CASO BUSSCAR: Justiça nega proposta da Caio para comprar a Busscar e encarroçadora deve ir a leilão

Caio e compra da Busscar

Ônibus da Caio e da Busscar. Justiça negou proposta de compra que a Caio fez para a imóvel e Parque fabril da Busscar, em Joinville, Santa Catarina. Encarroçadora paulista ofereceu R$ 40 milhões pela Catarinense. Justiça entendeu o leilão como melhor alternativa para a solução da crise. Foto: Adamo Bazani.

Justiça nega proposta da Caio para comprar a Busscar
Para o poder judiciário, parque fabril e terreno devem ser leiloados
ADAMO BAZANI – CBN
A esperança de trabalhadores quanto ao final imediato da situação que enfrentam por causa da crise da encarroçadora Busscar não deve ser concretizada por uma negociação direta para a compra da fabricante de carrocerias de Joinville.
A Quarta vara de Justiça de Trabalho de Joinville, em Santa Catarina, negou proposta da Caio, encarroçadora de Botucatu, São Paulo, que queria arrematar o parque fabril (máquinas, equipamentos, infraestrutura, matéria-prima, etc) e o imóvel da empresa de 331,7 mil empregos.
A Caio havia oferecido em 23 de setembro de 2011, R$ 40 milhões por este patrimônio, o que não incluía a marca.
A Justiça analisou o valor e a proposta e decidiu que parque fabril e imóvel devem ser arrematados em leilão.
A Caio não se pronunciou ainda sobre a posição da Justiça. Apesar de ter a proposta negada, a empresa pode participar de eventual leilão, segundo o poder judiciário.
Inicialmente, levantamento feito com apoio do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, mostrava que parque fabril e imóvel valeriam R$ 98 milhões. Mas o presidente da entidade, João Bruggmann, disse que o valor poderia ser revisto, já que muitas máquinas se depreciaram com o tempo.
A Busscar, empresa fundada pela família Nielson em 17 de setembro de 1946, como fabricante de móveis e esquadrias de madeira, chegou a ser uma das maiores produtoras de ônibus do País, além de exportar diversos produtos.
Ela disputava pela liderança do segmento de rodoviários com a Marcopolo, e pela de urbanos com a Caio.
Em 2002 – 2003 enfrentou sua primeira crise. A direção da empresa atribuiu a crise às variações cambiais que prejudicaram negócios para o exterior.
A empresa na ocasião chegou a receber diversos empréstimos, inclusive do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Apesar de voltar a produzir, a companhia, segundo analistas, não se manteve firme e sentiu o abalo de restrição de crédito que a economia global sentiu em 2008.
Dependendo de empréstimos que foram reduzidos e com administração considerada frágil, a empresa começou a atrasar salários.
Na ocasião, a Busscar tinha cerca de 5 mil funcionários. Hoje conta com menos de mil.
Todos estão com 19 meses de salários atrasados e dois pagamentos referentes ao 13º salário e outros direitos.
A empresa está produzindo não mais de 08 unidades por mês, número bem abaixo de sua capacidade.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Sinceramente, espero que ainda haja uma esperança para a Busscar.

    Abraços
    Marcos Galesi

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite

    Correta a decisão.

    Porém isto não implica que o leilão alcance
    melhores propostas.

    Só o mercado dirá.

    Muito obrigado.
    Paulo Gil

  3. Agnus. disse:

    PENA A MELHOR ACONTECER ISSO COM A BUSSCAR ADORO A MARCA .
    EU TAMBÉM ESPERO QUE TENHA UMA SALVAÇÃO

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