
Além disso, a manutenção deste tipo de ônibus é mais barata e simples.
A Auto Sueco também realizou a comercialização de outros tipos de ônibus da Volvo, como os rodoviários de motor traseiro e urbanos de motor central, mas a procura pelo frontal foi o destaque.
A concessionária registrou crescimento de 17% em um ano no volume total de negócios, que inclui peças, serviços, pós venda e comercialização de caminhões e ônibus.
O crescimento da venda de caminhões da Auto Sueco de São Paulo em 2011, comparando com 2010, foi de 24,2%.
No caso dos veículos de carga, o destaque foi a linha de caminhões médios VM. Os modelos são usados em segmentos que anteriormente tinham pouca participação da Volvo, como de coleta de lixo e entrega de bebidas.

AINDA TEM EURO 3:

A concessionária Auto Sueco esperava um número maior de vendas em dezembro de 2011 por conta da antecipação da renovação das frotas de caminhão e ônibus devido a mudança das exigências de redução na emissão de poluentes por veículos a diesel.
Até 31 de dezembro de 2011, vigoravam padrões baseados nas normas européias Euro 3. Desde 1º de janeiro de 2012, as empresas são obrigadas a fabricar novos ônibus e caminhões com índices de emissão menores, previstos no Proconve – Programa Nacional de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, fase 7, chamada de P 7 , que se baseiam nas normas Euro V.
Os ônibus, caminhões e demais veículos a diesel com Euro V, usando o novo diesel S 50, obrigatório também desde 1º de janeiro de 2012, podem reduzir em até 80% o lançamento no ar de materiais particulados e até 98% de óxidos de nitrogênio.
Mas os preços dos veículos que seguem o padrão Euro V são entre 10 % e 15% maiores que os veículos do Euro III, por conta do uso de novas tecnologias. Além disso, para possibilitar a redução da poluição, os veículos Euro V necessitam de um sistema de recirculação de gases ou então de tratamento do sistema de escape, este que utiliza um fluido com 32% de uréia industrial, o ALRA 32 – Agente Redutor Líquido Automotivo.
Apesar de as fabricantes alegarem que os novos motores, além de serem menos poluentes, são mais econômicos, compensando o gasto com a adição de ARLA, os empresários prefeririam não arriscar.
Assim, para escaparem dos preços maiores, os empresários anteciparam as renovações previstas para 2012.
O diretor-superintendente do Grupo Auto Sueco, Mário Oliveira, revelou, em nota à imprensa, que esperava um volume maior de vendas por conta dessa antecipação por parte dos donos de veículos comerciais e disse que a revendedora ainda possui unidades com a tecnologia Euro 3 no estoque:
“Aguardávamos, para o último trimestre, uma antecipação na compra de veículos Euro 3, o que não ocorreu no volume esperado, mas foi compensado pelo excelente desempenho dos meses anteriores. Para este ano, projetamos um crescimento de pedidos de Euro 3 no primeiro trimestre de 2012 e já preparamos nosso estoque para atender a essa demanda”
A produção de ônibus e caminhões com tecnologia Euro 3 já não é possível desde 1º de janeiro de 2012 para o mercado brsileiro, mas a comercialização de estoques é permitida pela lei até março de 2012.
O Grupo Auto Sueco também afirma que registrou crescimento de 20,8% dos serviços pós venda entre 2010 e 2011.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. leonardo-pe disse:

    é Adamo.tem muito”busólogo”q não gostou nenhum pouquinho dessa história e vai ter um ataque ao ler essa notícia.o empresariado Brasileiro sempre vai preferir o onibus de motor dianteiro(cabrito).justamente pelos ítens citados na matéria.aqui em Recife,nossos empresários são amantes desse tipo de onibus e dos artiCOlados.continuo achando q essa”lei”q proíbe artiCOlados,só dura até a copa de 2014!

  2. Realmente é uma questão polêmica que não tem só dois lados, mas vários lados e a preferência por marcas, modelos e tipos de ônibus devem dar lugar a racionalidade.
    Há vias e sistemas que realmente não permitem o uso de ônibus com motores centrais ou traseiros que em tese são mais confortáveis tanto para funcionários das empresas de ônibus como para os pasageiros. São lombadas, valetas, declives, aclives, ruas mal planejadas, algumas até sem pavimento etc.
    Há também a questão do custo operacional, de manutenção e logo no início de aquisição os veículos. Com os serviços de transportes só bancados por passageiros e empresas, com poucos incentivos, como desonerações tributárias ou subsídios, sem a sociedade como um todo contribuir para um serviço que beneficia a todos, não só os passageiros, a medida que diminui os congestionamentos e a poluição, a ordem é diminuir os custos.
    Mas por outro lado, o empresário de ônibus pensa de forma pragmática e financeira e o que se vê também é que mesmo em sistemas que teriam condições de receber ônibus de piso baixo e motores central e dianteiro, há ainda em larga escala o uso dos apelidados por alguns de “cabritos”, ônibus de motor dianteiro. Claro, são mais baratos em todos os aspectos e quando não há exigência ou não é vantajoso, dificilmente empresário compra ônibus bom e caro.
    SENDO ASSIM, O PODER PÚBLICO DEVERIA EXIGIR O USO DE ÔNIBUS MAIS CONFORTÁVEIS E MELHORES PARA EVITAR ESTA CULTURA PRAGMÁTICA DO EMPRESÁRIO, EM COMPENSAÇÃO DEVE OFERECER CONDIÇÕES PARA QUE ESTES ÔNIBUS POSSAM OPERAR SEM LITERALMENTE SER DESTRUÍDOS!.
    Adamo Bazani

    1. leonardo-pe disse:

      e não tiro sua Razão.voce Adamo,se expressou muitissimo bem no comentário.não sei se a”turma”vai entender!

  3. Gustavo Cunha disse:

    Bom dia.

    Adamo, Leonardo, amigos,

    Há cidades, menores que os grandes Centros, onde a condição das ruas, estradas, sempre será ruim, pela topografia do lugar, ladeiras, pirambieras, entre outras irregularidades e nessas localidades, tanques de guerra, como o B270f da Volvo, os famosos “dianteiros” sempre terão lugar.

    Em Bragança Paulista (interior de SP), a Fátima, que faz o transporte urbano da cidade, chegou a ter em sua frota, o saudoso MBB 0362, até início da década de 80, durou ? Não !

    Para mim, humildemente, sempre respeitando quem pense diferente, todos os veículos, com motorização dianteira ou traseira, ou, central, terão o seu lugar.

    Abraço.

  4. Verdaded Gustavo. Por isso que eu disse. Onde houver condições de usar veículos mais confortáveis e de motorização traseira ou central, com o poder públco oferecendo estas condições, EXIGIR do empresário o uso destes ônibus (Se depender de muitos empresários, hpa motor dianteiro atpe em BRT). MAs onde não há e dificilmente não haverá condições, como estas situações que vc citou, aí sim usar veículos mais robustos.

    E não venham algumas perssoas falarem que na Europa e´tudo motor traseiro, na Europa tem VLT e funciona bem e sem tanto custo, porque lá é outra realidade em vários aspectos: econômico, de retorno de impostos e geográfico.

    Por mais que “busólogo” ou “ferrofanático” não queira entender: Temos nossa realidade e nem tudo que é bom para países europeus, asiáticos e da América do Norte pode ser aplicado aqui. Podemos usar exemplos bem sucedidos internacionalmente, mas com nossas realidades.
    Assim, como NUNCA SERÁ POSSÍVEL LEVAR METRÔ E VLT PARA TODO O CANTO e O MOTOR DIANTEIRO NUNCA DEIXARÁ DE EXISTIR.

  5. jose disse:

    No meu ponto de vista se as montadoras pararem de produzir os onibus dianteiros,os empresários teriam que comprar onibus de motor traseiro ou central,bem que a volvo poderia fabricar novamente os onibus padron de motor central é uma alternativa bem melhor que dianteiro………..Para os empresários e Montadoras vale o conforto no bolso deles do que conforto na viagem para o passageiro,praticamente já virou um monopolio, e vai ser dificil acabar com isso.Muitas pessoas falam que a Europa é bem melhor que o Brasil em termos de infra-estrutura e transporte,também puderá pois eles lá lutam pelo melhor e não ficam querendo apenas economizar dinheiro,preferem ter qualidade de vida….a Maneira de pensar e agir é o que faz a diferença.Vamos ver se um dia o empresário brasileiro tenha atitude de melhorar o transporte que oferece.Essa realidade de São Paulo não muda,aumenta o numero de passageiros e não aumenta a frota de onibus circulante,praticamente a Prefeitura e as empresas querem colocar mais pessoas num espaço onde não cabe mais ninguém.

    Parabens a Volvo pela atitude que teve de enfrentar VW/MAN e MB e colocar um chassi robusto no mercado.

  6. leonardo-pe disse:

    o José não entendeu(como Havia dito).Motor dianteiro nunca deixará de existir mesmo!Adamo:chegaram essa semana,10 artiCUlados Mercedes-Benz O 500MA(Euro 3),q iriam para o Transmetro(Guatemala).houve um problema no contrato e esses onibus foram devolvidos depois,vendidos por um valor muito ABAIXO do mercado.só não sei se vão vir mais.voce sabe Adamo se virão?quantos onibus iriam para a Guatemala?e se todos foram vendidos na”limpeza de estoque”?

  7. Davidson disse:

    Tá parecendo até ladainha (pois eu sempre falo isso srsr) ,mas eu penso que deveríamos planejar um novo chassi que mesmo que tivesse motor dianteiro ,tivesse um piso mais baixo, com um degrau por exemplo.
    Falta o pessoal gastar 16 milhões com um projeto relevante que irá beneficiar milhões de brasileiros ,e não planejar um ônibus eletrico com energia ‘gerada por hidrogênio’. É como se eu que só posso ter um fusca quisesse comprar uma BMW.
    ABS!

  8. Rafael Asquini disse:

    Ádamo.

    Você foi correto ao dizer que nossos empresários compram motor dianteiro porque não há exigência do Poder Público no sentido contrário. Neste caso, a SPTrans, a Urbs e agora a Prefeitura do Rio são praticamente as únicas com alguma exigência existente em licitação. Algumas outras são uma vergonha, como a BHTrans, que nos últimos 10 anos largou qualquer tipo de especificação de frota e as empresas, obviamente, cabritaram tudo. Mesmo assim, não penso que nossa realidade seja tão inferior à Europa, pois na Argentina, assim como na África do Sul que recentemente fez uma Copa, e que são países com maiores dificuldades econômicas do que nós, se compra basicamente motor traseiro. Até na nanica (economicamente, com todo respeito) Guatemala se faz isso, mas em cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes como as capitais nordestinas, BH, Belém etc. nem pensar em frota não-dianteira! Só numa eventualidade como essa do Recife. O problema é que aqui todo mundo tem que levar vantagem: políticos, construtoras, empresários de ônibus etc. Por isso sentiremos muita vergonha em 2014 com o lixo de Copa que vamos organizar (e provavelmente perder na bola também).

    1. leonardo-pe disse:

      na Bola,concordo contigo(se a TV Globo deixar.pois fará”um arrumadinho”).agora,onibus com motor trazeiro:sabe qual é o problema?alto consumo de Diesel.por isso q esses onibus não são os preferidos pelos empresarios!

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