Preço do diesel S 50 desestimula operadores de transportes

diesel S 50

Ônibus de transporte escolar. Transportadores autônomos ainda preferem utilizar o diesel antigo encontrado nos postos de combustíveis. Isso porque, a diferença de preço entre o novo diesel S 50 e os de teor de enxofre mais alto pode ser de 10%, o que pode representar R$ 100 a mais por abastecimento. O diesel S 50 reduz entre 80% e 95% a emissão de alguns materiais poluentes em veículos cujos motores seguem as novas determinações previstas no Programa Nacional de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores – Proconve. Em veículos com tecnologias de motores mais antigas a redução não passa de 15%, mas frente ao estado de poluição das cidades, já é considerada positiva. O que frotistas e operadores autônomos reivindicam é que o novo diesel tenha valores no mesmo patamar do diesel que era comercializado nos postos antes de primeiro de janeiro. O S 50 já era usado em frotas de ônibus urbanos de capitais e regiões metropolitanas. Foto: Adamo Bazani

Preço do Diesel S 50 desestimula frotistas e operadores autônomos
Combustível é menos poluente, ainda mais se usado em ônibus e caminhões com os novos padrões de controle de emissão, mas alto valor faz com que operadores ainda optem pelo combustível antigo ainda nas bombas

ADAMO BAZANI – CBN

O Diesel S 50 (50 partículas de enxofre por milhão), que é obrigatório em ônibus e caminhões desde primeiro de janeiro deste ano, é considerado um avanço no combate à poluição e para a saúde pública.
Se usado em novos motores que seguem as determinações de redução de emissões previstas na fase 7 – P 7 – do Proconve, Programa Nacional de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, baseadas nas normas Euro V, pode haver significativos ganhos ao meio ambiente. Os materiais particulados podem ser reduzidos em 80% e o óxido de nitrogênio (NOx), substância cancerígena encontrada no diesel, pode ser minimizado em 98%.
Os novos motores que usam um sistema de tratamento no escape com a adição de um fluido a base de 32% de uréia industrial, o ALRA 32 – Agente Redutor Líquido Automotivo – ou então outro sistema de recirculação de gases começaram a ser vendidos em ônibus e caminhões em janeiro deste ano.
A maioria dos 2,3 milhões de veículos a diesel no País, entre ônibus, caminhões, picapes, camionetas e utilitários em geral ainda são de tecnologias mais antigas.
Nestes automóveis, a redução de emissão de poluentes não passa de 15%. De toda forma, frente à situação das cidades, cada vez mais poluídas por conta do excesso de veículos, todas diminuição de materiais poluentes são bem vindsa, embora que os estudos e práticas para mais reduções devam continuar segundo especialistas do setor.
Desde 2009, quando o diesel S 50 já deveria ser obrigatório em toda a frota do País, o combustível é usado em ônibus urbanos de regiões metropolitanas e em capitais.
A introdução do novo diesel em todo o mercado foi adiada após queixas de frotistas quanto ao pouco tempo para a adaptação.
Agora o S 50 já está no mercado, mas não pode ser considerado realidade absoluta.
Vários postos ainda não possuem o diesel S 50 e nos que já há o combustível novo, os clientes ainda preferem o antigo, que possui teor de enxofre entre 2 e 3 vezes maior.
O motivo é o preço. O diesel S 50 custa em média 10% a mais, o que num tanque de 500 litros representa aproximadamente R$ 100 a mais por abastecimento.
Os maiores consumidores do chamado diesel de estrada, ainda encontrado em postos, são caminhoneiros autônomos que ganham por frete e que a diferença de 10% é muito mais sentida. Há transportadoras que ainda procuram o diesel antigo, mas a maioria das grandes companhias e empresas de ônibus já usam o S 50 por comprarem em grande escala e diretamente das distribuidoras que são obrigadas a venderem de acordo com as novas determinações.
O que caminhoneiros autônomos, transportadoras e empresas de ônibus querem são formas de pelo menos deixar o preço do diesel S 50 no mesmo patamar do S 500. Os profissionais temem perda de rentabilidade e alguns dizem que devem repassar os custos maiores para os fretes. Quanto aos ônibus, resta saber se na próxima época de reajustes das tarifas, a diferença entre o S 50 e o diesel antigo será repassada para o passageiro.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. leonardo-pe disse:

    e ainda querem trazer a Euro 6 em 2016,pro Brasil.como falei no Blog”Ponto De Onibus”,os”colunistas de gravata”,estão literalmente descolados da Realidade Brasileira.batem palmas para a Euro 5,se muitos,nem Euro 2,estão(esse onibus da foto).entendo q é um combustível bem mais limpo mas,menos!tá explicado o por que da”Euro 4″(se bem q a Euro 5,é basicamente a Euro 4),não ter entrado em vigor no Brasil!

  2. PauloZ disse:

    Lá para 1972/73 começaram a circular na cidade do Rio de Janeiro os chamados “Frescões”. Desde o início da operação dos “Frescões” a Real Auto Ônibus atua nas linhas com ponto final na Zona Sul. No início os ônibus utilizados eram Marcopolo II, depois III, depois vieram modelos CIFERAL, e foi indo, deixou os MB, passou para VOLVO, uma evolução dentro de um bom padrão do que o mercado poderia oferecer em termos de carroceria e chassis. Agora a REAL (que mudou de nome em razão das recentes modificações no transporte no Rio de Janeiro), usa carros com motor dianteiro. Isso é ou não é um RETROCESSO!
    Autoridades e empresários aceitam voltar atrás em 40 anos no principal que é o ônibus. A questão do combustível tornou-se portanto secundária para eles. Se autoridades e empresários, NÃO RESPEITAM o passageiro por que irão respeitar o meio ambiente?

  3. leonardo-pe disse:

    Pauloz:embora o assunto seja outro,esse assunto q voce falou,tem uma certa logica.motor dianteiro,por mais q queiram se livrar,mais irão circular em nossas ruas.não adianta Brigar com algo q”é do nosso convivio”!a questão é mais pelo empresário q na maioria das vezes é”pão-duro”.é a economia.se pra motor dianteiro,falta peça no mercado,imagine trazeiro?

  4. Bento dos Santos Jr disse:

    De que adianta o país ser “auto-suficiente” em Petróleo, se a Petrobrás “chuta o balde” nos seus …

    1. leonardo-pe disse:

      nós NÃO SOMOS 100%auto suficientes amigo!é o q falei no 1o comentário mas,não entenderam.pior vai ser no ano q vem com esse S-10!

  5. wylksoms@hotmailcom disse:

    esses cientista so sabe trabalhar afavor do gov e contra os trabalhadores inventaram essa desse diesel s-50 nao sei pra que so pra aumentar mais o preço que ja e caro com força se o caminhoneiro soubece da força que tem e realmente se unicem como irmaos de estrada e paracem por 30 dias duvido que o gorv nao abaixarias os preços do diesel mas em quanto isso o gorv faz o que quer e rouba o quanto quer

  6. leonardo disse:

    os governantes brasilaeios a muito pensam que o brasil é igual a Europa e EUA, porem esquecem que o pais tem dimenções continentais e ficam falando de fazer leis para que o motorista tenha que trabalhar 8 horas por dia, isso é ridiculo. Outro ponto é esse diesel s50 é outra piada de adiministradores engravatados que nunca tiveram que cair na estrada colocando um patrimonio que muitas vezes passam dos 200 mil reais para no final da viagem sobrar uma merreca que mal da para pagar a manutenção, fora a falta de segurança que andamos, sendo tratados como lixo, tendo que aguentar humilhações de pessoas que não viveriam sem o caminhão. O governo brasileiro agora entra com uma lei que força o motorista autonomo a ter de fazer firma para poder carregar, eles querem acabar com o pequeno para deixar apenas as grandes tranportadoras, comandadas muitas vezes por puliticos bandidos que só servem para roubar. Esse novo diesel é mais um exemplo de que no Brasil vivemos em uma ditadura mais polida mas com uma diferença, na de antes tinhamos segurança e mesmo com caminhões velhos éramos tratados um pouco melhor e ganhavamos dinheiro

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